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30 de junho de 2008

Até quando quiseres Minucha

Vagueio por esta casa hoje quase abandonada, desde o momento em que a minha amiga Minucha, agarrou nas malas me entregou a chave e disse até já. Curiosamente tinha feito um post, que falava exactamente nos ciclos da vida das pessoas que se encerram, foi assim com o meu amigo Henrique, é agora com a Minucha.

Foi magnífico o curto espaço de tempo de com ela partilhar a Casa. Vínhamos aqui, fazíamos uma limpezas, tinha levado um restaura grande, por ter as paredes esburacadas, de algumas quezílias entre residentes, no tempo da gestão da D.Hilda.

Mas a Minucha fechou um ciclo, ela disse que voltará um dia e é mulher para cumprir.
Fique com o meu abraço e a minha ternura.

Olho me no velho espelho do hall de entrada e pergunto-me " E agora Luís ? que fazer ?", acompanhado de fazedores esquecidos, que não encontraram gozo em ser inquilinos, ou por outra em pagar a renda, pelo menos de vez em quando, que me resta fazer senão fechar a porta também e deitar a chave ao rio ?

Só hesito porque embora pareça ridículo, em quem tenta "tocar" 20 blogues ao mesmo tempo, acabar com este, custa-me dar-lhe o tiro de misericórdia, quase tanto como ás vezes custa matar uma formiga.

Havia gente que eu gostava de convidar para entrar, mas me inibo de o fazer, para não estar a incomodar e porque também é suposto que os meses de Verão, sejam de menor actividade .

Por enquanto fica assim , pensarei melhor no que fazer da Casa, talvez seja cedo para ficar devoluta.

28 de junho de 2008

Ciclos

Recebi do meu amigo Henrique, (penso que se recordam de lhes ter falado dele e dos nossos almoços), uma longa carta que não digo seja de despedida, porque os amigos, não se despedem, mas de encerramento dum ciclo da sua vida.

Quando chegamos a uma certa idade, apercebemos que a nossa vida é feita de ciclos, que se abrem e se encerram e que correspondem também eles em alternância, entre épocas globalmente felizes e outras menos boas. Eu digo, eu sinto que são 7 anos, mas além desse tema não vir agora a propósito, nem sequer sei se o Henrique, sabe isso é demasiado jovem.

Dizia-me ele na sua carta

"Julgo Luís que tu serás o único dos meus amigos, capaz de compreender a decisão que tomei, para a minha vida, na sequência daquele caso do meu envolvimento com Mafalda.

Decidi que não ia encetar nenhuma ligação com ela e tomei a decisão de abandonar o País e recomeçar a minha vida bem longe, tão longe quanto a Austrália possa ser distante para que eu me esqueça que existi no meu País, já que as pessoas que lá deixo, jamais deixarão de viver em mim, dentro de mim no meu coração.

Porquê podem perguntar-me, se afinal tinha conquistado a Mafalda a mulher da minha vida, porquê abandonar isso ?

A verdade é que não me pude conquistar a mim para essa causa. Tenho a consciência que a amarei sempre profundamente, mas também sei que nunca poderia ser feliz, sabendo que para a ter, tinha traído o meu melhor amigo, a sua confiança e a sua amizade.

Não o amor não pode justificar tudo, seria fácil encolher os ombros e dizer, "que querem apaixonei-me," mas não é verdade o amor só por si não justifica nada mais, do que um simples acto egoísta como outro qualquer.

Á Luisa, a minha mulher, não disse nada escrever-lhe-ei quando lá longe me refizer dos remorsos, que a sua perplexidade pelo acontecido lhe deixou. Porém não misturo as coisas, lamento ter deixado uma mulher que também amei um dia, mas há algo de contraditório em mim, o não deixar de me sentir, paradoxalmente, honesto com ela, por não ter protelado, uma relação que já não existia.

Não levo como recordação o amor da Mafalda para comigo, também ela não pode compreender que não se pode ser feliz, vivendo contra si próprio.

Um abraço meu amigo até breve, peço-te que não deixes que me chamem cobarde

Henrique

Não meu amigo, jamais deixarei que te chamem o que não és, mas sim alguém que tem a capacidade de amar toda a gente menos a ti.

Mas procura, procura sempre sabe-se lá se o que procuras, está logo atrás da porta do novo ciclo.

Florbela Espanca - Eunice Muñoz

24 de junho de 2008

ARROZ DE PATO





Pato mudo



Eu prefiro os patos mudos, mas façam com o pato que mais lhes aprouver.
Peçam para partir o pato em oito bocados.


