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10 de dezembro de 2007

As Fugas ao Fisco


Estive na estranja por uns dias, desta vez como freelancer.

Fui acompanhar uma pequena empresa; pequena em número de empregados e em facturação, mas uma média empresa se tudo fosse facturado, o que não é o caso. Possivelmente nem sequer metade das vendas serão facturadas.

A Fiscalidade portuguesa anda esquecida de uma fatia importante do mercado de arte, se é que não anda totalmente esquecida desse mercado, deixando-os pensar as melhores maneiras para fugir ao fisco, pensando em que advogados os defenderão melhor, quem serão os melhores contabilistas, os mais ardilosos, organizando-se.
Ora neste fuga, como é evidente, deixam de se pagar o IRC e pelo menos o IVA.

Não sei qual o estatuto fiscal dos pintores ou escultores, mas estes, como as Galerias não facturam aos clientes, por sua vez, também não facturam às Galerias.
O mercado da arte vive de pinturas e esculturas que não existem, nem perante o fisco, nem perante a legalidade, fazendo-se imensas falcatruas.

Não sei como estará o mercado dos leilões, mas consta que há imensas peças que se vendem antes e depois do leilão, sobre as quais deixam de incidir os normais impostos.

Para mim, isto é tanto mais imoral, quanto o acesso da arte é só para os mais ricos, para coleccionadores, e dentro destes estão tanto particulares, como museus, como instituições bancárias e empresas.

Não me venham falar da crise. No mercado de arte crise é uma palavra desconhecida.
Quando um cliente se queixa do preço da peça de arte que quer aquirir, o primeiro desconto é retirar o IVA, se "chorar" mais um pouco, lá lhe fazem mais 10% de desconto.
Porque será que as maiores feiras de Arte são nos finais de ano, ou nos princípios dos mesmos, sempre antes do fecho do ano fiscal?

Qualquer artista que está a começar tem peças vendidas a 2.000 €.
Com facilidade, em qualquer artista mais conhecido, os preços atingem os 30.000 €, em peças ditas de pequeno formato, chegando as de médio formato a atingir os 60.000 €.
No final do ano é ver, as profissões liberais e não só a comprar quadros e esculturas!
Qualidade de vida fiscal, é o que existe neste mercado!

4 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Já agora que os bancos ficaram isentos e cheios de mordomias ... o socialismo ou social democracia destes barões e dos que já sobrevoam o erário público, capitaneados por um médico, assim o permitiu, porque não eu ?????
É por isso que todos os anos vou para tribunal com o fisco.
Este ano queriam quase 13.000 euros.
Se tivesse assaltado algum banco, ainda tolerava tal dislate mas ... a doença começou coma 1ª ida para tribunal.
Tenho alguns milhares, não de euros a receber, destes 6 anos.
Alguns já prescreveram e portanto sem julgamento, a razão é minha.
Este ano pura e simplesmente pedi para todos que me abatessem ao que me devem ... não senhor.
Pagava e reclamava depois ...
Por isso, espero uma aberta, vendo o cardenho e vou veranear com a minha metade para um local, onde haja, areia, água e sol e não o fisco impessoal!

Uns que fujam ao fisco, outros que fujam do fisco e para bem longe!

Luís Maia disse...

Dou razão a Xistosa e ao ditado, ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão.

Admito que seja difícil de controlar esse tipo de negócios. Digo difícil não digo impossível. Provavelmente se houvesse uma ASAE para as galerias de arte que começasse por perguntar pela facturas de compra dos objectos que têm em exposição.

Quem está lixado são os africanos aqui em Portimão, que vendem arte na rua. è lhe passada uma lição camarária, mas que só os autoriza a vender onde não passam pessoas.
Depois vem a fiscalização, apreendem-lhes as peças que tentam vender na zona ribeirinha, no dia seguinte vão lá busca-las pagando uma multazinha camarária para voltarem a vender no dia seguinte.Este é o ciclo que interessa à câmara manter

É assim a mafia das receitas públicas deppis admiram-se que batamos palmas quando alguém escapa.

maria faia disse...

A Galeria que acompanhei, vendeu 15 quadros de 40 que levava.

Nem um facturado. o valor destes quadros foi de 63.200 € em três dias de vendas.

são milhões de Euros por mês, Xistosa.
Como é possível? como é possível que ninguém queira ver?

maria faia disse...

Estás enganado Luís.
Não é preciso ASAE nenhuma. è começar com uma, e quando virem os resultados vão a todas e a correr.
Há também sinais exteriores de riqueza.
Comecem por perguntar como arranjaram o dinheiro para comprar as respectivas galerias.
É normal o branqueamento de capitais. Caramba , toda a gente sabe disto, não anda nos segredos dos deuses.

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