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3 de dezembro de 2008

Domingos Oliveira o verbo de encher

Casa Comum, 31 de Maio de 1930

O tempo passa célere minha cara amiga Severa e já passaram 4 anos, desde o fim da república, consignado no golpe militar conduzido por Gomes da Costa, a "Revolução Nacional" como lhe chamam, os apaniguados da ditadura e lá foram os militares "generalados" ao beija mão a Salazar, numa sessão realizada na sala do Risco do Arsenal do Alfeite da Marinha, em Lisboa.

O Domingos de Oliveira a fingir de presidente do governo, chamou a atenção, para a necessidade de preparação da "nova ordem constitucional coma organização política civíl, que possa manter e continuar a obra da Ditadura, garantir a normalidade da vida pública concorrer decisivamente pata o fortalecimento e felicidade da Pátria".

A normalidade da vida pública, disse o chefe do governo, que como sabemos se assegura prendendo e deportando as vozes que se levantam em oposição como a de Cunha Leal, que depois duma estadia no Aljube, foi transferido para Ponta Delgada.

Essa é a normalidade da Ditadura, pois como você sabe também estão presos João Soares, Moura Pinto, Tavares de Carvalho, Carneiro Franco e Raúl Madeira.

Aliás pouca importância teve o discurso de Domingos Oliveira, a palavra do ministro das Finanças e das Colónias é que era aguardada, determinando de novo quem era o verdadeiro estratega do regime.

A palavra de ordem central de Salazar, centrou-se no Acto Colonial que foi publicado no passado dia 8. de acordo com a lógica da ideologia imperial de Portugal enquanto potência colonizadora.

Olhe minha querida vamos à música que é o que verdadeiramente nos enriquece e aquece a alma, nada como Beethoven , que me diz ao 3º Piano Concerto op. 37 ?







19 de novembro de 2008

O duplo ministro

Casa Comum, 31 de Janeiro de 1930

Há muito tempo que não lhe escrevo e muito embora nas questões políticas seja o meu amigo o mais erudito e eu mais para as artes, também não fico indiferente aos aspectos políticos.
Destaco a morte do Primo de Rivera, em Paris, no passado dia 16 de Março. Afinal o ditador espanhol, grande "farol inspirador" dos nossos governantes actuais e dos mentores do golpe original do 28 de Maio.

Contudo caiu em desgraça junto do rei e abandonado pelos altos comandos militares e pelo rei, apresentou a sua demissão e exilou-se em Paris, não sem antes recomendar a Afonso XIII alguns nomes de militares que poderiam suceder-lhe à frente do governo, entre eles o do general Dámaso Berenguer, o senhor que se segue.

Por cá continua a saga dos militares, meu caro amigo, aí está o general Domingos de Oliveira, um "velho talassa", ligado ao movimento da espadas, que levou o Pimenta de Castro ao poder em 1915. Enfim os governos e os ministros vão e vêm, mas o Finanças de Santa Comba, permanece, cada vez mais poderoso, embora com novas companhias, que duvido não seja ele a escolher.

Aliás os poderes do ministro Salazar, ficam mais que reforçados, já que ocupa a pasta das Colónias em acumulação. Curiosamente na sequência um conflito, em que o próprio Salazar, era interveniente, por causa da concessão dum crédito a Angola, que opunha as Finanças ao governador do Banco de Angola, Cunha Leal e que tinha estado na origem da queda do governo anterior.

Naturalmente que após a tomada de posse do novo governo, Salazar duplamente ministro, começa por demitir Cunha Leal, "deixando" que o Conselho de Administração, daquele banco, nomeie Mendes Cabeçadas para o substituir.

Hoje fica uma sugestão de zarzuela, já que falámos de Espanha, por razões bem menos felizes, fica um apontamento da La picola molinera, de Pablo Luna, estreada em 1928

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