Num tacho que que tenha tamanho suficiente para fazer o pato e mais tarde o arroz, cá por casa tem de ser grande porque nunca faço com menos de três patos mudos, os maiores, os que têm menos gordura e com a carne mais escura.
Ponham os pedaços de pato a fritar sem nada no tacho, com a pele virada para baixo
Quando virem que os primeiros pedaços já largaram toda a gordura, voltem-nos e deixem fritar, do outro lado e ponham-nos num sítio perto do lume para não arrefecerem muito e vão continuando a fritar os restantes pedaços.


Quando estiverem todos fritos, retirem todos os pedaços e façam na gordura que restou um refogado apurado com duas ou três cebolas bem picadas (as cebolas dependem da quantidade de pato)
Quando o refogado estiver bem apurado, mas não queimado, juntem todos os pedaços de pato no tacho e deixem-nos aquecer.
Depois com um bom cognac ou uma boa aguardente velha portuguesa, reguem os bocados e deitem-lhes fogo.
Deixem arder bem, com uma colher de pau, abram espaços para poder queimar bem.
Vai-se deitando água aos poucos, para estufar o pato e não água em demasia para o cozer.
O pato vai minguando e vai-se acrescentando sempre água aos poucos, para mais tarde se poder vir a fazer o arroz.


Quando o pato está pronto, retira-se do tacho e ainda morno desfia-se. Morno é mais fácil de se lhe tirar a pele.
Normalmente faço esta parte de véspera, para no dia seguinte ser mais fácil retirar o excesso de gordura.
Não a deitem fora, porque a gordura do pato faz magníficas carnes assadas, ou mesmo melhora muito um bom bife, desde que se acrescente à gordura inicial um pouco da de pato.
Faz mal ao colestrol, O.K., mas também não se come todos os dias.
Não se esqueçam do sal e de alguma pimenta moída na ocasião.


Meço o arroz e a água e para ele ficar bem seco, como gosto, pondo o dobro menos uma da medida de arroz.
Já não faço refogado, deixo só o arroz cozer na água. Há quem goste de pôr chouriço a cozinhar ao mesmo tempo que o pato, eu nunca ponho, acho que corta o sabor do marreco.
Quando o arroz está pronto faz-se o que é habitual.
Num tabuleiro de barro, ou num pirex, fazem cama de arroz, espalham bem o pato por cima e cobrem com arroz.
Batam um ovo e pincelem por cima do arroz e enfeitem com rodelas de chouriço.
Levem ao forno até estar dourado e bem quente.


José Quitério, gosta mais de no arroz de pato, pôr o marreco por cima do arroz, desta vez sem ser desfiado, indo assim ao forno.
Eu acho que fica muito seco e José Quitério nunca comeu o meu arroz de pato, se não dava a mão à palmatória.
Acompanhem com uma boa salada.


Era assim que se fazia em casa da minha avó e fica divino, com o arroz bem escurinho, de ter sido estufado o pato, em vez de lhe porem molho de soja para o escurecer.

20 de junho de 2008

Nós só queremos ser felizes

Tenho para mim que a verdadeira ambição, talvez a única de todos nós, é muito simplesmente SER FELIZ. Por vezes pode parecer que não, aventarem-se outras hipóteses, mas pensando bem todas as se resumem a esse desejo.

Porque me lembrei hoje de algo tão evidente ? A resposta tem que ver com a notícia do dia de ontem, a eliminação da selecção nacional de futebol às mãos da poderosa e fria Alemanha. Não quero falar aqui em futebol, não interessa escrever mais, acerca dessa matéria já que além de ser notícia em todos os jornais é tema na boca de toda a gente.

Hoje que a desilusão e a tristeza está evidenciada na cara da maioria dos portugueses, não falta quem venha criticar esse estado de alma, com o argumento que há coisas mais importantes na vida que o futebol. Reconheço que sim, muitas outras coisas são mais importantes que o futebol. Contudo peço a algumas dessas sumidades criticas, que por força, provavelmente de terem muitas formas de serem felizes, não menosprezem, nem adulterem o direito que muita gente têm de ter um único momento de felicidade, nos dias em que a selecção nacional de futebol ganha um jogo.

Pessoalmente, mais do que saborear as vitórias portuguesas, fico feliz, quando vejo a alegria estampada no rosto de pessoas nesses dias de vitória, que me deixam adivinhar a dificuldade do seu viver nos outros todos  do ano.

Para muitos é alienação, para mim também será alienação, não discordo, mas não terão também eles, cada vez em maior número na sociedade portuguesa, direito ao seu dia de alienação, de alegria, e de num dia ou outro por ano, sentirem orgulho de ser português ?

Que mais acontece no seu dia a dia que realmente os faça vibrar ? Que poderá mais fazê-los gritar o orgulho de ser português na esperança do amanhã mais risonho ?.

A permanência do país nos últimos lugares europeus, nos rankings das coisas boas que realmente interessam ao dia a dia dos portugueses, apetece-me dizer Obrigado selecção de futebol, pelo menos convosco,  ficamos nos oito melhores da Europa.

