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28 de novembro de 2007

As Pessoas não mudam!


Quem me deu a ideia foi a Isabela do O Mundo Perfeito com o post Novos colonialistas desiludidos.
Este Post começa com uma frase com que eu não podia estar mais de acordo: « as pessoas não mudam»
Acrescentaria, que se mudarem, é até para pior.

Isto dito, devo acrescentar que provavelmente é um certo tipo de pessoas que não muda, as pessoas que têm orgulho em ser facciosas, que têm orgulho em ser xenófobas, as pessoas que têm orgulho de ser racistas, as pessoas que têm orgulho de ter crenças que oficialmente condenam este tipo de pensamentos e acções, mas que oficiosamente e no confessionário dizem

- minha Filha/o, entendo-te muito bem, mas Cristo diz que nos amemos uns aos outros, por isso terás de rezar um padre-Nosso como penitência, dirá o padre enquanto esfrega as mãos, que parece de contente, mas que é só porque não sabe o que fazer com elas. vai em paz e se acontecer outra vez volta a pecar.
Sei que poderei parecer injusta, mas a caricatura não é injusta, quando muito será cruel.

Mas lembro-me bem de uma familiar, professora, que só batia na sobrinhita, sua aluna, mas que lhe arreava forte e feio, porque era do ramo mais pobre.

Lembro-me, dessa mesmo, metida a rata de sacristia, e em conversinhas e requebros, frente a um padre da sua muito estima...

Lembro-me de famílias, todas cristãs, mas que diziam com orgulho que no seu sangue não corria nem sangue preto, nem sangue judeu, nem sequer mouro!

O que me ria, quando tal ouvia, sabendo-se que sangue estrangeiro é que não havia naqueles Pereiras e Oliveiras, snobs, morenos, de cabelos bem ondulados.

Não, as pessoas não mudam, Isabela, tens toda a razão, e com a idade refinam.

É provável que contra mim esteja a falar.

25 de novembro de 2007

As frases que nos enervam

Li hoje numa publicação que acompanha um dos nossos jornais diários, que existem uma quantidade de frases, que nos enervam, nos "viram a borboleta" e que de uma maneira ou doutra, aqui ou ali sempre acabamos por levar com elas.

Juro que estas eu nunca disse, provavelmente digo outras, que enervam os meus amigos, que têm a delicadeza de não me informar, chamando-me chato.

Talvez esse acto inconsciente, possa ser remediado, pelo que convido todos os visitantes cá da casa a enviarem as suas sugestões para as frases que considerem mais enervantes, talvez assim, possamos contribuir, em acto de verdadeiro serviço público, para a sanidade das nossas almas.

Algumas frases de abertura retirei da referida revista

  1. Eu, na tua idade ...
  2. O quê, decidiste ir-te embora ? Abandonas assim a tua mãe ?
  3. Neste Mundo só se safam os melhores
  4. És parvo ou quê ?
  5. És igualzinho ao teu pai
  6. Os homens são todos iguais.
Acrescento a esta lista alguma das "pérolas" mais irritantes do léxico nacional que normalmente me levam aos arames

7. Isto no tempo do Salazar era melhor
8. Os políticos são todos iguais.
9. O Benfica é o maior clube do Mundo.
10. Não é para me gabar, mas os meus filhos são uns anjos.
11. Eu não te avisei ? (Dedicada a uma amiga)

No artigo em causa, chamavam-se a estas frases assassinas, pelo impacto que produzem no equilíbrio do nosso sistema nervoso.

Quem ajuda a identificar algumas dessas criminosas ?

24 de novembro de 2007

JÁ CHEGA!!! Caramba!


Notícia de hoje no telejornal:

Em nove meses, desde o início de Janeiro até ao fim de Setembro deste ano de 2007, em apenas 9 meses houve em Portugal 7.938 casos de violência doméstica.
Entre estes casos há 345 crianças e a maioria foram mulheres que a sofreram!

CHEGA! CARAÇAS! CHEGA!-

Os anormais, os tarados, os asnos, os cobardes, os machistas, os selvagens, as cavalgaduras, cavalgaduras é pouco as bestas, os criminosos, os assassinos, são indiscriminadamente de todas as classes sociais e de todos os estractos económicos.

Uma, em cada cinco mulheres portuguesas, já foi vítima de violência dosméstica, pelo menos uma vez na sua vida!
Mas quando é que esta merda acaba?

