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30 de maio de 2008

O almoço cá da gerência (I)

Há quem me chame cota e se mo chamam por alguma razão será.

Uma delas tem que ver com alguns hábitos que cultivo ( já foi pior quando não havia carros com fecho de porta centralizados ao alcance dum clique ), ter o hábito de abrir primeiro as portas, para as senhoras passarem e outros que ainda tento manter, como por exemplo o de considerar que o facto da Minucha vir almoçar comigo, justificava a preocupação de não escolher um sítio qualquer.

Lembrei-me que o Faz figura da Rua do Paraíso em Lisboa, tem mais qualquer coisa que um simples local para comer, tem um vista linda sobre Lisboa.

Não nos conhecíamos pessoalmente, fui um pouco ridículo confesso, provavelmente mais um tique de cota, pois pensei dizer à Minucha num toque de romantismo bacoco, que levaria na mão um livro, dum clássico qualquer do romantismo do sec. XIX. Reconheçamos que é muito mais prático, deixar o nome na recepção, para que me identificassem logo que a Minucha chegasse.

Aguardei alguns minutos, desfrutando a vista sobre Lisboa abraçando a meu Gin Tónico com a certeza que não iria esperar muito tempo, já que embora chegada da Várzea, montada no seu bólide, Jeep qualquer coisa, que ela adora e a sua longa experiência de condução, não me iria dar a habitual seca bem feminina.

Acertei, 5 minutos não é nada, ei-la, acabada de chegar, os dois beijinhos clássicos e o mesmo para beber.

Ainda não tínhamos escolhido o que comer, quando me lembrei de lhe perguntar o óbvio, já que olhava a menú do restaurante.

-Não sei afinal ,se estou ou não em presença duma simples curiosa da culinária ou duma pessoa com canudo e mestrado em gastronomia e pergunto-te não só pelos post frequentes que fazes no Claras com receitas, como no teu blogue, tens bem destacados uns tantos sítios de cozinheiros ou de pessoas altamente conhecedoras de culinária.

- Sabes lindinho, és mais alto do que te imaginava, mas de resto estava perto vá lá saber-se porquê.
Não sei o que consideras canudo em gastronomia, mas sei que cozinho desde os 13 anos, que gosto muito de o fazer, e que não deixo a empregada sequer fazer uma sopa.
Tirando a Nouvelle Cuisine de que não sou admiradora, leio sobre usos e costumes de outros países, invento e isso é o meu maior gozo, e tenho o dom, se assim se lhe posso chamar de conseguir fazer tudo o que como num restaurante de que goste.
Não preciso de receitas, estou indecisa entre o folhado de queijo da serra e o crepe de cogumelos...não, crepe de cogumelos e caril vermelho de gambas, e tu o que vais comer?
Porque tu de culinária pelo o que contas és um bom garfo, e mais nada.

Não me canso de olhar esta vista. Como Lisboa é bonita!.

-Caril nem pensar,detesto isso, bem como picantes dum modo geral, no caso especial do caril essa coisa cheira-me a cavalos.
Prefiro pá de cabrito no forno e se gostares um vinho do Douro da Ferreirinha.
Para mim culinária , são latas de atum e ovo estrelado.
Curiosamente julgava-te mais alta e não te esperava morena, imaginava-te ruiva que é tom das mulheres rabitesas de pêlo na venta, desculpa a expressão é a ideia que talvez tenha resultado dalguns "desencontros ideológicos" mais aguerridos que tivemos em tempos.

Ah! Mas deixa-me dizer-te que quando digo rabitesas é um elogio, detesto dengosas, as yes woman, as adoradoras do marido, que também já o foram do papá e estão prontinhas para ser do patrão, em suma as que adoram o poder. As galinhas que adoram servir.

- Picantes é comigo, gosto imenso e uso-os com frequência.
Nunca fui "yes" do que quer que seja. Não faço parte das galinhas, disso podes ter tu a certeza.
Mas sabes, o poder, porque já o tive quando trabalhava, pode ser sedutor, inebriante e viciante. É necesário estar alerta, para se não cair na tentação do abuso e principalmente saber abrir mão dele, quando é tempo disso.

-Sei que não és galinha, aliás o nosso já "velho" relacionamento, diz-me bem que se tiveres algum defeito e se isso for defeito, estou ainda para saber, é alguma precipitação na contestação algum "vício" de contestar, lendo atravessado, algo que alguém te diz, que tu "queres ler" outra coisa e reages intempestivamente.

Sabes bem que isso se passou connosco algumas vezes. Ora essa reacção é antítese da mulher-galinha que referi.

Olha, a propósito, e já que o nosso almoço está a decorrer como eu esperava, muito interessante, acho melhor gravar este nosso almoço, porque ou fazemos um post interminável o que me parece chato ou gravamos e publicamos em dias seguintes em prestações suaves, que achas ?

Acho interessante essa alusão que fazes às relações de poder, que concordo e vou mais longe, não pode ser É Sedutor, inebriante e viciante, vamos falar disso.

Gostas do vinho ? Acho interessante este Esteva, é um vinho honesto, tem um preço razoável e não deslustra a qualidade Ferreirinha

- Só tu Luisinho para me fazeres rir. Eu acho que tu é que interpretas mal o que eu digo.
Não leio atravessado, tu é que fazes insinuações, não sei de dás por isso, mas que estavam nos lugares em que te contestava estavam.

Não conta só a letra de forma, conta também como se diz.

