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13 de junho de 2008

A gerência atraca a bom porto(II)

- Ainda não decidimos, Luís, se vamos comer as ameijoas ao natural ou se preferes de outra maneira qualquer.mas esta lagosta vivinha que nos estão a mostrar vamos comê-la cozida, não achas?

Seria uma pena tirar-lhe o sabor, porque a lagosta aqui de Cascais ou Guincho é a melhor do mundo.


Estás de acordo? ou preferes de outra maneira. Prova o patê que é uma maravilha. e este Pata Negra costuma ser dos melhores

-Olha Minucha,ameijoas como eu gosto delas é ao natural, não gosto que compliquem as coisas com molho que só devem servir para disfarçar menor qualidade. Concordo contigo, mas eu gosto é dos lombinhos e vou cometer uma heresia, pelo menos deves considerar assim, mas eu adoro salada russa com bocados de lagosta e muita mayonese.

Sou louco por mayonese como tudo, mesmo o que não gosto desde, que embrulhado nela. Nunca experimentei embrulhar a comida que mais detesto favas, mas se calhar também marcham
.

Patê e o presunto também marcham e vem a propósito já que é tempo de Santo António. Foste ao arraial, ou não entras nessa já que suponho não seres lisboeta ?

- Óptimo, também as prefiro ao natural com limão.
E claro, a lagosta com maionese, mas aqui depois desossam, enfim, uma maneira de dizer a cabeça e as patas então verás o bom que é comer os lombos da cabeça sem lhes pôr as mãos.

Claro que sou Lisboeta e que adoro Lisboa!
Não vou ao arraial, que já nada tem a ver com aqueles onde ia, além de que o preço da sardinha é hoje proibitivo.

Nan! fico-me aqui pela lagosta. Adoro sardinhas nem imaginas as saudades que tenho das de Portimão debaixo da ponte, mas pagá-las ao preço da lagosta isso não. Ainda por cima não me fico com uma dúzia.

Mas queria-te perguntar a propósito de um comentário que fizeste se sentes muito o racismo por terras Algarvias, se sentes no sentido de saberes se por aí há tanto como pelas grandes cidades cá de cima.

Deves saber que esses locais para comer sardinha em Portimão, que se chamavam "debaixo da ponte", já desapareceram, transferiram-nos para o outro lado da ponte, onde por acaso não gosto de ir, perdeu-se o encanto do rústico e da confusão.

Continuo é a ir mesmo de baixo da ponte, esse restaurantes não desapareceram é actualmente onde vou comer sardinhas, chama-se Forte e feio e já lá levei os amigos, que agora estão de férias.

Cada vez mais para mim a questão do racismo, é um tema geracional e cultural, com excepção de alguns grupelhos de idiotas, existe infelizmente mais arreigado na nossa geração, são esse que continuo a ouvir clamar contra os pretos e contra a corja dos ucranianos (vais tudo para o mesmo saco desde que sejam de leste), talvez um pouco menos contra os brasileiros.

Francamente é tema com que embirro e me custa ouvir, quando encaramos o problema como portugueses que como sabemos, tanto se alimentaram noutros países, como reflexo da política salazarenta da fome, mas que não me admira volte a acontecer de forma massiva, por força do liberalismo económico, que a pouco e pouco vem ganhando terreno, acolitado pelo socialismo socrático.

A vida nas grandes cidades é mais difícil que nas pequenas, portanto também o racismo se exacerba.

- Mas sabes que vivo perto de uma aldeia, a Várzea de Sinta, e aqui nenhum emigrante se fixa, pois os locais não os recebem bem.

Os brasileiros então ainda pior.

As pessoas esquecem-se é que os emigrantes sejam de onde forem vêm fazer o trabalho que os portugueses não querem fazer, pelo menos cá. Vão para fora porque ganham mais lá mas tem havido casos, mesmo em Espanha, mas não só, os nossos acabam por ser escravizados em muito piores condições se por cá ficassem.

Eu não consigo perceber alguns dos nossos emigrantes.

Bom também não me queria referir a aldeias muito pequenas, mas não percebo a razão da recusa que dizes haver aos estrangeiros, nos pequenos aglomerados nem sequer se pode dizer que seja porque vão roubar os empregos que a existirem são ocupados por familiares.

Esse caso em Espanha talvez tenha sido uma excepção, não havia um português envolvido, penso que encarregado ou simplesmente engajador de mão de obra ?

Bem mas falando de assuntos sérios, de sobremesas aqui como é ? Adoro leite creme,(o nosso amigo José Torres se calhar chama-lhe creme queimado) mas lembro o do minha mãe, ela tinha um ferro para queimar lá o ponto de rebuçado, ou como é que vocês os especialistas chamam a isso.

Nos restaurante já deixei de pedir, vem sempre aquela coisa gelada tipo massa de sapateiro, que me apetece atirar à cabeça do empregado.


