Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs
Mostrar mensagens com a etiqueta *B-Norton de Matos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta *B-Norton de Matos. Mostrar todas as mensagens

13 de julho de 2011

A manteiga do Lopes Ribeiro

  • Casa Comum, 28 de Fevereiro de 1949
  • Notas para o meu diário

  • A criação da Comissão Interassociações de Estudantes
Os estudantes também se organizam e em 27 de Janeiro infringindo a legislação vigente que proibe explicitamente a existência de estruturas associativas de tipo federativo, várias associações de estudantes universitários de Lisboa e constituíram a Comissão Interassociações de Estudantes, tendo sido eleito seu presidente um estudante de agronomia de nome António Lopes Cardoso de 25 anos.

  • Norton de Matos renuncia à candidatura à presidência da República
Quando em Fevereiro deste ano a Direcção Regional de Lisboa do PCP defende que a candidatura de Norton de Matos não deve ir às urnas e advoga a abstenção, devido à falta de condições democráticas

Por outro lado Partido Socialista Português defende que a candidatura da Oposição deve ir às urnas, no máximo da sua força, os delegados do MUD, reunida no Centro Republicano Dr. António José de Almeida, em Lisboa, decide por maioria não participar na «eleição» por não haver «condições mínimas

Perante este panorama Norton de Matos que preside a um comício de campanha na Voz do Operário, anunciou a sua desistência no passado dia 10 de Fevereiro de 1949

Mário de Azevedo Gomes presidente da comissão central da candidatura entrega a declaração de desistência do general Norton de Matos à Presidência da República, por não estarem reunidas as condições mínimas de democraticidade.

Eis um documentário da nossa Lisboa, bem amanteigado pelo António Lopes Ribeiro, nada de mostrar misérias apenas o lado bom da ditadura.

  • 1ºparte

  • 2ºparte

  • 3ºparte

  • 4ºparte

6 de maio de 2011

De mão estendida mas sobranceiros


  • Casa Comum, 30 de Setembro de 1948
  • Notas para o meu caderno de memórias
  • O candidatura do general Norton de Matos
O general Norton de Matos apresentou-se oficialmente às eleições para a Presidência da República, em Julho deste , após algumas hesitações, já que a sua candidatura demorou a criar consenso.

António Sérgio apostava no general Costa Ferreira, que tinha sido ministro da Instrução de Setembro a Dezembro de 1929, e outros preferiam Mário de Azevedo Gomes, um dos patriarcas da oposição ao salazarismo e membro do directório Democrato Social.

Manuel Serras e a antiga estrutura do Partido Republicano Português eram da opinião que a Oposição não devia apresentar um candidato às eleições.

Destaco do seu Manifesto as seguinte passagens

  • Trata se evidentemente de um candidato de oposição ao regime actual. Mas de um candidato que exprime uma forte corrente, provavelmente indomada e indomável; de um candidato, pois, que, na plena consciência do que vale a designação que do próprio nome foi feita, se dispõe a lutar pelo seu direito, guiado sempre pelo único imperativo de servir a honra e o interesse nacionais.

  • para a sua realização a Nação carece que um novo regime político se estabeleça.
  • assim a apresentação de uma candidatura de oposição no actual estado de coisas significa a luta legal e pacífica pelos objectivos seguintes:
  1. Restituição aos cidadãos portugueses das liberdades fundamentais, o que implica a adesão efectiva do Estado Português a princípios internacionalmente definidos e aceites que aos Direitos do Homem digam respeito.
  2. o exercício das liberdades de: consciência, crença e culto público e privado; palavra e meios de expressão: reunião e associação; acesso às fontes de informação nacionais e estrangeiras.
  3. amnistia total para os presos políticos e por questões ditas sociais e consequente regresso dos exilados.
  4. abolição do regime de censura.
  5. liberdade de organização e actuação para os partidos políticos.
e... muito mais que deixaram o velho ditador desesperado, liberdades a mais é o que é para quem quer sempre a rédea curta


  • Ajuda pedida através do plano Marshall
No escasso período de um ano, que se iniciou com as primeiras reacções ao discurso do general Marshall no início de Junho de 1947 e culmina agora com Salazar a operar uma mudança radical na sua posição face ao auxílio financeiro norte-americano.

De uma inicial atitude de rejeição do auxílio viu-se compelido a solicitá-la agora

Inicialmente, seguido as instruções de Salazar, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Caeiro da Marta, considera que

«Embora Portugal não pense carecer de créditos ele precisa certamente de fornecimento de outros países designadamente de utensilagem industrial e está portanto disposto aos entendimentos convenientes para por sua parte fornecer aos outros também aquilo de que a sua economia possa dispor"

Esta é a atitude pertenciosa de Salazar, desconfiado com tudo o que seja cooperação e ao mesmo tempo ostentando uma toleima que não correspondia de todo à realidade portuguesa.

O ministro das Finanças Lumbrales acreditava na capacidade de auto--recuperação do país, apostando na força da identidade nacional para fazer face à ameaça de crise, sem que houvesse necessidade de recorrer ao auxílio externo.

Sucedeu que ao longo dos primeiros meses deste se assistiu, pela primeira
vez desde há alguns anos, a uma deterioração acentuada da situação financeira
e cambial portuguesa.

A deterioração da situação económica e financeira portuguesa deve-se sobretudo
a quatro razões:
  • (1) ao aumento das importações, devido a uma crescente procura em resultado das restrições da guerra e ao aparecimento de algumas tensões inflacionistas;
  • (2) à forte diminuição das exportações de alguns produtos e mercadorias anormalmente valorizados durante a guerra;
  • (3) ao aumento das importações de produtos agrícolas devido à escassez da produção de cereais, fortemente atingida pelos maus anos agrícolas de 1946 e 1947
Por tudo isto desde Agosto passada o governo português tem vindo a solicitar que Portugal seja contemplado na distribuição dos créditos Marshall e, directamente ou através dos seus representantes diplomáticos, envidará todos os esforços no sentido de obter junto do governo norte-americano, da ECA e da OECE o máximo no montante de auxílio financeiro norte-americano a atribuir a Portugal.

Este mês foi assinado o programa de auxilio , na sequência do qual Portugal apresentará em Paris, brevemente um programa estimado em 625 milhões de dólares o capital necessário à sua execução,do referido programa.

Talvez tenha passado pela mente dos americanos que teria sido melhor que esse pedido de ajuda deveria ter sido feito mais cedo.

(Fonte ; de Maria Fernanda Rollo sobre este tema)

Temas e Instituições