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14 de abril de 2008

A verdade sobre as Lealdades



Estavam a jantar com um grupo de amigos, quando a avisou de que iria, estar quinze dias no Algarve em serviço e que partiria na sexta à tarde
Ela só perguntou admirada porque ia na sexta e não domingo, visto que durante o fim-de-semana não iria trabalhar, com quase toda a certeza.
Encolhendo os ombros respondeu que era menos cansativo, não tendo ela acrescentado mais nada.

Todos perceberam que iria ficar sem carro e ofereceram-se para a ir buscar, propondo-lhe vários programas alternativos.
Ela ria-se e quando todos se despediram, tudo tinha ficado no ar, pensando ela que ninguém se iria lembrar daquela conversa quando chegasse o dito fim-de-semana.

Enganou-se, o Miguel telefonou-lhe a perguntar se não queria ir com ele até Sesimbra, por o dia estar de não se desperdiçar.
Miguel tinha acabado namoro há pouco tempo com a Graça e ela hesitou um pouco, mas pensando que daí não viria mal ao mundo, acabou por aceitar.

Miguel era um homem sem nenhuns atractivos físicos, mas emocionalmente era uma rocha, uma arriba, que ali está para o que desse e viesse, a quém sempre alguém se encostava quando estava em baixo.
Era amigo do Manuel desde o princípio da adolescência e ela sabia que também era seu amigo, desde que a conhecera já namorada do Manuel e hoje em dia, sua mulher há seis anos.

Foram juntos para a praia e um dia inteiro, propiciou a que se fizessem confidências, ele sobretudo, porque ela pouco falava da sua vida.
A certa altura, já a tarde ia a meio, ele olhando-a nos olhos, disse saber que ela não feliz com o Manuel, que se percebia que ela estava a murchar e se ela não lhe queria explicar a razão.

- não há nenhuma razão especial, são fases, disse renitente e evasiva.

Foi então que lhe declarou todo o amor reprimido há anos, acrescentando que tinha namorado com a Graça para ver se a esquecia, mas como sempre se estavam a encontrar, por fazerem parte do mesmo grupo, que nunca o conseguira.

Ela olhava abismada para ele

- anda disse-lhe puxando-a por uma mão, vamos dar um mergulho, o que ela aceitou de imediato para não ter de lhe dar uma resposta, qualquer resposta que não tinha.

Já na água, aproveitou para com ela brincar, puxando-lhe uma perna e quando se desequilibrou, aproveitou a abraçar e vendo que ela se deixava estar beijou-a apaixonadamente.
Feliz por ela ter correspondido, aproveitou quando nas toalhas se deitaram, para afagar o corpo lindo, enquanto lhe sussurrava palavras de louco amor, finalmente extravasado.

Foram para a casa que ele tinha em Sesimbra, para banho tomarem.

Já ela estava no chuveiro, confusa com o que estava a acontecer, sabendo que com o marido tudo tinha acabado há tempo, quando ele entrou e a começou a lavar
Ela ainda murmurou o nome do marido, ao que ele respondeu que pensariam nele mais tarde.

Quando ela teve o seu primeiro orgasmo, ele percebeu o que corria mal entre aquele casal e esforçou-se por lhe dar mais e mais prazer.
Passaram o fim-de-semana juntos, com Miguel sempre a insistir que ela não tinha mais do que se separar, que era com ele que ela sempre deveria ter vivido.

Quando a deixou no emprego na segunda-feira, longe da sua insistência, resolveu pedir abrigo aos pais, para não ter outra vez de o enfrentar e poder com calma pensar.

Sim, o seu casamento tinha acabado, era só necessário que os dois, ela e o marido, tivessem mais uma conversa, que desta vez seria a última.
Estava agradecida a Miguel, por inconscientemente a ter feito decidir, por lhe ter dado a conhecer o que era prazer, por lhe ter feito saber que não era frígida como julgava, mas no fundo com alguma repugnância pela pouca lealdade do Miguel pelo amigo.

Pensou para com ela, que havia pessoas que pareciam vampiros, que sempre estavam presentes, para à menor oportunidade a poderem abocanhar. Talvez estivesse a ser injusta, mas era o que sentia.

Quando pensou na sua lealdade para com o marido, encolheu os ombros, não teria acontecido se não fosse a ocasião ter aparecido e lealdade, era coisa que o marido não tinha para com ela há muitos anos.

20 comentários:

xistosa, josé torres disse...

A lealdade é um vector, com sentido, direcção e grandeza.
Não fazia sentido ele partir na sexta.
O amigo orientou-se numa pré-determinada direcção.
Daí nasceram os momentos de grandeza.