Esta semana não houve almoço, nem da gerência, nem dos meus amigos, também alguns deles andam dispersos, incluindo o Silva, que anda lá pela Suíça, desde o início do campeonato. 

Hoje de manhã recebi um SMS dele dizia, "ontem engatei uma alemã, fui dormir com ela, ganhei nos penalties. António"





17 de junho de 2008

A gerência atraca a bom porto(III)

Não gosto de pato, por isso a única maneira em que lhe pegava se estivesse morto e depenado era fazê-lo em arroz, porque o meu é diferente de todos.

Normalmente o que fazem é cozer o pato, eu estufo-o, o que faz uma diferença enorme em sabor e cor.

Um dia destes dou a receita.

Mas se estivesse vivo, punha-o lá, a ver se me cortava a relva que amanhã é dia de o fazer e não me apetece, porque são duas horas de trabalho puxado.

Mas também gosto de patos para ornamentar tanto em prata como em louça.

Por isso vês que é difícil responder-te concisamente.

Pois olha Minucha devo dizer-te que arroz de pato, é um dos meus pratos favoritos. Antes de comprar tudo feito, eu tinha péssimo hábito de ter que trabalhar e como acontece nas grandes cidades, ninguém vai almoçar a casa, ao contrário do que acontece em Portimão.

E num dos restaurantes onde ia , era conhecido pelo senhor do arroz de pato, porque o comia muitas vezes.

Entretanto confundiste-me com essa de teres que cortar a relva do jardim.

Pergunto-me admiradíssimo se essa não é exactamente uma das tarefas associadas ao "pato-marido".

Pergunto se não for para terem um jardineiro, um electricista, o homem do lixo, o passeador do cão, o canalizador e etc. Para que é que as mulheres se casam ?

Olha lindo, se comes arroz de pato em restaurantes e se gostas, passavas-te com o meu.
Digo-te mais

Os meus ex cunhados ainda hoje se lembram do meu arroz de pato, e já lá vão mais de trinta anos desde a última vez que o comeram.

Lá em casa quem corta a relva sou eu, ele faz outras coisas mais pesadas.

Viemos para o campo com a condição imposta por mim, já estou arrependida um milhão de vezes, não de ter vindo, mas de ter imposto esta condição, para sermos nós a "curtir" o trabalho.

A curtição passou logo, podes crer, desde o dia, dias, em que plantei sozinha 1200m2 de relva, nem te conto.

Estava eu, a brincar a brincar, a tentar levar-te para o campo das relações de poder eternas, essa coisa que afinal é o equilibrio de toda a nossa vida, as relações marido/mulher, mas hoje não está para as minhas provocações.

Claro que é tudo maravilhoso quando se repartem as tarefas o que nem sempre acontece, sobretudo nas gerações mais antigas.

Realmente esse lado poético, do curtir o campo, deve ter tido o seu momento maravilhoso.

Faz-me lembrar aquela do alentejano que disse ao lisboeta que as batatas fazem mal aos rins e perante a dúvida do citadino, ele perguntou-lhe "então amigo já experimentou plantá-las ? "

Olha lá por é que não mudam de vida, agora já mais velhotes ?

Mas eu respondo à tua provocação. Já me puseste de bom humor.

Mas respondo em nome pessoal, não vou generalizar.

Não preciso de um homem para nada disso, porque sei fazer e faço todas essas coisas. Sempre fui polivalente.

Preciso do "meu" ao pé de mim, pela simples razão de que gosto dele, muito, mais do que quando comecei a viver com ele.

Preciso dele pala cumplicidade, preciso dele, pelas gargalhadas que damos juntos, pelas discussões que temos que me dão um prazer enorme, mesmo zangados, preciso dele porque não quero viver sem ele, apesar de não ter medo nenhum da solidão, mas não quereria viver sem o amor dele.

Não mudamos de vida, porque só de pensar que teríamos de viver para um andar nos dava uma coisa má, porque adoramos estar aqui, porque fizemos esta opção só há nove anos.

D' aqui só saio para um lar, ou para a cova, mas para mais lado nenhum.

Bem eu quando disse mudar de vida, não era de local, era só de estilo de vida, digamos, aliviar essas tarefas mais pesadas, pagando a alguém que as fizesse.
Realmente deve ser horrível a pessoa habituar-se a viver com espaço e depois ter que voltar a um andar.
Se não te importares quando chegar ao meu poiso, vou mudar a música do blogue,lembrei-me duma coisa e tu vais lembrar-te também, quando ouvires, que eu dedico a ti e ao teu, como tu dizes.
Bom parece que estamos no fim do almoço.
Mais um vez te digo que foi um encanto estar contigo, vais pagar a continha do almoço, que eu cá sou pelas igualdades. Para a próxima trazemos alguém o que é que achas ?
Agora vais ter que me dar boleia e “TANGA NIZI” como costuma dizer um amigo meu

Sabes dá trabalho, mas no fundo qualquer um de nós gosta de o fazer, porque o gozo é ainda o sermos capaz de fazer. É como fazer ginástica que detesto, mas depois sinto-me lindamente,è igual.

