- Julgamento de Alvaro Cunhal
Enfrentando os juízes fascistas e passando de acusado a acusador, Álvaro Cunhal protagonizou um dos mais significativos actos de resistência ao regime salazarista, num exemplo de determinação, coragem e confiança no futuro
Numa longa intervenção - preparada na cela, em absoluta incomunicabilidade e sem um papel para tomar apontamentos – Álvaro Cunhal procedeu a um libelo acusatório à natureza do regime fascista; sentou no banco dos réus
- os governantes da nação e o seu chefe, Salazar
- enunciou as «condições fundamentais para que uma República Democrática seja viável em Portugal
- justificou e defendeu as orientações políticas e as linhas de acção do Partido Comunista Português.
Disse ele na sua defesa no dia 3 de Maio
Contra todos os democratas portugueses e particularmente contra nós, comunistas, são desencadeadas ferozes perseguições e histéricas campanhas de mentiras e calúnias. Para nossa alegria, basta saber que, apesar de tais perseguições e campanhas, o nosso Partido conta com o apoio activo ou a simpatia dos operários, dos camponeses, de todos os trabalhadores honrados, manuais ou intelectuais, da nossa juventude, das mulheres de Portugal, dos povos coloniais, de todos os democratas sinceros.
Vamos ser julgados e certamente condenados. Para nossa alegria basta saber que o nosso povo pensa que se alguém deve ser julgado e condenado por agir contra os interesses do povo e do país, por querer arrastar Portugal a uma guerra criminosa, por utilizar meios inconstitucionais e ilegais, por empregar o terrorismo, esse alguém não somos nós, comunistas.
O nosso povo pensa que, se alguém deve ser julgado por tais crimes, então que se sentem os fascistas no banco dos réus, então que se sentem no banco dos réus os actuais governantes da nação e o seu chefe, Salazar.
Contra todos os democratas portugueses e particularmente contra nós, comunistas, são desencadeadas ferozes perseguições e histéricas campanhas de mentiras e calúnias. Para nossa alegria, basta saber que, apesar de tais perseguições e campanhas, o nosso Partido conta com o apoio activo ou a simpatia dos operários, dos camponeses, de todos os trabalhadores honrados, manuais ou intelectuais, da nossa juventude, das mulheres de Portugal, dos povos coloniais, de todos os democratas sinceros.
Vamos ser julgados e certamente condenados. Para nossa alegria basta saber que o nosso povo pensa que se alguém deve ser julgado e condenado por agir contra os interesses do povo e do país, por querer arrastar Portugal a uma guerra criminosa, por utilizar meios inconstitucionais e ilegais, por empregar o terrorismo, esse alguém não somos nós, comunistas.
O nosso povo pensa que, se alguém deve ser julgado por tais crimes, então que se sentem os fascistas no banco dos réus, então que se sentem no banco dos réus os actuais governantes da nação e o seu chefe, Salazar.
- Prisão de elementos do MND
O MND protesta publicamente contra uma nova vaga de prisões por motivos políticos concretizadas no início deste mês, pela polícia política de Salazar.
E que viria a motivar a 12 de Junho uma carta de Maria Lamas ao Presidente do Conselho, protestando contra a prisão de José Morgado, Albertino Macedo e Areosa Feio, bem como pela tentativa de prisão que a PIDE fez em sua casa. e que viria a concretizar-se a 18 de Junho
E que viria a motivar a 12 de Junho uma carta de Maria Lamas ao Presidente do Conselho, protestando contra a prisão de José Morgado, Albertino Macedo e Areosa Feio, bem como pela tentativa de prisão que a PIDE fez em sua casa. e que viria a concretizar-se a 18 de Junho
- Henri Matisse vence o prémio de Pintura da Bienal de Veneza
Em 11 de Junho, Henri Matisse (1869 -1954) vence o prémio de Pintura da Bienal de Beleza. A sua carreira pictórica inicia-se sob orientação de Gustave Moreau, depois de uma breve experiência pelo pontilhismo opta por uma composição mais expressiva, onde a cor predomina, evidenciando a influência de Van Gogh e Paul Gaugin
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