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29 de maio de 2023

Uma nova guerra entre potências

 

Uma nova guerra entre potências

  • Casa Comum, 30 de Sezembro de 1950
  • Notas dum diário imaginário

  • Início da guerra da Coreia.

No passado dia 3 de julho, depois de várias tentativas para derrubar o governo do sul, a Coréia do norte ataca de surpresa a capital do Seul.

A península da Coreia tinha sido cortada por uma linha demarcatória que dividia dois Estados: a República da Coreia a sul e a Republica Democrática da Coreia a norte. Essa demarcação, existia desde 1945, por um acordo entre os governos de Moscovo e Washington, dividindo o povo coreano em dois sistemas políticos opostos, no norte o comunista apoiado pela União Soviética e, no sul, apoiados pelos Estados Unidos

O governo do sul por sua vez enviam tropas comandadas pelo general Douglas McArthur para que a Coréia do sul retire os invasores do seu território.

Em Setembro, as forças das Nações Unidas começam uma ambiciosa ofensiva para retomar a costa oeste, ocupada pelo exército norte-coreano. No dia 15 desse mês, chegam com certa facilidade a Incheon, perto de Seul, e algumas horas depois entram na cidade ocupada. Os setenta mil soldados norte-coreanos são vencidos pelos cento e quarenta mil soldados das Nações Unidas. Cinco dias depois, exactamente três meses após o início das hostilidades, Seul é libertada.

Com essa vitória, os Estados Unidos mantêm sua supremacia no sul. No primeiro dia de Outubro, as forças internacionais violam a fronteira do paralelo 38, como os coreanos haviam feito, e avançam para a Coreia do Norte.




  • Faulknner recebe o prémio nobel da Literatura
No dia 10 de Dezembro o escritor norte-americano William Faulkner recebe o Prêmio Nobel de literatura por sua obra


Eterno tímido, costumava dizer que preferia a companhia de seus amigos caçadores e da gente simples de sua fazenda ao brilho das rodas literárias. Tornara-se escritor movido por uma força interior que lhe proporcionava, nos melhores momentos, alçar-se à altura de seus autores prediletos.
Afirmava que não saía de casa sem levar Shakespeare em um bolso e o Antigo Testamento em outro.

12 de maio de 2023

A cínica amnistia

 

A cínica amnistia



  • Casa Comun, 1 de Abril de 1946
  • Amiga severa
Manifestação do MUD junto do monumento a António José de AlmeidaManifestação do MUD junto do monumento a António José de Almeida
Entramos num ano novo com os velhos problemas e dificuldades e os atavismos tradicionais. O povo luta com as fracas armas que tem para vencer a miséria e essas mesmas dificuldades, que lhe são impostas por uma ditadura feroz que lhe cala a voz e o violenta.

Todas as oportunidades são boas para o protesto, como a manifestação a 31 de Janeiro organizada pelo MUD junto ao monumento a António José de Almeida e que a partir da evocação dum acontecimento, ligado à história do republicanismo português, aproveita-o sempre para salientar que os acontecimentos políticos que hoje se vivem em Portugal, não têm que ver com essa história, nunca a ditadura se pode confundir com República, porque essa terminou em 1926.

A extinção do campo de concentração do Tarrafal aparecia , em todas as manifestações, como uma das principais reclamações do povo português bem como a exigência de libertação dos antifascistas aí condenados à morte lenta


Poderosas manifestações e comícios da 0posição Democrática marcam a campanha eleitoral que Salazar é forçado a conceder, sob a pressão da opinião pública nacional e internacional. «Amnistia» e «Extinção do Tarrafal - duas das principais reclamações apresentadas na campanha levaram a que a 26 de Janeiro tivessem embarcam com destino a Portugal os presos «amnistiados» do Campo de Concentração do Tarrafal. e que chegaram a Lisboa a 1 de Fevereiro.


Eram 110 o número de detidos chegados a Lisboa mas permanecem ainda no campo de Cabo Verde 52 deportados.


