Casa Comum, 30 de Novembro de 1942
Cara amiga
Não me pergunte como soube disto, mas também tenho o meu serviço pessoal de escutas e de espionagem, que me facultaram extractos duma carta que Hitler enviou a Petain no dia 26 de Novembro, tomando medias sobre o exército francês
Caro Marechal
No dia 11 de novembro de 1942, com o consentimento dos aliados da Alemanha e com o objectivo de garantir a segurança do Reich, tomei a decisão de ocupar a costa sul da França na guerra que nos foi imposta pela França e Inglaterra.
Espero que isso irá ajudar a esclarecer a situação em seu país, no interesse da Alemanha e da Itália, bem como da França. Olhando para trás, no passado, devo salientar mais uma vez que não foi a Alemanha que declarou guerra à França e Inglaterra, em Setembro de 1939, pelo contrário, desde que chegou ao poder, nunca perdeu nenhuma oportunidade, apesar da encargo do Tratado de Versalhes, para promover o desenvolvimento das relações genuinamente amigável com a França.
mais adiante ele considera que muito embora tenha feito vários apelos à paz, perante a resposta negativa dos aliados impõe perante isso que a questão tenha que
ser resolvida pelas armas, e não pela razão.
Apesar da vitória, única na história do mundo, eu não fiz nada que possa ter ofendido a honra da França, com o acordo de armistício procurado apenas evitar sob todas as circunstâncias a retomada do conflito.
Também não foi imposta nenhuma exigência posterior contrária a este princípio.
depois mostrando sinais da sua suposta bom vontade, diz
Enquanto isso, fora de 1.960.000 prisioneiros de guerra do Reich alemão foi gradualmente libertados 700,000, uma acção que, a meu ver, é um evento sem precedentes na história da guerra. A culpa por dificultar este processo deve ser colocado sobre os elementos radicais em seu país, que sempre conseguiram sabotar uma verdadeira cooperação.
Esta consideração serve de preâmbulo para afirmar que a invasão do norte de África, ocorrida dias antes da elaboração desta carta, por forças anglo-americana, tinha acontecido por traição de altas patentes militares francesas, que segundo ele tinham jurado não trair a Alemanha.
Com grande altruísmo e espirito europeu, afirma depois
Sou forçado a levar essa guerra para o fim em nome dos milhões de pessoas, não só no meu país, que se libertaram das garras do implacável exploração capitalista e não têm qualquer desejo de permanecer vítimas de exploração internacional e para o completo extermínio de suas nações.
Não é uma guerra contra os honestos soldados franceses e oficiais, é uma luta contra os criminosos militares, para quem não há sangue suficiente, e que estão buscando novas possibilidades para continuar e prolongar a catástrofe.
É por isso que eu dei ordens para desmobilizar todas as unidades do exército francês, que foram iniciadas pelos seus oficiais para resistir à Alemanha, desafiando as ordens do governo francês.
Eu não gostaria de terminar esta carta sem lhe assegurar uma vez mais este passo forçado não é, no mínimo, diminuir a minha vontade de cooperar com a França, e, provavelmente, cria condições para a realização prática desta cooperação.
Foi assim que Hitler ordenou a Petain para desmobilizar o exército francês e entregar aos alemães a frota francesa.
Foi a resposta que encontrou para se opor ao desembarque aliado no norte da África, que espero seja o início do fim do Eixo.
Por cá, os reflexos da grave iniciada na Companhia Carris, alastrou à construção naval e portuários e a outra empresas em especial na zona de Lisboa com destaque para as instalações da Cuf no Barreiro.
É longa a lista de protestos por parte dos trabalhadores, o aumento de preços, a escassez de bens essenciais, a corrupção e a ineficácia que marca a vida em Portugal e claro a que está sempre associada a falta de liberdade sindical e o tabelamento salarial.
As regras do racionamento que permitem o enriquecimento dos especuladores e do patronato, divulgam a fome junto do povo que como disse na última carta, mesmo tendo trabalho, passa fome e tem carência de necessidades básicas.
Uma coisa cresce como reflexo dessa luta popular, o número de presos políticos. Soube da prisão de Militão Ribeiro,Pires Jorge e Júlio Fogaça, entre outros.
Enquanto isso da forma mais discreta possível aconteceram "eleições" em Portugal para a Assembleia Nacional e de novo todos os candidatos integrantes da Lista Única da União Nacional, são eleitos, mais 90 taxistas e amigos do regime.
Esta carta já vai longa espero não a ter maçado em demasia, mas simbolicamente convido-a para vir ouvir a minha casa, um tema de Prokofiev estreado em 1920 chamado Abertura sobre temas hebraicos, agora que se soube da grande movimentação forçada de judeus da Noruega e da França, para o campo de concentração de Auschwitz.