O último leite creme que comi num restaurante e cheguei a ir lá mais vezes por causa disso, foi num restaurante que existe no Mercado de Santa Clara, onde é a Feira da Ladra, conheces.

Eu sou o tipo de gajo guloso a quem os amigos, mais as mulheres deles, gostam de presentear miminhos doces, há tempos uma amiga fez-me um leite creme que palavra de honra, parecia mesmo o da minha mãe, ela disse por curiosidade que tinha levado 24 ovos, dá para perceber porque razão os restaurantes o assassinam .

Mas houve um caso mais grave na Holanda.

Sabes que eu de doces...nem olho a lista. Mas sei que aqui há uma mousse gelada de avelã que é uma especialidade.

Também faço um leite creme que leva imensas gemas, porque o leite creme só leva gemas, não leva ovos, mas não chaga às duas dúzias, a não ser que seja para um batalhão de pessoas. (risos)

Não, não é o ponto de rebuçado que é queimado. Queima-se o açúcar para fazer rebuçado, para não me alongar muito em explicações em que ficavas a ver navios.

Era uma travessa jeitosa, mas como habitualmente eu como metade, porque o resto da rapaziada, ou não gosta de doces, ou optam pela elegância (também é o teu caso, por certo) de modo que cá o Luisinho afinfa-lhe em cheio.

Mas meu Deus compotas com bocadinhos de fruta inteiros lá dentro é milagre dos céus. Eu fui castigado, casei com uma magra, que detesta doces e não sabe fazer nem um bolo daqueles simples.

Uma vez experimentou, saiu tal merda que teve que deitar fora o prato onde pôs o bolo , estava grudado nele.

Enfim eu digo-lhe que se soubesse fazer doces era perfeita, e ninguém é .

Agora vou fazer-te uma pergunta difícil, se apanhasses um pato a jeito, como é que tratavas dele para o comer ? olha que o José Torres é como Deus, está lá em cima a ver-te.

(continua no dia 14 num blogue perto de si)

7 comentários:

Anónimo disse...

Luisinho

amanhã tenho para ti um mimo no claras.

Ah, não te esqueças, agora é a tua vez de mudares a música.


beijinho

Anónimo disse...

queres mesmo que te dê a minha receita de arroz de pato?
olha que é comprida. só isso faz um post sozinho

é porque nem o José Torres alguma vez comeu um tão bom.
Não, não como doces, porque não aprecio, mas faço-os.
Agora compotas faço e como todos os dias ao pequeno almoço, quando pequeno almoço....
o que é raro

Luís Maia disse...

Minucha

Música de ópera como sabes tem que ser é uma das minhas loucura.

Receita de arroz de pato ? Publica-a mas os sapateiros não devem tocar rabecão.

Fazes compotas de ginga ou de marmelo e deixas ficar lá os bocadinhos ?
Fazes doce de ovos como aqueles que são barricados em Aveiro ?

Ó ninfa caída dos céu , teu marido deve ajoelhar aos céus de mãos erguidas e agradecer todos os dias semelhante dádiva.

Fazes me lembrar o Marquês de Marialva em Cantanhede e as sobremesas que são isto tudo que eu disse, masi pastelinhos de nata quentinhos

Estou comovido com tanta baba nos meus queixos

Eu sou desses que salivam só de pensar em doces.

Anónimo disse...

Compota de ginga nunca fiz, mas de marmelo prefiro-a à marmelada, da que se põe em tigelas
risos

e ovos moles de Aveiro são os únicos ovos moles que como.
Mas baixinho, para que ninguém nos ouça, faço-os poucas vezes, porque não paro enquanto houver alguma coisa na taça e rapo com os dedos...
gargalhada.
Também já ensinei os netos, para grande fúria dos pais, que também tiveram autorização para o fazer.

Um dia discutíamos, para ver quem podia rapar a taça, quando acabassem e nisto nunca lhes dei vantagem, era o salve-se quem puder.
Bonita educação, heim?

Quando acabar este almoço dou a receita do arroz de pato.

Já foste colher o meu mimo para ti?

Beijinho

Anónimo disse...

Obrigado pela Cavalaria Rusticana

xistosa, josé torres disse...

Passei e cheirou-me.

Arroz de pato, não sei "marcas" desses bichos, mas uns têm uma carne mais avermelhada. (não são grande coisa. Para mim)
Outros, a carne é mais parecida com a do frango.
Mas a textura é diferente. (são os melhores).
Felizmente não gosto.
Como se me convidarem e por educação.
Mas não deixo acabar a refeição sem dizer que não gosto.

Bem vistas as coisas, a única coisa que não gosto, é de trabalhar ... o restante lá vai indo, cantando e rindo.

Continuação de bom apetite.

Anónimo disse...

Olá José


Perguntei lá em baixo, mas pergunto outra vez aqui.
Não gostas de pato? de nenhuma maneira?
Eu não gosto de pato, mas gosto do meu arroz de pato, que nada tem a ver com os outros.


beijinho

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