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25 de abril de 2008

As pedras que se atiram


Quando cabe ao Alfredo escolher restaurante, é certo e sabido que vamos parar à Travessa do Rio, ali em Benfica. Como sempre o Alfredo não resiste às magníficas entradas e normalmente depois,todos nós atacamos no cabrito.

Já todos sabíamos que o Henrique havia passado uns dias em meditação, escolhera ir para bem longe, para a Casa da Campeã perto de Vila Real.

É uma tendência pensei para mim, o afastamento para longe, induz à distância que realmente não existe, da resolução dos problemas.

As contradições não pararam de se avolumar. Henrique continuava com a certeza de como lhe iria ser difícil, alcançar a felicidade que ambicionava junto da Mafalda sem conseguir afastar de si o olhar que guardara da Luísa, e o ferira profundamente, mais do que todas as palavras justas de recriminação, que ele sem dúvida merecia.

Percebemos todos afinal, que de todos nós o que menos falara até aí fora o Alfredo, mas pelo que disse depois duma forma tão simples e concisa como era seu hábito o que mais perto estaria de perceber a dimensão, dos que sofrem pelo amor, que não têm ou que perderam.

O Alfredo fora casado e tinha uma filha com 5 anos, quando inopinadamente e sem explicação, um dia chegara a casa e constatara que a mulher o tinha abandonado e levado com ela a filha de ambos.

Viria a saber depois que o tinha feito, por outro amor. Tantas vezes haviam insistido com ele, para que Alfredo fizesse valer os seus direitos de pai e de marido, sobre uma mulher que sem motivo aparente abandona o lar. Tantas vezes o haviam até insultado, por meias palavras, por o não fazer.

Muito mais vezes teve que responder, que o facto de continuar a amar a sua mulher, o impedia de a interpelar judicialmente e uma vez negociado a bem, os seus encontros com a sua pequena filha, se limitara a deixar que o tempo lhe trouxesse de volta a única mulher, que sabia poder um dia amar.

Um dia ela voltou, e hoje estão de novo juntos, porque Alfredo lhe perdoou, em nome do amor de sempre, Talvez não tenha esquecido, mas aceitou, como desde a primeiro momento, que as pessoas não escolhem o seu destino e não mandam nos seus sentimentos.

Além disso- disse ele ontem- Amar não é fazer parte dum contrato de troca, onde só se dá em função do que se recebe. Amar é dar, sem esperar o retorno com juros.

-Isso é que era bom, comigo não dava- sempre "oportunas" as palavras do Silva- mulher que me pusesse a lenha, estava feita comigo. desculpa lá ó Alfredo, mas sabes como eu sou, garanto-te que nunca mais lhe olhava para a cara.

Já abandonávamos o restaurante e ainda se ouvia o Silva resmungar, cambada de putas, é o que ela são todas.

De volta ao carro, liguei o reprodutor de cds, por acaso o que ouvi, fez-me voltar à Luisa e ao Alfredo, pensando como amor e revolta tantas vezes andam juntos.



15 comentários:

Anónimo disse...

Palavra que embirro, com isto de só se poder ouvir 30s.
Que irritação.

Não me dás muita margem de manobra, neste post.
Apesar de conhecer uma história parecida, mas com a mulher a aceitar de volta.
mas seria uma história igual.

Luís Maia disse...

Marta

Olhe que não doutora, olhe que não (velhos tempos) eu ouço todinho o Atiraste uma pedra.

Ás vezes por puro engano claro (lol), também somos capazes de perdoar por amor.

Porque terá voltado a mulher do Alfredo ?


Temos sempre um Silva fora de jogo, não é ?

Cambada de putas, deve incluir a mãezinha do Silva não achas ?

E a filha do Alfredo não conta ? Quantas dessas imagens de criança se guardam para a vida fora ?

Talvez não sejam pistas novas , mas o que é que há de novo na vida, ? Se calhar a morte que parece sempre ser uma surpresa, embora seja a única coisa certinha

Lfm

xistosa, josé torres disse...

"Ele" esteve cá ... mas não esteve!

Táxi Pluvioso disse...

A mim também já me sucedeu, ela voltou, mas por uma razão mais prosaica, e não pelo poético amor. Voltou por falta de casa.

Luís Maia disse...

Neste caso por muito prosaicas que tivessem sido s razões dela a verdade é que também neste caso como no seu foi fundamental hacer a capacidade de perdoar.