E se convidássemos o Funes? achas que ele aceitaria?

Pago o almocinho com imenso gosto e dou-te boleia também com prazer, vamos conversar em off.

Mas lá essa outra expressão é a primeira vez que a ouço, mas gosto do som.

Fico à espera da surpresa.


É com dizem os tipos que falam inglês da doca querendo dizer TAKE HER EASY (Vá com calma).
Convidar o Funes era de facto uma magnifica ideia.

13 de junho de 2008

A gerência atraca a bom porto(II)

- Ainda não decidimos, Luís, se vamos comer as ameijoas ao natural ou se preferes de outra maneira qualquer.mas esta lagosta vivinha que nos estão a mostrar vamos comê-la cozida, não achas?

Seria uma pena tirar-lhe o sabor, porque a lagosta aqui de Cascais ou Guincho é a melhor do mundo.


Estás de acordo? ou preferes de outra maneira. Prova o patê que é uma maravilha. e este Pata Negra costuma ser dos melhores

-Olha Minucha,ameijoas como eu gosto delas é ao natural, não gosto que compliquem as coisas com molho que só devem servir para disfarçar menor qualidade. Concordo contigo, mas eu gosto é dos lombinhos e vou cometer uma heresia, pelo menos deves considerar assim, mas eu adoro salada russa com bocados de lagosta e muita mayonese.

Sou louco por mayonese como tudo, mesmo o que não gosto desde, que embrulhado nela. Nunca experimentei embrulhar a comida que mais detesto favas, mas se calhar também marcham
.

Patê e o presunto também marcham e vem a propósito já que é tempo de Santo António. Foste ao arraial, ou não entras nessa já que suponho não seres lisboeta ?

- Óptimo, também as prefiro ao natural com limão.
E claro, a lagosta com maionese, mas aqui depois desossam, enfim, uma maneira de dizer a cabeça e as patas então verás o bom que é comer os lombos da cabeça sem lhes pôr as mãos.

Claro que sou Lisboeta e que adoro Lisboa!
Não vou ao arraial, que já nada tem a ver com aqueles onde ia, além de que o preço da sardinha é hoje proibitivo.

Nan! fico-me aqui pela lagosta. Adoro sardinhas nem imaginas as saudades que tenho das de Portimão debaixo da ponte, mas pagá-las ao preço da lagosta isso não. Ainda por cima não me fico com uma dúzia.

Mas queria-te perguntar a propósito de um comentário que fizeste se sentes muito o racismo por terras Algarvias, se sentes no sentido de saberes se por aí há tanto como pelas grandes cidades cá de cima.

Deves saber que esses locais para comer sardinha em Portimão, que se chamavam "debaixo da ponte", já desapareceram, transferiram-nos para o outro lado da ponte, onde por acaso não gosto de ir, perdeu-se o encanto do rústico e da confusão.

Continuo é a ir mesmo de baixo da ponte, esse restaurantes não desapareceram é actualmente onde vou comer sardinhas, chama-se Forte e feio e já lá levei os amigos, que agora estão de férias.

Cada vez mais para mim a questão do racismo, é um tema geracional e cultural, com excepção de alguns grupelhos de idiotas, existe infelizmente mais arreigado na nossa geração, são esse que continuo a ouvir clamar contra os pretos e contra a corja dos ucranianos (vais tudo para o mesmo saco desde que sejam de leste), talvez um pouco menos contra os brasileiros.

Francamente é tema com que embirro e me custa ouvir, quando encaramos o problema como portugueses que como sabemos, tanto se alimentaram noutros países, como reflexo da política salazarenta da fome, mas que não me admira volte a acontecer de forma massiva, por força do liberalismo económico, que a pouco e pouco vem ganhando terreno, acolitado pelo socialismo socrático.

A vida nas grandes cidades é mais difícil que nas pequenas, portanto também o racismo se exacerba.

- Mas sabes que vivo perto de uma aldeia, a Várzea de Sinta, e aqui nenhum emigrante se fixa, pois os locais não os recebem bem.

Os brasileiros então ainda pior.

As pessoas esquecem-se é que os emigrantes sejam de onde forem vêm fazer o trabalho que os portugueses não querem fazer, pelo menos cá. Vão para fora porque ganham mais lá mas tem havido casos, mesmo em Espanha, mas não só, os nossos acabam por ser escravizados em muito piores condições se por cá ficassem.

Eu não consigo perceber alguns dos nossos emigrantes.

