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8 de novembro de 2008

Está de chegada o Cerejeira

Casa Comum, 30 de Setembro de 1929

Minha cara Severa

Já ouviu falar dum tal Cerejeira ? Após a notícia do falecimento do cardeal D.António Mendes Belo, no dia 5 de Agosto, espera-se que Manuel Gonçalves Cerejeira, seja o seu substituto como cardeal-patriarca de Lisboa. Como Arcebispo de Mitilene, tem largas hipóteses, que isso venha a acontecer.

Homem dos arredores de Famalicão, é amigo íntimo do nosso homem das Finanças, já há largos anos desde os bancos da Universidade de Coimbra, formarão por certo uma dupla imparável, para mal dos nossos pecados, nada pior que uma ditadura de finanças, com a benção da Madre Igreja.

Vem ai uma campanha do trigo, com um lema "O trigo da nossa terra é a fronteira que melhor nos defende". Lema um pouco bélico, mas que traduz um objectivo concreto aumento da produção de trigo e o desenvolvimento de industrias subsidiárias, como a dos adubos e a da maquinaria agrícola.

Vamos ver se os aumentos da produção, não trarão erosão de solos e se os acréscimos de produção vão ser conseguidos à custa do aumento da área cultivada e não do rendimento.

Reveladora da admiração da nossa ditadura militar, foi o facto do Carmona ter recebido a delegação dos balilas, membros da Juventude Fascista italiana, onde vinham 2 filhos do Mussolini que por cá estiveram a 12 deste mês.

Foi este o ano do Nobel a Thomas Mann, merecido quanto a mim, muito mais pela Montanha Mágica, do que pelo Buddenbrooks a que o júri se referiu e que conta a saga duma família por 4 gerações.

A propósito do falecimento da soprano alemã Lilli Lehmann, só agora me lembrei que deixámos passar o falecimento em Maio da Condessa d Edla, a viúva de D.Fernando com quem casou em 1869, depois deste ter enviuvado, da rainha D.Maria II.

Elise Friedericke Hensler, a cantora de Ópera quase rainha de Portugal, amada pelo monarca e desprezada pela sociedade e pela história de Portugal, nunca conseguiu o reconhecimento como mulher do rei de Portugal , mas a quem por testamento D.Fernando deixou o Palácio de Pena em Sintra.

3 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Foi-se o Cerejeira, foi-se o trigo e até foice e martelo.

Luís Maia disse...

Foi-se tudo mas entretanto ficou pra contar os feitos da dupla Salazar-Cerejeira

Gabriela Sá disse...

Gosto destas divagações históricas,,,,

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