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1 de maio de 2023

A guerra nas Ardenas e os GACs internos

  •  Casa comum, 28 de Fevereiro de 1945


  •  Amiga Severa 

  •  Enquanto a guerra de recuperação aliada, continua violenta na Europa, muito centrada na Bélgica, que os nazis consideram crucial recuperar, para cortar as ligações aliadas.

  • O plano central de operações é nas Ardenas na Valónia, conta-se até um episódio saboroso, passada com o General McAuliffe no decorrer da Batalha do Bulge, que ao receber um ultimato de rendição dos alemães respondeu "Nuts", mas que ele já desmentiu dizendo que respondeu, usando outra palavra também com 4 letras bem mais forte.

  •  Em Setembro de 1944, o Avante! declarara que as condições estão maduras «para que, num próximo futuro, o Povo português se levante em massa contra a tirania fascista»:

  •  Como preparar essa grande ofensiva? Nas fábricas e nos campos, os movimentos reivindicativos devem ganhar uma nova intensidade, Devem multiplicar-se as reclamações por melhores salários, por um justo horário de trabalho, contra os descontos, contra o imposto profissional, pelo pagamento a dobrar das horas extraordinárias, etc.

  •  As comissões de unidade, escolhidas ou aprovadas pelos trabalhadores, em cada fábrica ou empresa, em cada localidade, em cada herdade ou povoação, devem formar-se às centenas, para encabeçar esses movimentos. 

  • As lutas reivindicativas devem unificar-se, tornar-se lutas por indústria, por localidade, por região. Os sindicatos nacionais e as casas do povo devem ser chamados e arrastados à luta. 

  •  Nestes movimentos reivindicativos, uma perspectiva deve estar bem clara: as massas unidas, solidárias, com os seus organismos de unidade constituídos, terão dentro em breve que lançar-se em lutas vigorosas contra o governo fascista, em amplas greves, manifestações, movimentos de protesto. 

  •  Para o que propunham a criação dos GACs (Grupos Antifascisas de Combate) com o objectivo de : São necessários para as lutas que antecedem a insurreição. Um GAC que se formasse e ficasse esperando de braços cruzados a hora H da insurreição seria hoje um organismo quase inútil e nunca poderia vir a ser amanhã um destacamento armado para a insurreição.

  •  Desde já podem ser atribuídas aos GACs importantes tarefas de harmonia com a situação presente. Aos GACs pode caber a defesa armada das massas contra a brutal repressão fascista, o assalto e distribuição pelo povo de géneros açambarcados, a defesa do povo e dos militantes antifascistas contra os seus inimigos, a execução de campanhas de agitação, a obtenção de armas e munições quer para o próprio GAC, quer para outros, etc.

  •  Estas são algumas das tarefas gerais que, desde já, os GACs poderão começar a levar a cabo. É a tentativa do PCP, de preparar o povo para o fim da guerra que se adivinha pelo menos na esperança de todos nós.

  •  No mês passado foi desmantelada mais uma tentativa de golpe militar, para derrubar Salazar, mais uma que aborta entre quartéis e que integrava elementos de sectores liberais, dos meios monárquicos, que se movimentam desligados do PCP e desse GAC s que estão sendo criados.

  •  São muitas as desconfianças que impedem a unidade nacional anti-fascista necessária para o bom êxito desses projectos. Afinal foi só o descontentamento do funcionalismo civil e militar que criou esse boato.

  •  A 14 de Fevereiro, porém, Salazar concede um aumento salarial de 15% o seu braço direito militar o tenebroso Santos Costa procede a algumas trocas de chefia e tudo se acalma.

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