Sou intempestiva,claro que sou, deveria contar até dez e não consigo sequer lembrar-me de contar (gargalhada).
,
Não, não é vício de contestar. Quando contesto para entrar em discussão, normalmente é com calma, mas claro sou muito mais emocional do que racional.

É defeito sim.

Acho que tens razão. É melhor não fazer posts grandes de mais. Grava lá a conversa.

O poder é isso tudo, e tu também já passaste por ele. Se começamos a falr do Poder, nunca mais acabamos.

Gosto do vinho, claro. O Esteva é sempre bom. Gosto muito de todos os vinhos Ferreirinha e tenho em casa umas preciosidades. Poucas, mas preciosidades.

9 comentários:

Anónimo disse...

Não disse na nossa conversa, Luis, mas gostei de te conhecer.

E sabes? todos os vinhos cá em casa, são escolhidos por mim. Também sei de vinhos, apesar de ser a única coisa em que sou conservadora.
Vou experimentando novos, e reconheço-os como muito bons e também os compro, mas volto sempre aos que já há mais tempo

Beijo, Lindinho

xistosa, josé torres disse...

SÓ SE FALA EM COMER E BEBER ... QUE "GORDA" CONVERSAÇÃO, não sebácea ou atoucinhada, mas doutras famílias mais encorpadas e fortes.
Tenho andado com problemas no portátil. Substituí o antivírus e parece-me que não nos vamos dar bem ...

Daí a ausência ...
A propósito ...
Não sobrou nada do caril vermelho de gambas.
É mesmo verdadeira a localizaçaõ do cardenho, nº 86.
Depois devolvo o recipiente ...

Bom apetite. Desculpem, bom fim de semana!

Luís Maia disse...

Pois olha que eu não sou de confiança para escolher vinho.

Alguns que eu gosto têm o aplauso dos meus amigos entendidos, outros vezes chamam-me nomes e impedem-me de ser eu a escolher.

Uma vez em casa dum amigo, ele abriu 5 ou 6 garrafas dum vinho tinto marca conhecida e de prestígio que não lembro o nome porque diziam os entendidos estava passado.

Desespero o meu ao ver deitar fora um vinhinho que me estava a saber tão bem, parecia mesmo vinho velho.

Já provaste o Douro Continente que custa 2,99 € ?

Então não é porreiro ?

É o que eu digo esta mulher é completíssima, ela cozinha, ela prova vinha e sabe, ela acelera que nem um homem, ela escreve bem, é do Porto para ser do contra,

é o que digo malta macha que lê este blog, destas é de fugir , dão imenso trabalho.( agora é que a barraca vai abanar)

Quanto ao resto não está mal para sessentona passa muito bem

Anónimo disse...

Mas q belo almocinho,heim?Recheado e regado do bom e do melhor.Assim é q é!
Luís,gabo-lhe a boa companhia.É sempre 1 prazer ter-se 1 mulher assim à mesa,até a comida sabe melhor.
Aposto consigo q vai vir já aí disparada a chamar-me bajulador e blá,blá,blá.lolol
Mas q são os 2 uns "cotas" à maneira,disso não tenham duvidas.
Uma beijoca à dama.
Um abraço ao cavalheiro.
E q venham mais almoços desses.
JC

Anónimo disse...

Ai, ai, ai, ai!

Não dou trabalho nenhum, até faço tanto!


Era vinho velho, podes ter a certeza disso, por isso poder estar passado.
Agora deitar fora é que não!
Aproveita-se na cozinha e melhora qualquer cozinhado, até uma simples sopa.



Mas eu Luisinho, venho de uma família de vinicultores, dos bons, que acabou com o meu Avô.
No próximo almoço levo-te uma garrafa de Aguardente de 1936, não foi um ano bom, mas mesmo assim bebe-se muito bem.

Beijinho

PS: já tinha comentado esta madrugada, mas de certeza que me esqueci de carregar no publicar. Raios, a idade tem destas coisas, já nem se pode fazer uma noitada prolongada....

Anónimo disse...

bajulador, não Imperador,

porque não gosto da palavra, cheira-me sempre a vigarice.

Mas que são os teus olhos de Amigo, isso acho que sim.
Sorriso

A dama, agradece com vénia, meu queridinho

beijinho para todos

Mateso disse...

Devo dizer, metendo a garfada em prato alheio, que caril de gambas quando feito devidamente é ambrósia... depois aqui por perto o Douro é terra quente e rosada de bonds vinhos e o cabrito? Nem lhes conto nem lhes digo... a propósito O Carvalho em Chaves faz parceria com o Faz Figura.. aconselho vivamente.
Fico de boca aguada não só pelo repasto mas sobretudo pelo diálogo...espécie de sobremesa (agridoce) antecipada.
Continuem.
Bj.

Luís Maia disse...

Caro Mateso

Não conheço o Carvalho em Chaves, mas fico com vontade.

lá para 3ª feira deverá aparecer a II parte do almoço

Um abraço

Anónimo disse...

Aiiii que almoço delicioso!!!hihihihi
Também gosto dos vinhos Ferreirinha..aprendi com o meu imperador...porque podem não acreditar..mas detestava vinho..todos!!!hihihi
Mas agora não posso beber..não convém..não é??? Mas que agora ia um copito..lá isso ia..ainda por cima com o cheiro que vem ali da cozinha...cruzes!!!hihihihi
Fico à espera da segunda parte do almocito...
Um beijinho aos dois!!:)
Cleo

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