Bom também não me queria referir a aldeias muito pequenas, mas não percebo a razão da recusa que dizes haver aos estrangeiros, nos pequenos aglomerados nem sequer se pode dizer que seja porque vão roubar os empregos que a existirem são ocupados por familiares.

Esse caso em Espanha talvez tenha sido uma excepção, não havia um português envolvido, penso que encarregado ou simplesmente engajador de mão de obra ?

Bem mas falando de assuntos sérios, de sobremesas aqui como é ? Adoro leite creme,(o nosso amigo José Torres se calhar chama-lhe creme queimado) mas lembro o do minha mãe, ela tinha um ferro para queimar lá o ponto de rebuçado, ou como é que vocês os especialistas chamam a isso.

Nos restaurante já deixei de pedir, vem sempre aquela coisa gelada tipo massa de sapateiro, que me apetece atirar à cabeça do empregado.


O último leite creme que comi num restaurante e cheguei a ir lá mais vezes por causa disso, foi num restaurante que existe no Mercado de Santa Clara, onde é a Feira da Ladra, conheces.

Eu sou o tipo de gajo guloso a quem os amigos, mais as mulheres deles, gostam de presentear miminhos doces, há tempos uma amiga fez-me um leite creme que palavra de honra, parecia mesmo o da minha mãe, ela disse por curiosidade que tinha levado 24 ovos, dá para perceber porque razão os restaurantes o assassinam .

Mas houve um caso mais grave na Holanda.

Sabes que eu de doces...nem olho a lista. Mas sei que aqui há uma mousse gelada de avelã que é uma especialidade.

Também faço um leite creme que leva imensas gemas, porque o leite creme só leva gemas, não leva ovos, mas não chaga às duas dúzias, a não ser que seja para um batalhão de pessoas. (risos)

Não, não é o ponto de rebuçado que é queimado. Queima-se o açúcar para fazer rebuçado, para não me alongar muito em explicações em que ficavas a ver navios.

Era uma travessa jeitosa, mas como habitualmente eu como metade, porque o resto da rapaziada, ou não gosta de doces, ou optam pela elegância (também é o teu caso, por certo) de modo que cá o Luisinho afinfa-lhe em cheio.

Mas meu Deus compotas com bocadinhos de fruta inteiros lá dentro é milagre dos céus. Eu fui castigado, casei com uma magra, que detesta doces e não sabe fazer nem um bolo daqueles simples.

Uma vez experimentou, saiu tal merda que teve que deitar fora o prato onde pôs o bolo , estava grudado nele.

Enfim eu digo-lhe que se soubesse fazer doces era perfeita, e ninguém é .

Agora vou fazer-te uma pergunta difícil, se apanhasses um pato a jeito, como é que tratavas dele para o comer ? olha que o José Torres é como Deus, está lá em cima a ver-te.

(continua no dia 14 num blogue perto de si)

10 de junho de 2008

A gerência atraca a bom Porto(I)



Levei o Luís ao Porto de Santa Maria, no Guincho.
Peixe e marisco do melhor.
Gostei da sua reacção à minha condução: ainda "travou" aí uma vez ou duas, mas de resto não lhe ouvi nem um ui.
Para homem que é conduzido por uma mulher, passou no exame, nem parece da minha geração.
Só gostava de saber se lhe custou muito ou não o conter-se. Só "abri" na estrada do Guincho, que até lá, a marginal já não dá grande espaço de manobra.

- Umas ameijoas para abrir, está bem? Gostas de lagosta? aqui vale a pena comer, ainda por cima nem sujamos as mãos.
Gostas de Alvarinho? Palácio da Brejoeira é óptimo e liga sempre bem com marisco.
Mas como sei que agora está na moda o tinto com tudo, se o preferires......


Realmente "travei", mas isso é normal, também te deve acontecer, quando vais de "pendura no lugar do morto", Tenho que confessar, que tu para mulher não guias nada mal, é verdade. Percebi perfeitamente a razão porque dizes que a marginal agora não dá espaço de manobra, tem polícia a mais não é ?

Olha que eu também guio depressa, quando venho a Lisboa ver o Sporting, nunca demoro mais de 2 horas, ás vezes menos e para isso é preciso não baixar dos 160. Tenho é a mania que topo os carros à paisana, reduzo para tentar ver os "sinais exteriores de civilidade" dos condutores, se usam chapéu à "chaparro", se levam mulheres ou crianças e sobretudo se não são Fiat Punto, ou equivalente.

Não sou grande apreciador de marisco, mas falas exactamente nas poucas coisa do género que como, ameijoas e lagosta, junta a "caca" da sapateira se for bem feita, carapaus com bigodes, grelhados e com molho de manteiga e acabou-se a minha lista de mariscada.

Por acaso é verdade eu sempre gostei mais de vinho tinto, tenho a particularidade quando vou a festas com amigos, manter-me de princípio a fim agarrado ao vinho, nada de bebidas diferentes, ou dos falsos digestivos.