Atenção,
estes são os casos que se sabem, são só e exclusivamente os casos de quem se queixa e presume-se que quem se queixa é uma percentagem de 10%

21 de novembro de 2007

Denuncia: Feminicídio no Congo


Feminicídio no Congo
.
Por Eve Ensler


Dramaturga, artista e ativista, Eve Ensler é a autora premiada de “Monólogos da Vagina”, peça que foi traduzida para mais de 45 línguas e está em exibição em teatros em todo o mundo.
Eve Ensler tem dedicado sua vida à luta contra violência. É fundadora de V-Day, um movimento global que apoia organizações anti-violência em todo o mundo. Chama à atenção do público para a luta contra a violência mundial contra as mulheres (incluindo violação, espancamento, incesto, mutilação genital feminina, escravidão sexual).


Volto do inferno. Procuro desesperadamente uma maneira para lhes contar o que vi e ouvi na República Democrática do Congo. Procuro uma maneira para lhes narrar as histórias e as atrocidades, e, ao mesmo tempo, evitar que fiquem abatidos, chocados ou afetados mentalmente.

Procuro uma maneira de lhes transmitir o meu testemunho sem gritar, sem me imolar ou sem procurar uma AK 47. Não sou a primeira pessoa que denuncia as violações, as mutilações e as desfigurações das mulheres do Congo. Existem relatórios a respeito deste problema desde 2000.

Não sou a primeira que conta essas histórias, mas, como escritora e militante contra a violência sexual contra as mulheres, vivo no mundo da violação. Passei dez anos a ouvir as histórias de mulheres violadas, torturadas, queimadas e mutiladas na Bósnia, Kosovo, Estados Unidos, Cidade Juárez (México), Quênia, Paquistão, Haiti, Filipinas, Iraque e Afeganistão. E, apesar de saber que é perigoso comparar atrocidades e sofrimentos, nada do que eu tinha escutado até agora foi tão horrível e aterrorizador como a destruição da espécie feminina no Congo.

A situação não é mais do que um feminicídio, e temos que a reconhecer e analisar como tal. É um estado de emergência. As mulheres são violadas e assassinadas a toda hora. Os crimes contra o corpo da mulher já são horríveis por si. No entanto, há que acrescentar o seguinte: por causa de uma superstição que diz que, se um homem viola mulheres muito jovens ou muito idosas, obtém poderes especiais, meninas de menos de doze anos de idade e mulheres de mais de oitenta anos são vítimas de violação.

Também é necessário acrescentar as violações das mulheres em frente de seus maridos e filhos. Mas a maior crueldade é a seguinte: soldados soropositivos organizam comandos nas aldeias para violar as mulheres, mutilá-las. Há relatos de centenas de casos de fístulas na vagina e no reto causadas pela introdução de paus, armas ou violações coletivas. Essas mulheres já não conseguem controlar a urina ou as fezes. Depois de serem violadas, as mulheres são também abandonadas por sua família e sua comunidade.

No entanto, o crime mais terrível é a passividade da comunidade internacional, das instituições governamentais, dos meios de comunicação... a indiferença total do mundo perante tal extermínio. Passei duas semanas em Bukavu e Goma entrevistando as sobreviventes. Algumas eram de Bunia. Efetuei pelo menos oito horas de entrevistas por dia. Almocei e fui a sessões de terapia com essas mulheres. Chorei com elas. O nível de atrocidades supera a imaginação. Não tinha visto em nenhuma parte esse tipo de violência, de tortura sexual, de crueldade e de barbárie.

No leste do Congo existe um clima de violência. Nesta zona as violações tornaram-se, tal como me disse uma sobrevivente, um “desporto nacional”. As mulheres são menos do que cidadãs de segunda classe. Os animais são mais bem tratados. Parece que todas as tropas estão implicadas nas violações: as FDLR, as Interahamwe, o exército congolês e até as Forças de Paz da ONU. A falta de prevenção, de proteção e a ausência de sanções são alarmantes.

Passei uma semana no Hospital de Panzi, vivendo em uma aldeia de mulheres violadas e torturadas. Era como uma cena de um filme de terror futurista. Ouvi histórias de mulheres que viram os seus filhos serem brutal e cinicamente assassinados. Mulheres que foram forçadas, sob a ameaça de armas, a ingerir excrementos, a beber urina ou a comer bebês mortos. Mulheres que foram testemunhas da mutilação genital dos seus maridos ou, durante semanas, violadas por grupos de homens. Essas mulheres faziam fila para me contar as suas histórias. Os traumas eram enormes e o sofrimento extremamente profundo.

