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8 de dezembro de 2008

Chega mais um ditador

Casa Comum, 31 de Dezembro de 1930

Getúlio Vargas assume a presidência interina da República do Brasil, na sequência do golpe militar que depôs o presidente Washington Luís do passado dia 24 de Outubro.

É um gaucho, mas descendente de família açoriana, foi ministro das Finanças do presidente deposto, cargo que abandonou para assumir a presidência do Rio Grande do Sul.

Foi nomeado interinamente para a presidência do governo provisório com amplos poderes. A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio passou a governar por decretos,

Como sabe cara amiga, isto chama-se governo de ditadura, mais um, nestes tempos conturbados da história das nações onde se degladiam as novas ideias republicanas de liberdade democrática, com a imposição pela força de conceitos normalmente conservadores e reaccionários.

Por cá as prisões aos que não beijam o anel ao regime, continuam a ser o destaque. O regime ditatorial, dia após dia endurece a sua atitude. Um presumível golpe foi o mote para a prisão de vários chefes republicanos como Sá Cardoso, Helder Ribeiro, Augusto Casimiro, Rego Chaves, Ribeiro de Carvalho, Maia Pinto, Correia de Matos, Pinto Garcia e Carlos Vilhena

Já tinham sido detidos em Maio João Soares, Moura Pinto, Tavares de Carvalho, Carneiro Franco, Raul Madeira e Cunha Leal. Tudo por causa de um presumível golpe, marcado para o dia 21 de Julho.

O mês de Julho, talvez pela força do calor, foi muito intenso, minha amiga, para o regime, não foram só as prisões e as deportações, o regime tenta organizar-se optando pela criação de um partido-estado, com uma ideologia denominada de nacionalismo-histórico, uma invenção que remete para o passado histórico e quanto a mim de "retoma monárquica", como não pode deixar de ser atendendo ao passado de 8 séculos de vida monárquica.

Nem ponta de ar fresco ou abertura, ás novas correntes do pensamento político moderno, dando oportunidade a algumas medidas socializantes de opção mais liberal, não, tudo é definido como cultura fechada e passadista. Uma política saloia, ferrugenta e beata.

É isso que anuncia a criação da União Nacional, papagiada pelo general-ministro Oliveira o dos Domingos, que leu o texto constitutivo desse partido enquanto o agora só ministro das Finanças o outro Oliveira, o de todos os dias, lia a teorização política do novo partido, com um discurso chamado Princípios Fundamentais da Revolução Política onde criticou as desordens cada vez mais graves do individualismo, do socialismo e do parlamentarismo.

Ao menos Getúlio Vargas tem para já uma coisa positiva o seu gosto pela música, (do nosso botas nada se sabe) talvez por influência de Heitor Villa Lobos, introduziu a disciplina de canto coral nas escolas de ensino médio em todo o Brasil.

Fica, para a minha amiga mais um vez a homenagem a Heitor Villa Lobos, o Trenzinho do Caipira, que como você sabe é o 4º movimento da Bachianas nº 2 os meus votos dum ano de 1931 um pouco melhor.




2 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

O partido único é um desejo recalcado dos lusos. Todos querem o líder esclarecido mas não há maneira dele nascer nestas fragas e penedos. Que se cantem aleluias ao novo imperador ianque.

Luís Maia disse...

é verdade o que diz mas realmente penso que esse desejo já fui mis acentuado, é um problema cultural.
Se me permite a comparação é um caso idêntico ao das mulheres, a subjugação ao macho, dilui-se à medida que a sua cultura aumenta.

Mas isto levar-nos-ia muito longe

um abraço

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