Vamos lá no Brejoeira também gosto.

Ando há que tempos para te perguntar, o que te fez entrar nesta coisa na blogosfera ?

- E eu a pensar que querias falar de poderes.
Não sou programada, por isso a entrada na blogosfera nada tem de programação.

Apareceu uma vez no Expresso uma lista dos dez blogs com mais entradas editadas.
Entrei pela primeira vez na blogosfera a visitar os dez mais dessa lista.
Fixei-me em dois blogs e daí parti à descoberta de mais.

Dois meses depois abri o Claras em Castelo, para experimentar, sem saber o que iria fazer e fui mudando o registo conforme me apetecia experimentar,está bem diferente desde o início.

Mas neste momento estou viciada, apetece-me escrever, coisa que nunca tinha pensado em fazer.

Por acaso a mim os amigos diziam-me que essa coisa dos blogues, tinha "a minha cara", mas nunca esperaram que eu levasse tão a sério a missão ao ponto de ter uma imensidão de blogues. Já lhes disse que é apenas por uma questão de arrumação temática mais nada, é o mesmo que ter só um e escrever todos os dias, mas por acaso até nem é.

Realmente é um bocado viciante até foi por saber isso que demorei a entrar.

Já que falas no Claras, foi o único caso, em que fui ler todos os post que fizeste desde o início, bom realmente não li intensamente, mas pelo menos passei os olhos por todos os posts, não me perguntes porque fiz isso porque não sei responder.

Falar de poder se pensarmos bem é o que todos nós fazemos todos os dias, em cada um, da imensidão de blogues que entram diariamente na blogosfera.Quando falamos num blogue contra o governo, estamos a falar numa relação de poder

São imensos os poderes porque a vida não é mais do que uma relação continua de troca de poderes, onde uns mandam e outros são subordinados, talvez a doçura de sermos avós, tenha que ver com o facto de já não sermos precisos, no exercício do poder para educar, que pensas disso ?

- Em relação a ser avó....costumo dizer que os filhos são o Amor da vida e que os netos são o são o sal da vida
Os netos não são só a ternura, são a permissividade, por isso se pode disfrutar a 100%.
Há quem diga que os educam. Eu recuso-me.
Cá em casa fazem tudo aquilo que não podem fazer em casa dos pais, o que lhes dá a eles e a mim a noção da beleza da transgressão.
Acho muito mais importante ensinar-lhes a transgressão, do que tentar educar.
É fundamental, na minha maneira de ver, saber-se transgredir e isso podes acreditar que os meus netos aprendem comigo.

A relação de poderes de que falas....não sei...a blogosfera a mim não me dá poder nenhum, é isso aliás que me dá tanto prazer.

No dia-a-dia, tento não o exercer em nenhuma circunstância, que acabam sempre por ocorrer, quanto mais não seja como "patroa" de uma empregada.

Com o "meu" o poder já não existe há muito, já existiu, mas de há uns anos para cá, como já nos conhecemos tão bem, as cedências fazem-se à primeira, sem pressões nem guerras. As discussões cá em casa são mais sobre política, porque temos maneiras de ver completamente diferentes.

Dos teus blogs nem falo. Se eu sou viciada, não sei o que te hei-de chamar.

(continua sexta-feira, num blogue perto de si)

7 de junho de 2008

O almoço cá da gerência (III)

Não sei se já reparaste que quase chegamos à conclusão que "antigamente", os patrões eram melhores do que são hoje. È uma conclusão "apetecível", porque realmente as condições de vida de hoje , são absolutamente inóspitas para a generalidade dos trabalhadores.

Acho que é uma tentação dizer isso, mas não corresponde à verdade, falamos de alguns casos isolados, de patrões com comportamento acima da média, porque as condições económicas e políticas lho permitiam o que não acontece hoje.

Lembro que existiam leis proteccionistas como a do condicionamento industrial que também lhes permitiam poder considerarem-se donos do mercado, pelo menos nalgumas circunstâncias por outro lado, o controle da actividade sindical, era tão intenso que permitia também que, as tabelas salariais mínimas, fossem tão baixas que facilitava o pagamento acima desse valores.

Claro que outra coisa, era construir bairros para os operários como fez o teu avô, que para além de ser homem com formação para isso, também sabia que a vida da empresa estava garantida, mesmo que houvesse chineses (e não havia), Também não havia mercado aberto e liberalismo a rodos e muito menos UE.

Concordas com o que eu digo ? Mas olha que ainda tenho pendente por aí, falar-te doutros poderes, queres ver que temos que ir almoçar amanhã outra vez

- A empresa familiar teve de lutar contra o proteccionismo dado a outras.
Por exemplo:

pediram alvará para mais tonelagem na produção, foi-lhes negado e tiveram de comprar uma empresa que estava em falência para conseguir o tal alvará que essa tinha, mas no essencial estou de acordo contigo.

