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14 de outubro de 2008

A Opus Dei abençoa o trabalho não o salário

Casa Comum, 31 de Outubro de 1928

O meu amigo deve ter lido nos jornais que no dia 2 de Outubro, foi criada por um tal Josémaria Escrivá de Balaguer uma instituição da Igreja Católica, chamada Opus Dei, que em latim como sabe quer dizer Obra de Deus

A sua missão consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para um encontro com Deus, para o serviço aos outros e para melhorar a sociedade.

Concretamente, o Opus Dei procura difundir a vida cristã no mundo, no trabalho e na família, a chamada universal à santidade e o valor santificador do trabalho quotidiano.

Perturba-me o aparecimento deste tipo de instituições, transportando estas filosofias de escravização, ou se achar a palavra um pouco exagerada, substituo por subordinação do trabalho ao capital, para mais usando-se a benção do manto episcopal, que você sabe tão bem como eu a importância que têm neste País ainda que o Republicanismo ateu, se esforce por passar outra mensagem, foram séculos de evangelização e isso tem o seu peso.

Dir-me-á que essa coisa da Opus Dei, é uma espanholada e por lá há-de ficar, a ver vamos se não se esparrama para cá.

Repare na expressão valor santificador do trabalho quotidiano, não se referindo nunca ao facto desse trabalho santificador, exigir uma remuneração justa e adequada, posto assim como ele enunciam, quase apetecer dizer que se propõe, o trabalho grátis, já que se oferece a contrapartida da beatificação.

Decididamente essa coisa dos pobrezinhos, felizes e pelos visto agora santos, a mim não me convence.

Muito mais interessante foi o anuncio que tivemos da descoberta da penicilina, por um médico escocês Alexandre Fleming, que com seus estudos durante a Guerra Mundial como membro do Corpo Médico do Exército Real e perturbado com o alto índice de soldados mortos por ferimentos infeccionados, começou a questionar a efectividade do tratamento de tecidos doentes ou danificados com os anti-sépticos que estavam sendo usados.

Numa série de testes brilhantes, demonstrou que esse produtos, mais prejudicavam do que ajudavam, já que matavam células do sistema imunológico, facilitando ainda mais o aumento da infecção.

Parece que acabou por descobrir essa tal penicilina, um pouco por acaso, dir-se-á por um "acidente benigno", se me é permitida a expressão, mas vamos ter esperança que um dia se possa produzir esse tal antídoto em quantidade suficiente para liquidar de vez os acidentes infecciosos.

Tenho uma novidade para si Luís de Freitas Branco acaba de editar a sua 2ª Sonata para Violino e Piano








2 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Não só esparramou por cá como deu nascimento a um inspirado poeta: Paulo Teixeira Pinto. Para não falar em banqueiros...

Luís Maia disse...

Esparramou w muito, com a papel com que ele saiu e o ordenando vitalício chorudo até eu era poeta

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