Cara amiga
Não me pergunte como soube disto, mas também tenho o meu serviço pessoal de escutas e de espionagem, que me facultaram extractos duma carta que Hitler enviou a Petain no dia 26 de Novembro, tomando medias sobre o exército francês
Caro Marechal
No dia 11 de novembro de 1942, com o consentimento dos aliados da Alemanha e com o objectivo de garantir a segurança do Reich, tomei a decisão de ocupar a costa sul da França na guerra que nos foi imposta pela França e Inglaterra.
Espero que isso irá ajudar a esclarecer a situação em seu país, no interesse da Alemanha e da Itália, bem como da França. Olhando para trás, no passado, devo salientar mais uma vez que não foi a Alemanha que declarou guerra à França e Inglaterra, em Setembro de 1939, pelo contrário, desde que chegou ao poder, nunca perdeu nenhuma oportunidade, apesar da encargo do Tratado de Versalhes, para promover o desenvolvimento das relações genuinamente amigável com a França.
mais adiante ele considera que muito embora tenha feito vários apelos à paz, perante a resposta negativa dos aliados impõe perante isso que a questão tenha que
ser resolvida pelas armas, e não pela razão.
Apesar da vitória, única na história do mundo, eu não fiz nada que possa ter ofendido a honra da França, com o acordo de armistício procurado apenas evitar sob todas as circunstâncias a retomada do conflito.
Também não foi imposta nenhuma exigência posterior contrária a este princípio.
depois mostrando sinais da sua suposta bom vontade, diz
Enquanto isso, fora de 1.960.000 prisioneiros de guerra do Reich alemão foi gradualmente libertados 700,000, uma acção que, a meu ver, é um evento sem precedentes na história da guerra. A culpa por dificultar este processo deve ser colocado sobre os elementos radicais em seu país, que sempre conseguiram sabotar uma verdadeira cooperação.
Esta consideração serve de preâmbulo para afirmar que a invasão do norte de África, ocorrida dias antes da elaboração desta carta, por forças anglo-americana, tinha acontecido por traição de altas patentes militares francesas, que segundo ele tinham jurado não trair a Alemanha.
Com grande altruísmo e espirito europeu, afirma depois
Sou forçado a levar essa guerra para o fim em nome dos milhões de pessoas, não só no meu país, que se libertaram das garras do implacável exploração capitalista e não têm qualquer desejo de permanecer vítimas de exploração internacional e para o completo extermínio de suas nações.
Não é uma guerra contra os honestos soldados franceses e oficiais, é uma luta contra os criminosos militares, para quem não há sangue suficiente, e que estão buscando novas possibilidades para continuar e prolongar a catástrofe.
É por isso que eu dei ordens para desmobilizar todas as unidades do exército francês, que foram iniciadas pelos seus oficiais para resistir à Alemanha, desafiando as ordens do governo francês.
Eu não gostaria de terminar esta carta sem lhe assegurar uma vez mais este passo forçado não é, no mínimo, diminuir a minha vontade de cooperar com a França, e, provavelmente, cria condições para a realização prática desta cooperação.
Foi assim que Hitler ordenou a Petain para desmobilizar o exército francês e entregar aos alemães a frota francesa.
Foi a resposta que encontrou para se opor ao desembarque aliado no norte da África, que espero seja o início do fim do Eixo.
Por cá, os reflexos da grave iniciada na Companhia Carris, alastrou à construção naval e portuários e a outra empresas em especial na zona de Lisboa com destaque para as instalações da Cuf no Barreiro.
É longa a lista de protestos por parte dos trabalhadores, o aumento de preços, a escassez de bens essenciais, a corrupção e a ineficácia que marca a vida em Portugal e claro a que está sempre associada a falta de liberdade sindical e o tabelamento salarial.
As regras do racionamento que permitem o enriquecimento dos especuladores e do patronato, divulgam a fome junto do povo que como disse na última carta, mesmo tendo trabalho, passa fome e tem carência de necessidades básicas.
Uma coisa cresce como reflexo dessa luta popular, o número de presos políticos. Soube da prisão de Militão Ribeiro,Pires Jorge e Júlio Fogaça, entre outros.
Enquanto isso da forma mais discreta possível aconteceram "eleições" em Portugal para a Assembleia Nacional e de novo todos os candidatos integrantes da Lista Única da União Nacional, são eleitos, mais 90 taxistas e amigos do regime.
Esta carta já vai longa espero não a ter maçado em demasia, mas simbolicamente convido-a para vir ouvir a minha casa, um tema de Prokofiev estreado em 1920 chamado Abertura sobre temas hebraicos, agora que se soube da grande movimentação forçada de judeus da Noruega e da França, para o campo de concentração de Auschwitz.
1 comentário:
Tratado de Versalhes, esse é foi o grande problema, e a causa da "Primeira" Guerra não ter resolvido o conflito.
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