Não, não temos aquilo porque nos batemos, a maior parte das vezes porque nos batemos mal.
Cá venho eu fazer de advogada do diabo, que é aliás um papel que gosto de fazer, que me cai bem.
Se nos comparas aos espanhóis, então é que estamos mal.
Não podes falar de ordenados mínimos ou compará-los, sem comparares as economias de cada um, e principalmente a qualidade de empresários. Ou julgas que os ordenados mínimos caem do céu?
Caso não o saibas, todas as transformações que os espanhóis sofreram desde a Guerra Civil, foram feitas por:
- Franco, com uma muito maior estratégia que alguma vez Salazar teve, (porque Salazar a não teve, coitado, ele também provinciano e mesquinho).
- PSOE com Filipe González, que foi determinante para o desenvolvimento da Espanha com os dinheiros comunitários.
- PP com Aznar, que terá feito algumas asneiras grossas, mas que a nível económico continuou a desenvolver a Espanha.
Por isso falando de Espanha, percebes que nada tem a ver com partidos ou blocos centrais, mas sim com a falta ou não de estratégia, que nós portugueses não temos de todo.
Essa falta de estratégia levou que se não fizessem as reformas, que outros fizeram sem o povo muito sofrer, com os incríveis fundos comunitários, que têm agora de ser feitas e pior do que isso, têm de ser feitas ainda a doer mais e ainda mais profundamente. E contra isto não há argumentos, quer queiras quer não.
O mais grave para mim, é que neste momento, (há tanto tempo já) não há alternativas.
O PP, com Paulo Portas ou outro qualquer dos que por lá andam?
O PCP, com Jerónimo de Sousa, ou qualquer dos outros fundamentalistas?
O BE, com Francisco Louçã, que não tem sequer quadros suficientes para formar governo?
Depois pegas em argumentos falaciosos.
Na educação, Portugal tem gasto per capita, mais que a maior parte dos países que maiores resultados têm obtido na questão da educação. O que está mal na educação não é o dinheiro gasto, mas sim os resultados obtidos, por umas malfadadas reformas que vêm desde o tempo de Roberto Carneiro.
Na saúde, quando se gastava mais, eram ainda piores os cuidados oferecidos. Nos hospitais civis, morre-se normalmente nas urgências, mas também sempre se morreu, à espera de ser atendido. Não é por falta de dinheiro.
Batermo-nos decididamente para votar noutro partido?
Ni hablar!
Para nos batermos é necessário fazê-lo para termos uma outra revolução, antes que a direita o faça, desde que haja no país alguém com um mínimo de estratégia política e económica para o futuro do país, mesmo que isso pressuponha, perder as eleições quatro anos depois.
Ora, quem será neste país que seja um bom estratega e queira ir para o governo?
Mas que fique bem claro, que será a última vez, do meu lado, que vou discutir política neste blog.