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16 de maio de 2009

Anschluss invento do sargento Hitler


Casa Comum, 2 de Maio de 1938

Amiga Severa

É sempre demorada a concretização de projectos em Portugal, pois como o Dr.Salazar gosta de tudo controlar e é supinamente desconfiado,nada se faz que não demore uma eternidade.

Isto a propósito de em Março passado se ter inaugurado oficialmente o Parque Florestal de Monsanto, pelo presidente Óscar Carmona, que plantou a primeira árvore, dum projecto que agora foi concretizado mas que começou em 1934 por iniciativa do agora presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Pacheco.

Contudo passado 4 anos aí está plantada a primeira árvore, que não pode considerar-se demasiado, atendendo ao facto de ser necessário proceder a expropriações e muitas outras questões burocráticas. Nesta perspectiva não é demasiado tempo, contudo se se acrescentar que a ideia inicial partiu dum engenheiro silvicultor chamado João Maria de Magalhães que desde 1868, defendia este projecto, será então uma enormidade.

Informaram-me que no passado dia 27 de Março, vitimado por uma biliose anúrica sem qualquer assistência médica nem medicamentos, morreu no Tarrafal, Arnaldo Simões Januário, um barbeiro de Coimbra, militante anarquista, organizador dos sindicatos e da luta operária, na sua terra.Militante libertário da "União Anarquista Portuguesa". A sua morte põe termo a um lomgo historial de prisões, pelo menos desde 1927, na sequência da repressão sobre o movimento operário depois do 28 de Maio. Morreu no Tarrafal, menos dum ano depois de para lá ter sido enviado, cumprindo os 20 anos de prisão a que fora condenado, por ter afirmado, perante os seus carrascos que tomava inteira responsabilidade pela organização do Movimento Grevista, da Marinha Grande de 18 de Janeiro de 1934.

Adoraria festejar a primeira reunião do Conselho Académico, da recém fundada Academia Portuguesa de História, cujos fins são claramente definidos nos Estatutos, cujo texto refere tratar-se de uma «agremiação de especialistas que se dedicam à reconstituição documental e crítica do passado».

Seria, esta Academia, a legítima herdeira da mais antiga Academia Nacional – a Academia Real Portuguesa da História, fundada por D.João V, conforme Decreto de 8 de Dezembro de 1720, mas receio que os seus objectivos não sejam cumpridos, ou pior ainda que sejam colocados ao serviço da Ditadura, que também neste campo não deixará por certo de colocar a gloriosa história do nosso país, ao seu serviço.

Estou banzado minha querida, pelo silêncio das nações europeias, face ao desplante do sr.Hitler em anexar a Austria à Alemanha, em nome do seu famoso "Anschluss” e da necessidade de criação de espaço vital, para que possa cumprir o "sonho" de trazer todos os alemães para a Alemanha. o sargento Hitler ele também austríaco, cumpre-o agora, já que em 1935 não o conseguiu.

Até onde irão as tendência expansionista do senhor, mas pergunto até onde irá a complacência das nações livres europeias ?


Hoje só Beethoven me acalma, o meu convite vai para ouvirmos o Triple Concert.


3 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Existe uma Academia de História? A História é uma ideologia, não é ciência, nem a sua função é descrever o passado. É muito importante como mecanismo de controlo do Estado. Desfia ao cidadão um rosário de feitos brilhantes para o situar no mundo (com orgulho, como nós).

Selecciona-se a informação que as pessoas vão beber e já está.

Uma vez perguntei a um espanhol o que era a batalha de Aljubarrota e ele nunca tinha ouvido falar. bfds

Luís Filipe Maia disse...

Meu caro táxi

Para alguns realmente a Historia é uma ideologia, porque poluem os factos, com os seus próprios pontos de vista, uma das razões porque à história enquanto ciência, deve dar-se distância e mesmo assim é o que se sabe.

Hoje em dia talvez não seja bem com diz. Conhecem-se imensas páginas negras da história de Portugal, que seria impensável no tempo do Salazar.

O facto que relata lá do espanhol, claro que ele desconhece, não pela derrota, mas porque o acontecimento não teve qualquer importância, sob o ponto de vista da sua história

Gabriela Sá disse...

Pois, permito-me colocar aqui mais um bocadinho de História a propósito " “Espaço vital”, território de sobrevivência de que o povo absolutamente precisaria para passar, de um país atolado em dívidas, a um portento económico mundial. Grande amor à pátria por parte de um alemão nascido, não do ventre austríaco de Klara Hitler, mas através do despacho de um funcionário público das cúpulas que o fizera germano por documento, com assinatura, talvez ilegível, e o selo branco decalcado da República de Weimar. Hitler queria reconstruir uma nova grande Prússia.
“…”
Naquele nicho da europa, Alemanha/Áustria, vive-se, até hoje, uma interminável disputa sobre a nacionalidade de Hitler e de Beethoven. Os dois países gostam de pensar o contrário do que foi acerca do nascimento e morte de um e do outro: Hitler é austríaco, Beethoven alemão – dizem os alemães. É o inverso – afirmam os austríacos, só por o compositor ter sido batizado em Viena e estar sepultado na Áustria, na ala dos imortais do Cemitério Central da grande cidade, a cidade onde viveu desde os vinte e um anos, até ao limiar da última fronteira. Haverá muitas partilhas pacíficas entre ambos, como o Reno e o Danúbio. Esta, porém, não o é, infelizmente pelas piores razões.

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