Há alguma deslealdade ?

Quem foi o pérfido?

De três vidas vazias, duas podem completar-se e a que partiu 15 dias, certamente que a preencherá.

Deslealdades verdadeiramente mundanas e humanas, no seu fim.

MRP disse...

mais vale convictamente desleal do que hipocritamente leal!

Anónimo disse...

Olá Xistosa

É verdadeira a tua visão.

Mas repara, esta uma versão diferente da que o Luís conta em baixo.

No fundo, ninguém tem uma verdadeira lealdade para com um amigo, isso não o impede de querer e ficar com a mulher do amigo.

Estaria na mão de algum dos dois, poder ter parado a tempo, pensando no amigo?
de se afastar?

das mulheres em relação às amigas nem falo, porque são piores.
Elas querem, quase sempre, o marido da amiga.


beijinhos

Anónimo disse...

Olá MRP

desde há um bocadinho no Claras.

Entre as duas opções, venha o diabo e escolha.

beijinho

Anónimo disse...

Marta..sublinho-te apenas um único parágrafo...mas não todo!!
"Quando pensou na sua lealdade para com o marido, encolheu os ombros, não teria acontecido se não fosse a ocasião ter aparecido...

Bem sabes o quanto me identifico com ele...e acho que não poderias descrever melhor a verdade sobre a lealdade!!
Beijinho grande
Cleo

Luís Maia disse...

É evidente que os teus jantarinhos e o meu almoço de amigos, têm construções bem diferentes. A tua preocupação de estabelecer logo no próprio texto o respectivo contraditório difere substancialmente dos meus conceitos.

(Não estou a comparar valores)

Isso também é evidente neste teu post.

Tu abordas a traição da tua heroína mas envolves logo a capa da traição como resposta à do marido. Isso pode minimizar para alguns a sua acção (é a tal coisa da verdade para cada um), mas o facto é que ela também traí o marido.

Se ela tem consciência que com o marido "tudo tinha acabado há tempo", só tinha uma saída honesta separar-se, para seguir a sua vida ou aguentar rspeitando.

Os nossos amigos de marido o "meu" Henrique(livra !!) e o teu Miguel, são dois casos atípicos quanto a mim, no comportamento com as mulheres dos AMIGOS .

(Falo pela minha geração a de agora não sei)

Ambos se esquecem dessa amizade , a diferença é que a minha Mafalda, tem comportamento de MULHER e dá uma lição a sério no Henrique e a tua, comporta-se com vulgaridade.

Talvez no próximo almoço de sexta-feira haja evolução na vida do Henrique

Luís Maia

Anónimo disse...

Olha Marta,nem sabes o q agora me fizeste pensar.Deu-se 1 click aqui dentro e fizeste-me pensar numa coisa q eu topei na altura e q me esqueci de referir no páginas.Lá está,há pormenores q com o tempo nos esquecemos.
A minha opinião,é 1 pouco diferente da do Luís Maia,em relação à tua personagem mulher.Não acho q se tenha portado com vulgaridade,porque há momentos q passamos q acontece tudo tão rápido q só nos damos conta do "erro"(se é q existe erro)depois do "mal" estar feito.Aquilo q eu considero importante,é q ela soube reconhecer esse erro e supostamente assumiu-o,e a meu ver foi aí q marcou a diferença em não cair na dita vulgaridade.
Não podemos esquecer q há coisas q nos transcendem,mas isso claro,só sabe entender o q falo quem já passou por elas.E acrescento ainda q não tem nada a ver,mas nada mesmo,ser a mulher ou não do nosso melhor amigo,o q interessa mesmo é a traição em si,podia ter sido outra mulher qualquer,porque ao serem ambos casados,já estariam a trair.
Um beijo Marta
JC

Anónimo disse...

Oh! Luís


porque é que tu só vês uma parte das coisas?

A grande diferença da tua Mafalda e da minha heroína, Luís, é a tua
Mafalda ser amada pelo marido, e amar o amigo do marido, e não ter necessidade que alguém lhe dê carinho.
A minha heroína, não é amada pelo marido, não ama o amigo do marido, mas é carente e cai em se deixar amar.

Ela só percebe que o casamento está desfeito, mesmo desfeito sem remédio, depois do sucedido por isso estar agradecida ao amigo do marido.

A minha heroína sabe que traiu o marido, só que naquela altura já se está nas tintas.

Por fim, tanto o teu Henrique, como o meu Miguel não são atípicos, muito pelo contrário, são do mais típico e normal que acontece quando um homem se apaixona pela mulher de um amigo, tanto na nossa geração, como nos tempos atuais.

beijinhos

Anónimo disse...