Almoçar contigo é sempre um prazer.

Vamos dividir a conta.

-Pois é verdade isso do condicionalismo industrial era terrível, tinha a assinatura clara do Botas, era o controlo absoluto de toda a sociedade, protector nalgumas situações de monopólios.

Como se dizia na altura Portugal era pertença de 7 famílias e do Cerejeira.

Eu realmente sou doutro tempo, quando era impensável, que me fizesses essa pergunta da divisão da conta.

Era tão óbvio, que pagar contas em almoços com senhoras era tarefa masculina, condizente com o ditado "onde há galos não cantam galinhas". Os homens, sentiam-se mal quando as mulheres em público, puxavam de dinheiro para pagar.

Quantas vezes entre casais, para evitar o embaraço dessa situação a mulher passava o dinheiro por debaixo da mesa, para o homem não fazer figuras tristes.

Aquela série que dá na RTP 1 ao domingo, que agora não me lembro o nome, é muito interessante porque reflecte muito bem, como se vivia e se pensava naquele tempo e olha que já foca só a "primavera marcelista", os tempos mais duros do António da Calçada, já tinham passado.

Naturalmente que os tempos são outros, até achava ofensivo para ti, se não dividíssemos a conta. Só nos conhecemos hoje, mas já te "leio por dentro", há muito tempo.

Mas Luís o meu tempo é o mesmo que o teu tempo e nunca, mas nunca aceitei que me pagassem o almoço, ou jantar a não ser se me convidassem.

Um convite é diferente, de se combinar ir almoçar como foi este o caso.


Mas eu também posso convidar e nessa altura sou só eu que pago.


Conheces-me, sim, eu sei.


Dividimos ou tu pagas hoje e eu pago amanhã? Convido-te


-Olha que também está certo, mas amanhã és tu que escolhes o restaurante.

Está bem, então levo-te no meu jeep e faço-te uma surpresa.

Arriscas-te a ser conduzido por mim?

l
Levo-te para fora de Lisboa a um dos restaurantes onde mais gosto de estar.


Fiz e faço, lá muitos almoços com as amigas.


4 de junho de 2008

O almoço cá da gerência(II)

Bom também é verdade que existem alguns vinhos Alentejanos de qualidade, mas para mim e para a esmagadora maioria dos meus amigos, actualmente a preferência é clara, pelo Douro.

Estávamos a falar de poder e da minha afirmação complementar da tua, que o poder É sedutor e inebriante e que obviamente vicia.

Também acho que o comportamento do poderosos é inversamente proporcional, à origem e à educação, no fundo ao "berço" de cada um, se me permites que use esse termo.

Uma coisa nunca me esqueci, quando estive na guerra colonial (eu fui sempre um militar de cidade), alguns pretos (não uso expressões ofensivas tipo "de cor" ou "negros") me dizerem que eram, mais mal tratados, por alguns soldados do exército português, exactamente os oriundos do campesinato, do que pelos oficiais.

Como é obvio o ditado "não sirvas a quem serviu e não peças a quem já pediu" está certo, concordas ?

- Sempre gostei muito dos vinhos do Douro.
Claro que o Alentejo também têm muito bons vinhos, principalmente os da Fundação Eugénio de Almeida, os meus preferidos.Mas os vinhos Alentejanos estiveram na moda, o que os inflacionou.

Depois há pessoas que nada percebem de vinhos e que partem do princípio errado, que se é caro é bom. Não é só nos vinhos que isto acontece.

Uso muito esse ditado, Luís; mas no que se refere ao Poder, não estou 100% de acordo com ele, melhor dizendo, acho que esse ditado se refere mais ao poderzinho, por exemplo na arrogância e estupidez da maior parte da polícia, GNR, PSP.

Quando falo em Poder, nas empresas por exemplo, assisti a muitos abusos e das pessoas de quem menos se esperava.
O "paternalismo" dos empresários, que tanto foi criticado, nunca era abusador e foi substituído pelo Poder sem escrúpulos, por ser económico e financeiro.

-Ah é verdade já me esquecia da policia, PSP e GNR os teus ódios de estimação, tenho uma ideia dum post teu no Claras, que relata uma aventura com a GNR, que é simplesmente delicioso.

Eu sei que sou polémico quando digo isto, mas a verdade é que por natureza nós somos sempre contra o poder, sobretudo esse poderzinho das pessoas, que exercem essa autoridade mais próxima dos cidadãos.

Clamamos contra a insegurança dos nossos dias, refilamos contra a falta de esquadras e já agora de polícias dentro delas, mas quando ela actua junto de nós, volta-mo-nos contra eles, lamuriamos pelo perdão se estacionamos em cima do passeio, ou se excedemos o limite de velocidade, o polícia é um malandro, que nos persegue e não nos trata com o devido respeito.

