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22 de outubro de 2009

Concordata em tempo guerra

Casa Comum, 30 de Maio de 1940

Amiga Severa

Concordatas já aconteceram muitas o longo da História, pelo menos há 8 séculos desde a Concordata de Worms. Duma forma geral, acontecem para repor direitos dos católicos e da Igreja, em Estados, onde a Santa Sé se julga lesada.

Assim acontecia por cá desde 1910, quando a República foi implantada, cujos dirigentes adoptaram uma série de medidas anti-clericais, como por exemplo a Lei da Separação do Estado da Igreja, de 20 de Abril, de 1911 a proibição do culto público e a nacionalização dos bens da Igreja.

Admito que tenham sido cometidos alguns excessos, que sempre podem acontecer, quando se tira a tampa numa sociedade que vive séculos sobre pressão. As relações com a Santa Sé tinham sido então suspensas, por aquela entidade, até à queda da República, concretamente até ao dia 6 de Julho de 1928, quando os dirigentes da Ditadura militar decretaram a reposição da paz entre o Estado e a Igreja Católica

Com a subida de Salazar ao poder e a implantação do Estado Novo, iniciou-se um processo negocial que culminou com a assinatura de uma Concordata entre Portugal e a Santa Sé, no dia 7 de Maio de 1940, que viria oficializar as relações entre as duas partes.

Pois é assim cara amiga, tudo se conjuga, para o regresso da Santa Sé e tal como no reinado de D.Maria I, retomaram por certo todos os seus privilégios, até porque embora a Constituição de 1933 consagre o princípio da liberdade de culto e de religião, não deixe de afirmar que a Igreja Católica é a religião da Nação portuguesa, por isso só ela que tem o direito de ensinar nas escolas públicas.

Já sabemos o que isto quer dizer em linguagem Salazar-Cerejeira.

O avanço alemão na Europa continua a processar-se a passos largos. Em França depois da tomada de Amiens no dia 20 passado, avançam em direcção a Dunquerque, empurrando as tropas inglesas para o Atlântico.A Holanda já se rendeu, durou 10 dias a sua resistência e a Bélgica fez o mesmo ante-ontem.

Em Londres correm rumores de que pode haver um Golpe de Estado em Portugal, para derrubar Salazar e colocar no poder um governo favorável à Alemanha e à Italia. Francamente não percebo a intenção deste rumor. como se começam a preparar na Grã Bretanha planos para a tomada das ilhas dos Açores, e de Cabo Verde, talvez o mesmo se justifique para forçar a intenção britânica de intervenção em Portugal.

Você conhece a minha paixão pelos Piano concertos, razão porque o meu convite de hoje é para ouvirmos o único de Alexander Scriabin, esse magnífico compositor russo, de origem aristocrática, que muito embora tenha escrito muitas peças para piano, este foi o seu único concerto para piano e orquestra.

1 comentário:

Táxi Pluvioso disse...

E, apesar de tudo, os portugueses são excessivamente padrecas, mesmo sem o cardeal ir à tomada de posse de Sócrates. boa semana

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