Sim, Cleo,

percebo perfeitamente, o que queres dizer


beijinhos

Anónimo disse...

claro Imperador

Também não acho que a minha heroína tenha vulgarizado.

Claro que há traições em relação aos respectivos companheiros, tanto no caso do Luís Maia, como no meu.
Trair não é só ir para a cama, trair, é já se estar com outro ou outra no pensamento.

Mas aqui o que queríamos, penso, era dar ênfase à fidelidade da amizade entre homens, porque mais uma vez, como disse em cima ao Xistosa,
a maior parte das mulheres nem sabe o que a palavra fidelidade quer dizer quando se trata de uma amiga.

Mas as perguntas que fiz ao Xistosa continuam de pé.

Quando um homem começa a olhar para a mulher de um amigo, pode ou não, tem tempo ou não de se afastar?


beijinhos

Luís Maia disse...

Marta

O que nos temos vindo a discutir é a questão da verdade das coisas.
O actos que têm um nome uma verdade e as pessoas chamam-lhe outra coisa conforme lhe interessa.

Claro que homem pode apaixonar-se pela mulher do seu melhor AMIGO, essas coisas às vezes a gente não comanda. Se ela sente o mesmo, só têm uma coisa a fazer, ela separa-se contam a verdade ao AMIGO e fazem depois o que lhe apetecer,
Se assim for não tenho forma de chamar traição a nenhum acto dos dois, ambos respeitaram a coisa mais importante da vida a amizade.

Este meu conceito de amizade, não encontra nenhuma nuance, seja em que situação for, tudo o que possa dizer-se são máscaras para ocultar a verdade.

Agora também é verdade que o conceito de amizade às vezes é mal usado, catalogando-se assim apenas um mero conhecimento.

A tua mulher é estranha, só percebeu que o casamento tinha acabado, depois do sexo com o tal Miguel ?

Sentimento de carência vaginal aguda, naturalmente abaixo da cintura e pouco por dentro da cabeça e do coração.

Poderia ter sido o Miguel, o canalizador ou o entregador da pizza.

bjs
Luís Maia

Anónimo disse...

Bem Marta,desculpa lá,mas cada caso é 1 caso.Há situações sim q se podem evitar,mas há situações q ninguém controla,muito menos nós mesmos.
Nunca ouviram falar de comodismo?Há quem viva anos nisso,e até é feliz,ou melhor,pensa q é,depois 1 dia dá-se 1 click q foi o teve a tua "amiga",e até podia ter sido com o padeiro como diz o Luís Maia,q se calhar ia dar-se na mesma.Talvez seja carência sim,e neste caso encontrou-a com 1 amigo do marido.
Para mim,a Amizade é muito importante,estou a falar da verdadeira e não sei se conseguiria trair 1 amigo desta forma como fez o teu "Miguel",sem sequer pensar,segundo o q descreves,no amigo 1 segundo q seja,o q é a meu ver,exactamente o contrário do "Henrique" do Luís,penso q me identifico mais com o primeiro,mas continuo a dizer q cada caso é 1 caso,q cada situação é 1 situação e q há coisas q não controlamos mesmo.
Oh Marta,achas mesmo q as Mulheres querem quase todas o marido da amiga?Irra!Não me digas.lololol
Beijo
JC

Anónimo disse...

Luís


estás a ser vulgar.

A minha heroína nem sequer gostava, pensava que era frígida!

Não passaste por um divórcio, mas eu passei e garanto-te que contra factos e argumentos, me bati e lutei por um casamento, que já estava acabado, mas que foi difícil perceber que já não havia mais nada a fazer.

Nós mulheres somos mais complexas.

Então tu achas que uma mulher ou um homem, desde que gostem de outro, não estão a trair?
Só se trai quando se vai para a cama?
Isso é simplismo a mais.

Além de que a tua Mafalda, desculpa lá, mas traiu desde sempre, porque se tivesse dito que estava a casar com ele, mas que não o amava, ele provavelmente nunca teria casado.

Ora abóbora, fazer de uma mulher dessas a honesta e íntegra.!

Anónimo disse...

Acho sim Imperador


acho que muitas mulheres (chamo de mulherzinhas, galinhas) estão sempre numa de rivalidade, com as pseudo-amigas.

mas há tantos casos de a mulher ser traída pela sua melhor amiga, que nem imaginas.
Neste ponto, acho que as mulheres são muito piores que os homens.

