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28 de junho de 2008

Ciclos

Recebi do meu amigo Henrique, (penso que se recordam de lhes ter falado dele e dos nossos almoços), uma longa carta que não digo seja de despedida, porque os amigos, não se despedem, mas de encerramento dum ciclo da sua vida.

Quando chegamos a uma certa idade, apercebemos que a nossa vida é feita de ciclos, que se abrem e se encerram e que correspondem também eles em alternância, entre épocas globalmente felizes e outras menos boas. Eu digo, eu sinto que são 7 anos, mas além desse tema não vir agora a propósito, nem sequer sei se o Henrique, sabe isso é demasiado jovem.

Dizia-me ele na sua carta

"Julgo Luís que tu serás o único dos meus amigos, capaz de compreender a decisão que tomei, para a minha vida, na sequência daquele caso do meu envolvimento com Mafalda.

Decidi que não ia encetar nenhuma ligação com ela e tomei a decisão de abandonar o País e recomeçar a minha vida bem longe, tão longe quanto a Austrália possa ser distante para que eu me esqueça que existi no meu País, já que as pessoas que lá deixo, jamais deixarão de viver em mim, dentro de mim no meu coração.

Porquê podem perguntar-me, se afinal tinha conquistado a Mafalda a mulher da minha vida, porquê abandonar isso ?

A verdade é que não me pude conquistar a mim para essa causa. Tenho a consciência que a amarei sempre profundamente, mas também sei que nunca poderia ser feliz, sabendo que para a ter, tinha traído o meu melhor amigo, a sua confiança e a sua amizade.

Não o amor não pode justificar tudo, seria fácil encolher os ombros e dizer, "que querem apaixonei-me," mas não é verdade o amor só por si não justifica nada mais, do que um simples acto egoísta como outro qualquer.

Á Luisa, a minha mulher, não disse nada escrever-lhe-ei quando lá longe me refizer dos remorsos, que a sua perplexidade pelo acontecido lhe deixou. Porém não misturo as coisas, lamento ter deixado uma mulher que também amei um dia, mas há algo de contraditório em mim, o não deixar de me sentir, paradoxalmente, honesto com ela, por não ter protelado, uma relação que já não existia.

Não levo como recordação o amor da Mafalda para comigo, também ela não pode compreender que não se pode ser feliz, vivendo contra si próprio.

Um abraço meu amigo até breve, peço-te que não deixes que me chamem cobarde

Henrique

Não meu amigo, jamais deixarei que te chamem o que não és, mas sim alguém que tem a capacidade de amar toda a gente menos a ti.

Mas procura, procura sempre sabe-se lá se o que procuras, está logo atrás da porta do novo ciclo.

Florbela Espanca - Eunice Muñoz

1 comentário:

Anónimo disse...

Luisinho

É isso mesmo, o encerramento de ciclos.
O meu neste momento acaba aqui, mas para que haja a mínima dúvida para ninguém adorei fazer este blog contigo, tenho pena que o resto dos participantes não tenham percebido as potencialidades deste blog e é com pena que me despeço do Casa Comum.
visitar-te-ei sempre em todos os teus blogs e aqui também
Um dia...quem sabe...

Vou assinar pela última vez como "fazedora" porque de seguida apagarei o meu nome com do blog, coisa que já que vou embora deixo como recado aos outros fazedores para o fazerem.
É irritante ter como parceiros, pessoas que não apagam os seus nomes nem escrevinham nada.

Um beijo grande grande e o meu agradecimento por me teres aturado.
Continuarei a ser sempre tua Amiga

Minucha

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