Por outro lado, muitas das pessoas da nossa geração ainda veneram o poder, sobretudo o poder político. Consideram por exemplo, que quando no parlamento o Louçã , chama mentiroso ao Sócrates, isso é condenável porque o Sócrates é primeiro ministro e não se chama mentiroso ao primeiro-ministro, mesmo que o seja.

Que queres dizer com isso do poder "paternalista" e penso que te referes ao "antigamente" da velha senhora, nunca ser abusador ?

Para já acho a expressão "nunca" sempre excessiva e pouco rigorosa, mas qual é o sentido que dás à palavra "abusadora", não levavam empregaditas para a cama era ?

Não, estás enganado, até me dou muito bem com a polícia, mas tenho assistido a cenas com o "meu", que não têm sido agradáveis.

Normalmente os polícias tratam melhor as mulheres, e as polícias tratam melhor os homens.

Só não me safei da multa do telemóvel e foi por pouco!
Ainda estou à espera que digam se me tiram a carta ou não.

A mim não me incomoda nada os insultos que se chamam dentro do Parlamento. Estão entre iguais, e se querem que seja essa a linguagem, a mim é-me indiferente, embora ache que não dignifica nem quem chama, nem quem é chamado.

Em vez de mentiroso, pode-se dizer "o senhor está a faltar á verdade".

Se o Sócrates ou outro qualquer for estúpido, não se lhe pode chamar estúpido, ou então estás a defender a maneira do Jardim falar contra a oposição.

Ou bem que chamam todos, ou bem que não chama nenhum.

Claro que tens razão, 'nunca' é sempre exagero, mas tens de aprender que sou sempre exagerada na minha maneira de falar (gargalhada) outro defeito! mas vais ter de habituar.

Mais uma vez generalizei. Mas repara :

Os latifundiários alentejanos, não eram paternalistas e abusavam do poder, do pagar mal, da fome dos trabalhadores

Mas houve empresas, cujos patrões fizeram casas para os empregados, creches, e pagavam acima da média e eram considerados paternalistas e esses não abusavam dos trabalhadores, como massa de assalariados.

No entanto no que se refere a levar as empregadas para a cama, só se não pudessem (sorriso trocista), mas também aconteceu numa geração onde culturalmente, era aceitável fazê-lo e todas as acções se devem ver nos seus contextos culturais.

Mas a verdade é que não eram pressionadas, ou pelo menos não estavam em risco e tiravam, também, dividendos disso.

Cuidado, desta vez não estou a generalizar, estou a falar de casos pontuais que conheci bem e estou a falar da geração dos nossos avós, e não da dos nossos pais.

-Bom vamos lá a ver, reconheço que esse rótulo do paternalismo, existiu muito como te lembras num certo período do pos-25 de Abril, proveniente do reconhecido exagero na linguagem política que existiu na altura, mas é verdade que existiram pessoas que foram isso, para além da condição acessória de patrões, lembro o Nabeiro em Campo Maior e esse, se teve problemas depois do 25 de Abril, não foi com os trabalhadores mas com o governo e administração fiscal. Porque no que ele tinha ninguém se atreveu a tocar-lhe.

Reconhece que esses "paternalistas" que falas foram uma minoria.

A mesma minoria que hoje existirá e os tempos são outros. A maioria dos patrões está-se nas tintas para que se não possa viver com menos de 400 euros por mês. Pagam o que a lei manda e mais nada.

Espera lá que já continuo a responder-te, mas está na hora da sobremesa, imagino que te fiques pela fruta, já que sei não seres gulosa, mas olha que eu não perdoo uma mousse de chocolate que vi no escaparate, quando entrei.

Não sei se foram uma minoria, Luís.

O grande patronato, não abusou muito, nem tinha os lucros fabulosos que têm agora os empresários e os banqueiros.

Vou-te falar de 3 famílias: António Champallimaud, Jorge de Mello e os Espirito Santos.

Nunca pagaram mal. Fizeram as grandes indústrias e os grandes bancos, mas deram emprego a milhares, e não eram mal pagos.

Não queria falar da minha família, que era uma pequena empresa no 25 de Abril. Mas devo dizer-te que nunca houve uma greve na Crisal, Cristais de Alcobaça, nem mesmo depois dos sindicatos estabelecerem os ordenados para os vidreiros. Os seus ordenados eram superiores aos estabelecidos.

As casas dos operários, feitas pelo meu Avô, foram vendidas aos filhos destes, por dez tostões, e só por ter de haver um preço numa venda.

Parece-me que o abuso é muito maior nos tempos de hoje.
Agora é que só se pensa em dinheiro, em lucro e mais nada.

Não meu querido, nem fruta, fico-me pelo café

(continuará para a 3ª parte)

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