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16 de outubro de 2009

O Portugal dos pequenitos


Casa Comum, 30 de Abril de 1940

Cara amiga Severa

Numa época de guerra intensa, Portugal busca o acto piedoso duma beatificação, a de D. Nuno Álvares Pereira, que Cerejeira intenta em Roma conseguir, neste ano em que se comemora os 300 anos da Restauração.

O plano é ambicioso e visa trazer Pio XII a Portugal, para presidir pessoalmente a esse acto. Que excelente propaganda para o regime, uma visita Papal, em plena guerra.


Cerejeira completa o projecto, organizando um plano de oração nacional, para promover a obtenção de milagres que pudessem ser atribuídos ao Condestável. Consta-se que os bispos reunidos em Fátima, também em voto secreto, prometeram que, caso Portugal não entre na Segunda Guerra Mundial, seria construído um santuário.

Fico por saber se se tratam de questões de Fé.


Quase pronto para ser inaugurado, ouvi dizer que em Junho próximo, será um parque temático, projectado pelo arquitecto Cassiano Branco e construído por iniciativa do Professor Bissaia Barreto, chamado Portugal dos Pequenitos, em Coimbra cuja construção se iniciou em 1938, e que apresenta construções em escala reduzida representando monumentos e outros elementos sobre a arquitectura e a História de Portugal.

Pois é assim que vamos por cá andando, entre preces, orações promessas e obras de propaganda, como esta que acabei de referir e a do Mundo Português, que chegará em breve, enquanto as carências e privações há muito aqui já chegaram e ao que parece para ficar.

Escrevo-lhe hoje, no dia seguinte à estreia do João Ratão, um novo filme de Brun do Canto, que revela sempre os mesmos tiques e as mesma situações do pobrezinho e feliz, que ao gosto de Salazar e seu apaniguados, enfeita o nosso panorama "cultural".



Os lamentáveis reflexos do pacto germano-soviético, veio alimentar os antigos desejos expansionistas sobre a Finlândia, com a justificação da defesa de Leninegrado Começou com uma ofensiva soviética em 30 de Novembro de 1939, três meses depois da invasão alemã da Polónia e o início da II Guerra Mundial, e terminou em 13 de Março de 1940 com o Tratado de Paz de Moscovo. A Liga das Nações, considerado o ataque ilegal, acabou por expulsar a União Soviética daquela Liga.

O convite final de hoje é para que revisitemos Brahms para ouvir o seu Piano trio nº1, tenhamos sempre a música como contra-ponto às amarguras da vida.

1 comentário:

Táxi Pluvioso disse...

D. Nuno Álvares Pereira custou mas foi. E o Papa para o ano, não caibo em mim de contente.

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