Sentei-me com mulheres que tinham sido cruelmente abandonadas por suas famílias. Eu quero lhes falar da Noella. Mudei-lhe o nome para a proteger porque ela só tem nove anos de idade. Noella vive dentro de mim agora, persegue-me, leva-me a agir, a lembrar. Ela é magra, muito inteligente e viva. O dano está no seu corpo ligeiramente torto, envergonhado, preocupado. Ela sente a ansiedade nos seus pequenos dedos. Começa a contar a sua história como se ainda vivesse. Para ela o tempo parou.

Uma noite as Interahamwe vieram à nossa casa. Eles não deixaram nada. Pilharam nossa casa. Levaram a minha mãe para um lado, o meu pai para outro e a mim para outro. Levaram-me para o mato. Um deles pôs qualquer coisa dentro de mim. Não sei o que foi. Um disse para o outro, não faça isso, não faça mal a uma criança. O outro me bateu. Eu fiquei sangrando. Ele me bateu mais e eu caí. Depois me abandonou. Passei duas semanas com os soldados. Eles me violaram constantemente. Às vezes usavam paus. Um dia me deixaram no mato. Tentei caminhar até a casa do meu tio. Consegui, mas estava demasiado fraca. Tinha febre. Estava muito mal. Cheguei até a casa. O meu pai tinha sido morto. A minha mãe voltou, mas em muito mau estado. Comecei a perder a urina e as fezes sem controle. Depois minha mãe percebeu que eles tinham me violado e destruído. Eles registraram o que tinha me acontecido e me trouxeram para cá. Estou contente por estar aqui. Já não perco a urina e ninguém ri de mim. Os rapazes riem de mim. Já não tenho vergonha. Deus julgará aqueles homens, porque eles não sabem o que fazem. Quero me restabelecer. Também penso em como eles mataram o meu pai. Sempre que penso no meu pai as lágrimas caem pelo rosto.”

O Dr. Mukwege, que, tanto quanto posso dizer, é um tipo de médico “santo” no hospital, disse-me que a uretra da Noella está destruída. Sendo tão jovem, ela não tem tecido suficiente para operar. Terá de esperar oito anos. Oito anos de vergonha e humilhação. Oito anos em que será forçada a recordar todos os dias o que aqueles homens lhe fizeram na floresta, antes dela ter idade suficiente para saber o que era um pênis. Ela é incontinente. O médico me disse: “O que acontece a essas jovens é terrível. Elas têm muito medo de serem tocadas por homens. Às vezes leva semanas até eu conseguir tratá-las. Dou-lhes bombons e trago-lhes bonecas.

As mulheres sofrem imensamente. Estão debilitadas pelas violações, as torturas e a brutalidade. Não têm praticamente apoio nenhum. Depois de viver essas atrocidades, são incapazes de trabalhar nos campos ou de transportar coisas pesadas, por isso deixam de ter renda. Vi chegar pelo menos doze mulheres por dia a essa aldeia. Chegavam mancando e apoiadas em bengalas feitas à mão. Várias mulheres contaram-me que “as florestas cheiravam à morte”, e que “não se podia dar nem cinco passos sem tropeçar com um corpo”.

para lerem todo o artigo fica aqui o link:
http://www.viapolitica.com.br/fronteira_view.php?id_fronteira=117

Mais Mudanças, esperemos que as ùltimas


D. Hilda está doente com uma grande gripe, e pediu-me para vir publicamente dizer que o Samuel, também por motivos pessoais e de força maior, não pode continuar aqui pela Casa Comum.

A administração resolveu, convidar para o seu lugar Luis F de A Gomes ( que grande confusão de Luises para aqui vai).

Como está na cara, não posso deixar de dar as Boas-Vindas ao Luis F de A Gomes (não se poderá encurtar o nome? demora muito a escrever), ficando ao seu dispor em tudo que necessite, e até a D. Hilda estar recuperada.

É com verdadeiro prazer, que o receberemos no meio de nós.

17 de novembro de 2007

Luís Maia corpo inteiro


Muito me satisfez o convite que recebi da Administração da Casa Comum, para fazer parte desta família, já que seguia há um tempo com atenção o seu percurso.

Manda a boa educação quando se entra em casa de alguém que nos apresentemos e para o fazer nada melhor que juntar uma fotografia do autor.