Lfm

Anónimo disse...

Capacidade de perdoar!!! Tão pouca gente a tem!!!
Mas agora Luís..queria fazer-lhe uma pergunta! Será que algum dia as coisas com o "Alfredo" e a mulher voltarão a ser iguais??? É que uma coisa é o perdão..outra coisa é a confiança...que quanto a mim é das bases mais importantes numa relação..seja amizade ou amor!!!
Sabe..eu quando perco a confiança em alguém..posso até perdoar..mas lhe garanto que nunca mais volto a ser a mesma..é mais forte que tudo..é mais forte que eu!!
Um beijinho e gostei muito!!
Fico à espera do próximo almoço!!
Será que o meu imperador vai lá estar??? hahahahaha Aiii eu bem que gostava!!hihihi
Cleo

Anónimo disse...

Luisinho

só agora vi as tuas dicas, se tiver tempo faço hoje outro...

vou ter , parece que já está na cabeça.

Beijinho

Luís Maia disse...

Olá Cleo

Viver não é resolver um problema de matemática, não há lógica, sobretudo quando falamos em sentimentos.

Não sei responder pelo Alfredo, mas julgo que dum modo geral as pessoas agem (ou pensam que agirão se um dia lhes acontecer) como a Cleo diz que faria se lhe acontecesse.

Depois confrontados com os factos tudo se pesa, tudo se mede, tudo conta, mas há pessoas na vida que nos são tão importantes, que condicionam as nossas atitudes.

O seu Imperador será bem vindo quando quiser e se puder quando lhe der jeito esta semana ou noutra.

Julgo que a nossa Marta, lhe mandou um mail
falando nisso do almoço

Luís Maia

Luís Maia disse...

Marta

Não leves a mal ter dado as pistas, mas foi em resposta a um comentário teu e sairam-me algumas ideias.

às vezes uma palavras trazem outras (o problema das cerejas). o teu último post, fez-me lembrar que o Silva parece-me que também usa esse esquema da Net hei-de lhe perguntar num próximo almoço.

Luís Maia

Anónimo disse...

Lindinho

Claro que não levo a mal, até agradeço.

Se soubesses o que sei mais, até ficavas aparvalhado

Beijo

Anónimo disse...

Eu peço desculpas por este meu atraso.O tempo tem andado excasso para estes lados.
Luís,aceito o seu convite para 1 desses almoços,sem qualquer problema.Mas se me for permitido e não for muita a ousadia,gostaria de levar 1 amigo comigo,isto se o Luís e os seus amigos de longa data não se importarem.
Marcaremos talvez na próxima semana,1 vez q esta sexta feira vou estar ausente e não me calha muito bem.O Luís decida o dia e o lugar.

Em relação a este ultimo almoço,e falando agora do Alfredo,foi homem ao perdoar.Ele lá terá as razões dele embora possa parecer a quem está de fora como foi o caso do Silva q se fosse connosco fazia e acontecia.Só sabe o q se passa no convento quem está lá dentro.E normalmente quem diz o q diz o Silva mais tarde bate na boca por 1 situação ou outra q aconteça.A vida dá muitas voltas,e por vezes pensamos q estas coisas só acontece aos outros.
Cumprimentos
JC

Luís Maia disse...

OK meu caro Imperador

É só dizer uns dias antes de qualquer sexta-feira e tratamos disso.

Um abraço

Luís Maia

Anónimo disse...

Olha que cá para mim, deves marcar a data com o Imperador, depois ele não falha, mas se lhe dás muita folga....


Não te zangues Imperador, estou só a brincar

Boas noites, madrugadas ou o raio que seja a estas horas.

Anónimo disse...

Olha Luisinho,

mesmo aquela Pedra que me mandaste, só se ouve 30 segundos, e se fores ver a playlist, está lá escrito só 0.30s

Boas! fica bem

Anónimo disse...

Eu sei que sim Luis Maia!!
Cada caso é um caso...e há de facto pessoas por quem nós por vezes temos atitudes que até a nós próprios nos espanta!! Também já as tive!
No entanto..antes de conhecer os outros..conheço-me muito bem a mim própria...e sei que a "areiazinha" fica sempre no sapato(se é que me entende!)!
Mas...de uma coisa estou certa..e lhe posso garantir...não posso dizer NUNCA...isso não...mas...
Fica sempre o mas..
Um beijinho e um bom fim de semana
Cleo

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