Não a minha heroína nunca iria com o padeiro nem com nem sei quem.
A minha heroína deixou-se cair, e não há mal nenhum em cair, desde que se saiba reconhecer, com um amigo que se lhe declarou, numa fase da vida dela, difícil.

A minha heroína achava que era frígida e nenhum de vocês está a levar isso em conta.
A ela, a cama não lhe fazia falta nenhuma. Não gostava ponto.

Luís Maia disse...

Voltamos sempre à mesma o teu anjinho, que se julgava frígida, deve ter percebido quando deitados na toalhinha, lhe afagava o corpo lindo, depois duns beijinhos dentro de água, que não era frígida.

Já no chuveiro confusa continuava o anjinho (ainda que não tenha fechado a porta da casa de banho à chave), decidiu então ali mesmo que o seu casamento já tinha acabado.

Talvez por uma questão de serviço público o Miguel lavou-a todinha, ela como é ainda um anjinho pronunciou então finalmente o nome do marido, deixando-se então depois "enganar" pelo pérfido Miguel.

(É pá com amigos desse o marido dela não precisa de inimigos)

Reconheço que o Henrique não teve uma atitude correcta, também ele tentou aprofundar a traição ao amigo,

A Mafalde segurou com dignidade essa consumação.

percebo que digas que já o facto de se amarem é um acto de traição, posso em parte concordar, mas se reconhecermos que nem sempre se ama quem se quer e o amor pode corresponder a um sentimento que nos "ataca" sem aviso, admitamos que ambos não contribuíram para isso
.
Não foi dito nada sobre a eventual conversa que possa ter havido antes do casamento entre a Mafalda e o seu futuro marido

Mas tiveram a dignidade de se apresentarem aos respectivos de peito feito assumindo o seu amor sem enganar ninguém,( pelo menos o Henrique disse que o ia fazer)

O teu anjinho provavelmente continua pronta para umas sessões em Sesimbra, onde sem querer e de surpresa se irá deixar "atacar" pelo Miguel.

Aposto que sim, ninguém segura a" fúria " duma mulher que descobriu o orgasmo

Acho que já está outro almoço marcado para sexta e o Henrique vai trazer-nos novidades.

Luís Maia

Anónimo disse...

Olha Lindo não estou com disposição me entregar a discussões, hoje e por uns tempos.
Não estou bem

Nunca disse que era anjinho e ela também nunca se afirmou como tal.

Temos diferenças imensas, quanto à maneira de ver o amor e a complexidade da Mulher.

Tu achas digno uma gaja casar com um, amando outro e sem o avisar, que além de não o amar é de outro o seu coração, como se casar fosse a única opção.

A tua Mafalda viveu desde sempre uma mentira, foi hipócrita e desonesta, mas tu acha-la digna.
É a isto que chamo as putas casadas, tão prostitutas como as da rua, só que como são casadas já podem fazer tudo e passarem a ser dignas.

Por isso vê como estamos distantes de podermos chegar a uma conclusão seja ela qual for.

beijinho

Anónimo disse...

Peço desculpas Luís..por ser tão frontal...mas não estou a ver que mal haja na fúria de uma mulher na descoberta de um orgasmo!!
Desculpe mais uma vez...e sem querer ferir susceptibilidades..eu cá adoro andar "furiosa"!!:)

Depende do ponto de vista com que se avaliem as duas situações..ou foram ambas hipócritas...ou não foi nenhuma...porque tal como dizes Marta...se formos avaliar o início da relação da Mafalda com o marido..também ela foi hiprócita ao casar amando outro.Mas afinal...todos nós somos um pouco hipócritas na vida..o que para mim interessa mesmo é saber reconhecer quando de facto o somos..e assumir perante todos a verdade..ou o que sentimos(dá no mesmo)!!

Fico então à espera do próximo almoço!!:)
Um beijinho aos dois
Cleo

Anónimo disse...

Sempre achei que tinhas razão no que afirmas, Cleo

sempre achei, e acho, por engraçado que pareça, que tens toda a razão, Cleo.


Beijinho grande

Luís Maia disse...

Desculpe lá Cleo

onde foi que eu disse que, havia mal na "fúria" duma mulher que descobriu o orgasmo ?


Luís Maia

Anónimo disse...

Peço desculpa não ter visto a sua pergunta Luís!:(

Pela maneira como escreveu e se expressou..fiquei com a sensação que ficou no ar o sentido de crítica por uma mulher em "fúria" na descoberta do orgasmo!
Peço desculpa se interpretei mal as suas palavras Luís...mas fico contente por não achar que haja "mal"!!:)

Cleo

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