Pode não vos parecer normal, mas asseguro que esse aí, sou mesmo eu há uns (muitos !!!) anos atrás, quando não havia fotografias a cores, com excepção das únicas, que em miúdo me lembro de ver, as coloridas pela minha mãe.

No post assinado há dias pela D.Hilda Botelho, referia-se a mim como sendo autor de blogues de História, de Ópera, músicas e outras banalidades.

Na hora de aceitar dei por mim a considerar que realmente não tinha, por entre a minha cáfila de blogues, nenhum. cuja tema principal, fosse a maior das banalidades, eu mesmo, Luís Maia por inteiro.

Decidi por isso mesmo fazê-lo aqui neste colectivo. Razão porque optei pela exibição dessa velha foto, que, para mim, são a recordação do início da minha vida consciente.

Filho de pai amador fotográfico. Esboço afixar um cartaz de Boas Festas, num enorme eucalipto que existia na frente da nossa casa, perdida numas minas da serra de Lousã, para onde meu pai empregado da CUF, havia sido enviado a encarregado.

Reconheço-me hoje ainda, um pouco inocente nesse sorriso de criança, mesmo quando algumas rugas tentam encobri-lo.

Insisto, eu sou ainda o mesmo, ninguém muda, a Vida, as suas amarguras bem como as pequenas vitórias, vão emoldurando outros cenários. Algumas marteladas nos dedos , enquanto pregamos pregos no destino, ajudam-nos a aprender, mas acho que mantenho o sorriso ingénuo, que não quero perder.

A pequena boina e o seu pompom, ao longo da jornada modificou-se, algumas vezes, assumiu formas de barrete santareno, noutras chapéu de palhaço, algumas vezes halo de anjinho, mas também louros de vencedor coroaram a minha fronte, pelo menos atribuídos pelos mais íntimos, que são o importante.

Relembro os ovos crus ainda quentes, que com dois buracos de agulha nas extremidades, me permitia chupar essa baba que hoje reputo de absolutamente nojenta, do ovo de galinha ainda quente.

Talvez porque quem mos dava, se chamava Afonso Henriques o nosso empregado de lavoura, seja a razão porque desde sempre tenha gostado tanto de História.

Menino, relativamente abastado entre filhos de mineiros, que eram os meus companheiros de brincadeiras, também era na casa deles que me sabia bem partilhar o caldo da gente pobre, que trabalhava muito e pobre ficava por destino imposto.

Não tinha idade para politizar a questão, mas admito que a imagem se me tenha grudado nos subterrâneos da memória, para sempre.

Acreditem ninguém muda, sofremos apenas alguns ajustes.

16 de novembro de 2007

Como Sempre,

hoje e amanhã.
A Casa foi um dos meus maiores desafios na blogosfera. O meu curto tempo neste mundo, faz da afirmação anterior uma verdade quase absoluta. Acedi ao convite da Maria Faia porque gostava bastante das temáticas e via este espaço merecedor dos megabytes que ocupa. A net de hoje, está inundada de merda (não sei se me é permitida tal expressão). Este blog, mesmo que pequeno em idade e em conteúdo, sempre pugnou pelo contrário. Um espaço de discussão e reflexão.
Foi para mim um grande orgulho aceitar o convite e participar. Será para mim um grande orgulho alinhar nas novas directrizes. Sejam elas quais forem...

15 de novembro de 2007

Mudanças de Administradores e de Estratégias na Casa


A Administração da Casa Comum teve uma mudança radical.
Houve muitos administradores que por motivos pessoais e de força maior tiveram sair dos seus cargos:

- Maria Minhota
- Matilde de Lamae
- Pedro Silva
- Luzitana de Alpoim e Silva

A Casa Comum vai convidar o Luís Maia, conhecido blogger com mais de uma dezena de blogs pessoais sobre história dos reis portugueses, Ópera, música e outras banalidades.
Permiti-me esta brincadeira, porque o próprio poderá melhor do que eu, falar sobre os outros blogs que tem.

A estratégia desta Casa também difere um pouco da inicial.
Teoricamente deixará de estar virada apenas para os debates.
Se acontecerem decorrerão da vontade dos intervenientes e dos visitantes e eventuais comentadores/as.

Não quero deixar de dar as boas-vindas ao nosso convidado Luís Maia, e esperar que faça todos os esforços para se integrar neste espaço.

Temas e Instituições