Demonstra bem esta atitude que Salazar, apenas amnistiou alguns presos políticos, para dar uma acalmada na opinião pública nacional, embora esta lhe interesse muito pouco, mas sobretudo para iludir a opinião internacional, que o exigia na sequência da lufada libertária que sacudiu o Mundo, no fim do nazismo




Já ouviu falar minha amiga no jovem cantor americano chamado Frank Sinatra, que se augura uma grande carreira agora que lançou o seu primeiro album chamado a Voz de Frank Sinatra


5 de maio de 2023

Os ditadores também se abatem

  • Os ditadores também se abatem

  •  Casa Comum, 5 de Maio de 1945

  •  Não tenho por hábito, festejar a morte de ninguém, mas desta vez abrir uma garrafa de champagne e francês para honrar as resistências francesa e italiana, pelo desaparecimento dos dois tiranos Mussolini e Hitler e no espaço de 2 dias.

  •  O Duce foi apanhado pela resistência e fuzilado juntamente com a sua companheira, Clara Petacci que embora pudesse fugir, preferiu permanecer ao lado dele até o fim.

  •  As últimas palavras de Mussolini – em óbvia deferência à sua personalidade egocêntrica – foram: " Atirem aqui " (disse ele apontando para o peito). " Não destruam o meu perfil"

  •  Os seus restos mortais e de Clara estão expostos na Piazalle Loreto em Milão fala-se que a sua autópsia vai ser filmada e tornada pública. 

  • Só o seu passado bárbaro pode justificar esta conduta primária do povo italiano Dois dias depois chegam notícias da morte de Hitler. 

  • Ainda duma forma confusa, diz-se que terá cometido suicídio, mas como o seu corpo não apareceu, subsistem as dúvidas sobre o seu fim. Para uns terá sido cremado após o suicídio, por ordem sua para evitar a devassa do seu corpo, como aconteceu a Mussolini.

  •  Já ouvi considerar-se a hipótese de fuga para parte incerta Também a sua mulher Eva Braun, com quem se  teria casado pouco antes do suicídio, optando pela morte com o seu amado, românticas estas namoradas dos ditadores. 

  •  Ao saber destas atitudes, é que o nosso indestrutível líder Salazar, não quer oficializar as suas aventuras amorosas, parece que dá azar, pensará ele. 


3 de maio de 2023

Ialta uma conferência para dividir a Europa




  • Casa Comum, 31 de Março de 1945
Cara amiga


Não foi a primeira vez que abordam esta temática,em 1939 fizeram-no, porém as condições com que se encontraram agora em Ialta, são felizmente diferentes, tem o cheiro da vitória, que em 39 não havia

Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Josef Stalin, reuniram-se entre 4 e 11 de Fevereiro passado no Palácio Livadia, numa estação balneária, nas margens do Mar Negro, na Crimeia, para definir a partilha da Alemanha, cabendo à União Soviética o predomínio sobre a zona Oriental, enquanto as potências capitalistas prevaleceriam na Ocidental.

Mais do que a partilha da Alemanha cuja derrota está eminente, julgo contudo que estarão a discutir, as suas zonas de influência na Europa e que ultrapassará por certo em muito as fronteiras alemãs.

Enquanto isso, o avanço das tropas aliadas e soviéticas chega ao território alemão. O avanço dos dois exércitos já havia sido previamente combinado, ficando a tomada de Berlim a cargo do Exército Vermelho.

Falou-se também a criação duma Organização de Nações Unidas. com o objectivo de acabar com as guerras e sonho é ajustar as divergência nos gabinetes, é um sonho lindo, que não sabemos se virá a acontecer

Pois como a minha amiga como sabe, tenho esta paixão pelo cinema português, muito embora por vezes o resultado não seja grande coisa. Desta vez fui ao Politeama ver o novo filme do Jorge Brun do Canto, que ele completou no ano passado, chamado "Um homem às direitas"


Para obstar à nossa dependência de matérias-primas, energia e ... de tudo o mais, que a guerra tem agravado e em muito contribuído para a penúria e para fome, Salazar lembrou-se de criar uma lei, a Lei do Fomento e Reorganização Industrial que pretende estabelecer as linhas mestres da política industrializadora para os próximos anos, que pretendendo condicionar as importações, desenvolvendo uma política concentracionista e monopolizadora, que em muito, tenho a certeza, vai enriquecer o seu lote restrito de amigos, no fundo meia dúzia de famílias.

Contaram que o ano passado tornou-se operacional uma máquina a que chamam computador e tem nome de gente, Mark I, fabricado por uma tal IBM no Estados Unidos, Howard Airen, um professor da Universidade de Harvard a dirigir.

