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17 de junho de 2008

A gerência atraca a bom porto(III)

Não gosto de pato, por isso a única maneira em que lhe pegava se estivesse morto e depenado era fazê-lo em arroz, porque o meu é diferente de todos.

Normalmente o que fazem é cozer o pato, eu estufo-o, o que faz uma diferença enorme em sabor e cor.

Um dia destes dou a receita.

Mas se estivesse vivo, punha-o lá, a ver se me cortava a relva que amanhã é dia de o fazer e não me apetece, porque são duas horas de trabalho puxado.

Mas também gosto de patos para ornamentar tanto em prata como em louça.

Por isso vês que é difícil responder-te concisamente.

Pois olha Minucha devo dizer-te que arroz de pato, é um dos meus pratos favoritos. Antes de comprar tudo feito, eu tinha péssimo hábito de ter que trabalhar e como acontece nas grandes cidades, ninguém vai almoçar a casa, ao contrário do que acontece em Portimão.

E num dos restaurantes onde ia , era conhecido pelo senhor do arroz de pato, porque o comia muitas vezes.

Entretanto confundiste-me com essa de teres que cortar a relva do jardim.

Pergunto-me admiradíssimo se essa não é exactamente uma das tarefas associadas ao "pato-marido".

Pergunto se não for para terem um jardineiro, um electricista, o homem do lixo, o passeador do cão, o canalizador e etc. Para que é que as mulheres se casam ?

Olha lindo, se comes arroz de pato em restaurantes e se gostas, passavas-te com o meu.
Digo-te mais

Os meus ex cunhados ainda hoje se lembram do meu arroz de pato, e já lá vão mais de trinta anos desde a última vez que o comeram.

Lá em casa quem corta a relva sou eu, ele faz outras coisas mais pesadas.

Viemos para o campo com a condição imposta por mim, já estou arrependida um milhão de vezes, não de ter vindo, mas de ter imposto esta condição, para sermos nós a "curtir" o trabalho.

A curtição passou logo, podes crer, desde o dia, dias, em que plantei sozinha 1200m2 de relva, nem te conto.

Estava eu, a brincar a brincar, a tentar levar-te para o campo das relações de poder eternas, essa coisa que afinal é o equilibrio de toda a nossa vida, as relações marido/mulher, mas hoje não está para as minhas provocações.

Claro que é tudo maravilhoso quando se repartem as tarefas o que nem sempre acontece, sobretudo nas gerações mais antigas.

Realmente esse lado poético, do curtir o campo, deve ter tido o seu momento maravilhoso.

Faz-me lembrar aquela do alentejano que disse ao lisboeta que as batatas fazem mal aos rins e perante a dúvida do citadino, ele perguntou-lhe "então amigo já experimentou plantá-las ? "

Olha lá por é que não mudam de vida, agora já mais velhotes ?

Mas eu respondo à tua provocação. Já me puseste de bom humor.

Mas respondo em nome pessoal, não vou generalizar.

Não preciso de um homem para nada disso, porque sei fazer e faço todas essas coisas. Sempre fui polivalente.

Preciso do "meu" ao pé de mim, pela simples razão de que gosto dele, muito, mais do que quando comecei a viver com ele.

Preciso dele pala cumplicidade, preciso dele, pelas gargalhadas que damos juntos, pelas discussões que temos que me dão um prazer enorme, mesmo zangados, preciso dele porque não quero viver sem ele, apesar de não ter medo nenhum da solidão, mas não quereria viver sem o amor dele.

Não mudamos de vida, porque só de pensar que teríamos de viver para um andar nos dava uma coisa má, porque adoramos estar aqui, porque fizemos esta opção só há nove anos.

D' aqui só saio para um lar, ou para a cova, mas para mais lado nenhum.

Bem eu quando disse mudar de vida, não era de local, era só de estilo de vida, digamos, aliviar essas tarefas mais pesadas, pagando a alguém que as fizesse.
Realmente deve ser horrível a pessoa habituar-se a viver com espaço e depois ter que voltar a um andar.
Se não te importares quando chegar ao meu poiso, vou mudar a música do blogue,lembrei-me duma coisa e tu vais lembrar-te também, quando ouvires, que eu dedico a ti e ao teu, como tu dizes.
Bom parece que estamos no fim do almoço.
Mais um vez te digo que foi um encanto estar contigo, vais pagar a continha do almoço, que eu cá sou pelas igualdades. Para a próxima trazemos alguém o que é que achas ?
Agora vais ter que me dar boleia e “TANGA NIZI” como costuma dizer um amigo meu

Sabes dá trabalho, mas no fundo qualquer um de nós gosta de o fazer, porque o gozo é ainda o sermos capaz de fazer. É como fazer ginástica que detesto, mas depois sinto-me lindamente,è igual.

