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1 de setembro de 2008

Como tornar nossos dias menos escuros

Quero dizer-lhe meu caro amigo que não perca de vista um jovem chileno de apenas 23 anos e que dá pelo pseudónimo de Pablo Neruda.

Já tive oportunidade de ler esse seu livro de estreia, que chamou Crepusculário e que lhe deixo na secretária da sua biblioteca, para que passe, uma leitura atenta, como é seu hábito


Sei que ele também já publicou em 1924 mais vinte poemas de amor e uma canção desesperada, onde destaco um deles, para mim de rara beleza onde diz

Quero apenas cinco coisas..

Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono

A terceira é o grave inverno

Em quarto lugar o verão

A quinta coisa são teus olhos

Não quero dormir sem teus olhos.

Não quero ser... sem que me olhes.

Abro mão da primavera para que
continues me olhando.


Sei que o meu amigo, tal como eu, anda apreensivo, com os rumos da vida política portuguesa, cada vez mais longe dos ideais republicanos, aproximando-se das ditaduras fascistas europeias, como estamos a assistir acontecer aqui ao lado nos "nuestros hermano" e em Itália.

Faça como Neruda mas passe a desejar 6 coisas, inclua a Liberdade, sem a qual essa outras 5 sabem a nada.


O Sinel de Cordes, nas Finanças, soube à pouco ,recusou as soluções apresentadas para a remodelação do sistema fiscal, apresentadas pela comissão que foi criada e presidida por um tal Oliveira Salazar.


O Golpe dos Fifis em Agosto, também não deu em nada. Tenho como certo que um golpe, qualquer golpe militar, só terá êxito se envolver um causa nacional e popular.

Mas meu caro não era um golpe deste tipo que nós ansiamos, já que desta vez este golpe dos Fifis, não é mais do que questão interna dentro da própria ditadura.

Contestação a Sínel de Cordes a sua substituição por outra flor do mesmo jardim, não é objectivo, poderá ser para Morais Sarmento, mas não para os republicanos liberais.

Curioso é o nome que a imaginação popular já baptizou por Fifis, Filomeno mais Fidelino de Figueiredo, mas na prática não são mais do que divergências envolvendo o
Integralismo Lusitano e as suas figuras mais proeminentes.

Há muito tempo que não falamos de música, soube que o nosso Rachmaninov, está nos Estados Unidos, provavelmente descontente com o rumo dos acontecimentos políticos na sua pátria Russa.

Deixo-lhe para recordar o 1º andamento do seu Piano Concerto nº 2.

Querendo ouvir o resto o meu amigo já sabe, é só subir e ao meu cantinho.

Rachmaninov e Neruda são as minhas propostas de hoje, para um dia menos escuro, não é afinal para isso que serve a arte ?

Casa Comum, 31 de Agosto de 1727

3 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Os tempos antes de Cavaco eram muito escuros deveras...

Luís Maia disse...

Com o Cavaco fez-se sol, embora os funcionário públicos não o achem.

Também o António quando apareceu parecia brilhar (e brilhou) só que se tornou rançoso durante mais 46 anos

Luís Maia disse...

Meu caro Taxi a resposta ficou incompleta

Não foram só os funcionários públicos ..eu também

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