MARK I foi construído na sequência da celebração, em 1939, de um contrato entre a Marinha dos Estados Unidos da América e aquela Universidade de Harvard para construção de um calculador de tabelas para uso na navegação. A IBM financiava a construção do calculador em 2/3 e o restante foi financiado pela Marinha dos Estados Unidos da América.

O MARK I tem cerca de 17 metros de comprimento por 2,5 metros de altura e uma massa de cerca de 5 toneladas. Quando em funcionamento, diz-se que reproduz o ruído de uma grande sala cheia de de velhinhas todas a tricotar ao mesmo tempo.

Enfim, cara amiga, americanices, gastar tanto dinheiro para calcular tabelas para a navegação parece-me que é mesmo de quem tem muito para esbanjar e não há guerra que o diminua.



1 de maio de 2023

A guerra nas Ardenas e os GACs internos

  •  Casa comum, 28 de Fevereiro de 1945


  •  Amiga Severa 

  •  Enquanto a guerra de recuperação aliada, continua violenta na Europa, muito centrada na Bélgica, que os nazis consideram crucial recuperar, para cortar as ligações aliadas.

  • O plano central de operações é nas Ardenas na Valónia, conta-se até um episódio saboroso, passada com o General McAuliffe no decorrer da Batalha do Bulge, que ao receber um ultimato de rendição dos alemães respondeu "Nuts", mas que ele já desmentiu dizendo que respondeu, usando outra palavra também com 4 letras bem mais forte.

  •  Em Setembro de 1944, o Avante! declarara que as condições estão maduras «para que, num próximo futuro, o Povo português se levante em massa contra a tirania fascista»:

  •  Como preparar essa grande ofensiva? Nas fábricas e nos campos, os movimentos reivindicativos devem ganhar uma nova intensidade, Devem multiplicar-se as reclamações por melhores salários, por um justo horário de trabalho, contra os descontos, contra o imposto profissional, pelo pagamento a dobrar das horas extraordinárias, etc.

  •  As comissões de unidade, escolhidas ou aprovadas pelos trabalhadores, em cada fábrica ou empresa, em cada localidade, em cada herdade ou povoação, devem formar-se às centenas, para encabeçar esses movimentos. 

  • As lutas reivindicativas devem unificar-se, tornar-se lutas por indústria, por localidade, por região. Os sindicatos nacionais e as casas do povo devem ser chamados e arrastados à luta. 

  •  Nestes movimentos reivindicativos, uma perspectiva deve estar bem clara: as massas unidas, solidárias, com os seus organismos de unidade constituídos, terão dentro em breve que lançar-se em lutas vigorosas contra o governo fascista, em amplas greves, manifestações, movimentos de protesto. 

  •  Para o que propunham a criação dos GACs (Grupos Antifascisas de Combate) com o objectivo de : São necessários para as lutas que antecedem a insurreição. Um GAC que se formasse e ficasse esperando de braços cruzados a hora H da insurreição seria hoje um organismo quase inútil e nunca poderia vir a ser amanhã um destacamento armado para a insurreição.

  •  Desde já podem ser atribuídas aos GACs importantes tarefas de harmonia com a situação presente. Aos GACs pode caber a defesa armada das massas contra a brutal repressão fascista, o assalto e distribuição pelo povo de géneros açambarcados, a defesa do povo e dos militantes antifascistas contra os seus inimigos, a execução de campanhas de agitação, a obtenção de armas e munições quer para o próprio GAC, quer para outros, etc.

  •  Estas são algumas das tarefas gerais que, desde já, os GACs poderão começar a levar a cabo. É a tentativa do PCP, de preparar o povo para o fim da guerra que se adivinha pelo menos na esperança de todos nós.

  •  No mês passado foi desmantelada mais uma tentativa de golpe militar, para derrubar Salazar, mais uma que aborta entre quartéis e que integrava elementos de sectores liberais, dos meios monárquicos, que se movimentam desligados do PCP e desse GAC s que estão sendo criados.

  •  São muitas as desconfianças que impedem a unidade nacional anti-fascista necessária para o bom êxito desses projectos. Afinal foi só o descontentamento do funcionalismo civil e militar que criou esse boato.

  •  A 14 de Fevereiro, porém, Salazar concede um aumento salarial de 15% o seu braço direito militar o tenebroso Santos Costa procede a algumas trocas de chefia e tudo se acalma.

Temas e Instituições