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14 de agosto de 2009

As rosas negras da ditadura desabrocham em Maio



Casa Comum, 31 de Maio de 1939

Cara amiga

Bem à americana, é a forma como eles se impõe ao mundo, quero dizer que nada melhor para reanimar a economia e reafirmar a saída da crise iniciada em 29, que organizar uma grande exposição mundial em Nova Iorque que foi planeada durante 4 anos e cujo os objectivos também passam por levantar o espírito americano, tendo sido escolhida a data do 150º aniversário de George Washington como presidente dos Estado Unidos.

Lá estiveram a trabalhar, os elementos da geração de ouro, reconheça-se, das artes portuguesas deste nosso tempo Bernardo Marques, Carlos Botelho, Kradolfer, Thomaz Melo,José Rocha, Emmerico Nunes, conhecida como a equipa do António Ferro e que já havia trabalhado na Exposição de Paris em 1937.

É difícil exigir aos artistas, que tão poucas oportunidades têm em Portugal para desenvolver a sua arte, que introduzam conceitos políticos nas poucas oportunidades que lhe surgem, mas custa-me constatar que não se demarcam dos eventos de propaganda salazarenta.

Canto da Maia, um dos mais notáveis artistas dos nosso tempo, escultor com estatuto internacional executou para essa exposição um baixo relevo a que chamou a Família em Portugal, inspirado nos conceitos salazarentos da família pobrezinha mas honrada e feliz, que obtém grande êxito nesse evento.

Recordo-lhe uma escultura desse notável artista a que chamou Beni soit le fruit de tes entrailles, de 1922.

Por esta nossa Lisboa o mês de Maio em especial, é o mês dos friut fascistóides a saber , o congresso da MP entre 21 e 28 de Maio, o respectivo acampamento nacional, já o III calcule-se, macho por natureza e o salão de Estética da MP feminina , que estética não é coisa de homem.

Uma vez mais uma comemoração do 28 de Maio, com o respectivo desfile na Avenida da Liberdade (estranha contradição, quando há tanta falta dela), e o habitual discurso de circunstância do ditador desta feita focando o "aliciante" tema "A Legião-expressão da consciência moral da Nação".

Ia me esquecendo das habituais medalhinhas de circunstâncias aos principais servidores do Estado Novo, desta feita calhou a Botelho Moniz, Mário Pessoa e a David Neto, será possível que alguma desta gente com valor, não venha um dia a revoltar-se contra o ditador ?


Eu deixo a minha homenagem pela via do swing de Oscar Aleman e o seu quinteto de jazz, no tema Donkey Serenade.



O convite musical é para o Piano Concerto nº 1 de Prokofiev, escrito antes da sua saída da Rússia, por causa da revolução bolchevique, que hoje muito o critica, mesmo depois do seu regresso à pátria em 1934. Esta peça é de 1912, portanto imune às criticas da nomenclatura soviética.


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