E se convidássemos o Funes? achas que ele aceitaria?

Pago o almocinho com imenso gosto e dou-te boleia também com prazer, vamos conversar em off.

Mas lá essa outra expressão é a primeira vez que a ouço, mas gosto do som.

Fico à espera da surpresa.


É com dizem os tipos que falam inglês da doca querendo dizer TAKE HER EASY (Vá com calma).
Convidar o Funes era de facto uma magnifica ideia.

12 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Pato não. Está demasiado com a palavra "português".

Anónimo disse...

sentias-te antropófago?

Se calhar tens razão táxi pluvioso...

Anónimo disse...

Obrigado Luis

estou comovida, mesmo com lágrima ao canto do olho e tudo
O que eu gosto dele e desta e há quanto tempo não a ouvia.


beijo grande

Luís Maia disse...

Adivinhava que não tinhas esquecido este velho tema do Paxti Andion.

Mas foram as tuas palavras ao almoço, sobre o "teu", que mo fizeram recordar

xistosa, josé torres disse...

Vim por aqui, mas como não gosto, (pouco e ás vezes até malcriadamente, mas já não tenho cura), de interromper conversas, vou sair de fininho, (quero dizer de lado).
Vou postar a minha receita de pato, que por sinal, primeiramente, também é "estafado" e depois repousa no forno, sobre o arroz.
Boa viagem de regresso.

xistosa, josé torres disse...

Afinal lembrei-me de deixar uma dica.
Como não gosto de cortar relva e andar a arrancar ervas, falaram-me numa relva que não deixava crescer erva e não necessitava de ser cortada.
Dá umas folhas fininhas que crescem e caiem em repuxo.
Era tudo muito bonito até ao dia em que a relva estava da altura dos arbustos.
Bem, vou cortá-la ...
Não há máquina nem tesoura que lhe pegue ...
Tive que ir à feira e comprar uma foice e pedir que me ensinassem como aquilo funcionava, porque o jardineiro que por vezes aparece por estes sítios disse-me que aquilo "puxava muito pelo corpo"
Cortei-a como pude, mas vai crescer até ultrapassar os arbustos.
também tenho azar que a água é ferrosa e alimenta bem as plantas.

Não haverá máquina com comando?

Anónimo disse...

Olá José


E tenho que te tratar por José? não és o Zé, para ninguém?
ou não gostas de ser Zé?

Já lá vou ver o teu arroz e depois faço a apreciação.

Nem me fales de relva que a minha estava de tal maneira alta que só a cortei ainda no mais alto que a máquina dá
Mas não serve para jogar futebol disseram os netos.....
Sexta ao sábado tenho de a cortar outra vez.

Beijinhos

Luís Maia disse...

Adoraria ter registado a visão do José Torres, feito Catarina Eufémia cortando sua relva alta.

Que pelos vistos tal como as batatas também faz mal ao rins

MFerrer disse...

E, já agora,
Sorry,
Só para informar que, apesar da comunicação social portuguesa nada dizer, o Tratado de Lisboa foi ontem solenemente ratificado pela Inglaterra. Por acaso o mais populoso país da UE e a mais velha democracia representativa...
Lá vão ter de adiar o velório e guardar as coroas funerárias...
Ou então podem enviá-las aos proprietários de terras, ditos agricultores, que se queriam mnifestar em cima dos tractores movidos a propaganda do PCP e pelo gasóleo subsidiado pelo contribuinte.
Uma coisa parva!
MFerrer
http://homem-ao-mar.blogspot.com

Anónimo disse...

Olá mferrer

Já há gasóleo agrícola, muito mais mais barato, há muitos, muitos anos.
Não me diga que não sabia?


beijinhos

Luís Maia disse...

Mferrer

Escapa-me o sentido do comentário, talvez tenha vindo a propósito da relva alta sabendo que os ingleses são loucos por jardins, relva e flores.

Parabéns pela sua satisfação pelo voto inglês, que julgo contudo não apague o NÃO irlandês, ou a Irlanda não conta ?.

Pergunto se vc não acha que face aos aumentos do preço dos combustíveis, são necessárias medidas políticas ?

xistosa, josé torres disse...

O mal das batatas é ter que levantar a enxada.
É que para baixo, desce muito mais facilmente ...
Mas para subir força os músculos dos "rinzes".
Certamente não é novidade.
mas aquela democracia parlamentar representativa e velha, aboliu o holocausto, dos programas escolares ...
para que se parlapateie!!!

Não vim só "morder"

Já há arroz de pato!

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