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7 de janeiro de 2008

Abaixo a "sensura"


Confesso que entrei este ano, falando muito mais do passado do que o habitual.

Não me considero um saudosista, ou aquele tipo de pessoa que anda sempre a dizer "no meu tempo é que era". Também porque acho mesmo que no meu tempo é que NAO era.


Talvez um pouco porque elegi a Casa Comum como o sítio para falar de mim, ao ter descoberto, que dos 17 blogues que tenho em funcionamento, não havia nenhum onde concretamente isso acontecesse.

Tenho os blogues das músicas diversas, os da história o da refilísse política o das coisas das vidas actuais e das passadas, enfim tudo menos um poiso para falar do EU.

Talvez essa seja a razão porque falo mais do passado, do tempo mais activo da minha vida já que o presente, depois de reformado, se passa num tempo mais lento, muito mais previsível e eventualmente mais desinteressante para terceiros.

Há dias no baú das memórias vi uma foto minha, junto ao meu velho Volkswagem, (toda agente da minha geração teve um VW), o meu primeiro carro e confesso que me comovi, porque me lembrei desses tempo em que tive o meu VW.

Um já velho carro em segunda mão, que consegui comprar em prestações, a letras como se dizia nesse tempo.
As aventuras que com ele passei talvez possam ficar para outro dia.

Hoje o que me lembrei foi de como era difícil ter um carro nesse tempo, já tinha 32 anos a caminhar para meio cota como agora dizem.15 anos antes eram raros os amigos que tinham carro e curiosamente os pais dos meus amigos também não.

Comprar casa não passava pela cabeça de nenhum jovem das minhas relações quando pensavam em casar, alugava-se casa e pequenina, porque os ordenados eram em contos de muito pouco reis.

Hoje não é assim é inconcebível um jovem citadino, não ter um carro ou comprar casa quando se casa. Percebe-se que o valor dos arrendamentos versus prestação da casa em compra é equivalente.Parece tudo melhor e mais confortável.


Naquele tempo podia dar-se por feliz, quem conseguisse ter ordenado todo o mês, para muita gente sobrava fome e privações. Ninguém tinha nada de seu, mas também não havia dívidas, não havia cartões de crédito, financiamento bancários populares, nada, nenhuma ajuda para além do prego.


E o meu velho VW, ali esteve sempre firme, na sua fraca exigência em servir-me, nada mais que umas mudanças de óleo uns platinados ou uns calços de travões de vez em quando e sempre fiel a pegar à primeira, mesmo no Inverno.


Naquele tempo percebia-se o grunhido resmungão dos mecânicos da unha suja, nada era electrónico como hoje e o sensor do não sei quantos, diz não sei o quê e quem afina o carro é ela a máquina que a gente nunca vê.


Ingrato, um dia troquei o meu velho carro VW e hoje tenho pena de não o ter conservado, com a certeza que ele me continuaria a exigir a factura do costume, velas e platinados (se calhar os fabricantes com inveja dele deixaram de os fabricar).

Talvez o meu azedume de hoje se deva ao facto, de amanhã pela 5º vez em menos dum mês, tenha que ir com o meu carro à oficina, para ver se desta vez conseguem resolver o problema duma luz amarela que um sensor qualquer insiste em manter acesa no meu tablier.


Abaixo a "sensura", quero o unha suja de volta.

2 comentários:

maria faia disse...

um carocha e vendeste?

bem digo que que o auto retrato que fizeste, foste realista.
Aqueles parafusos vieram mesmo a calhar.

A resposta há-de ser em post. porque não estou de acordo com algumas coisitas que para aí dizes.

Luís Maia disse...

Venha lá o post, detesto Yes Woman do que graças a Deus não tens nada.

Tenho esta mania de escrever coisas controversas, sou eu e o Afonso Henriques, gosto é de porrada.

É verdade que vendi o meu carocha, um dia conto histórias que tive com ele. Acho que o vendi em 1978, por 15 contos, para compra um Lancia velho por 100.

Não tiveste um VW ? óptimo para namorar no banco de trás

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