Todos reparámos que o Henrique, chegou algo alquebrado, a sua cara reflectia uma amargura pouco habitual, mais do que o seu Sportinguísmo podia justificar, numa noite passada mais triste.
É assim já há uns anos, encontrar-mo-nos para almoçar todas as sextas-feiras. Coubera-me a escolha do restaurante desta semana, mas o Henrique não estava bem.
Estou em tempo de grande revolução na minha vida disse ele, quando por nós instado a revelar, o que se passava.
Ontem foi-me revelado um aspecto da minha vida que não tinha dado conta, continuou e que não tenho dúvidas vai marcar por completo o resto da minha vida.
-Por uma coincidência difícil de voltar a acontecer e que não vem a propósito revelar, encontrei-me a sós com a Mafalda, mulher do meu amigo Fernando, que vocês não conhecem.
É um grupo de amigos de infância, que se reúne há muitos anos.-continuou o Henrique.
Faz já alguns anos que, quase sem crer me tenho vindo a aproximar da Mafalda apercebendo-me que cada vez mais, ela é a mulher da minha vida.
Ontem não resisti mais, alguns toques de aproximação, fizeram com que Mafalda inteligente como é, tenha percebido que eu não era o Henrique habitual. Devolvia-me no seu olhar belo e profundo essa mesma mensagem.
Decidi que não iria calar mais tempo o meu amor por ela, já de tantos anos e em volta dum café simples, num local de sossego, por acaso encontrado.
Surpreendeu-me, quando me revelou, lembrando-me que me tinha conhecido ainda solteira e eu casado com a Luísa e que já nessa altura se apaixonara por mim e até hoje não tinha voltado a amar ninguém e que também lhe não tinha passado despercebido a gradual alteração que ao longo dos anos, tinha notado em mim, sobretudo na forma como a olhava.
Havia casado algum tempo mais tarde com o Fernando, rendida ao encanto duma pessoa íntegra e boa, que a amava profundamente e por quem hoje sentia uma amizade profunda.
Independentemente de me continuar a amar, estará completamente fora de questão, qualquer hipótese de traír a confiança que o seu marido nela depositara.
Num silêncio pouco habitual, nestes almoços de sexta-feira, quase nem reparáramos que a magnífica couvade de bacalhau havia chegado e enquanto iniciávamos a equitativa repartição das postas de bacalhaus, foi salvo o erro, o Alfredo que perguntou, e então agora o que vais fazer ?
-Reflicto em muitas coisas, retorquiu o Henrique, sobre tudo que a verdade revelada do amor recíproco entre mim e a Mafalda, não pode servir de capa a que outras verdades que existem, possam ser afastadas, porque nos daria jeito, para alguns encontros fortuitos e seguramente furtivos.
A Mafalda deu-me várias lições que eu provavelmente me dispunha a ignorar. Lembrou-me que o Fernando era meu amigo de infância, o mais antigo aliás, andáramos juntos desde a escola primária e os amigos não se traíem, isto a ser verdade que eu sou amigo dele.
Mas se vocês se amam, não têm direito a ser felizes ? perguntou o Silva que gosta sempre dizer coisas.
-Naturalmente que sim disse o Henrique, mas não dessa forma, convenhamos que em nome da verdade do nosso amor nem eu nem a Mafalda, o devemos abandalhar. Será também em nome dessa verdade que este fim-de-semana, vou falar com a Luísa para nos separamos.
Então e depois ? disse o Silva
Depois ? depois, logo se vê-rematou o Henrique
É assim já há uns anos, encontrar-mo-nos para almoçar todas as sextas-feiras. Coubera-me a escolha do restaurante desta semana, mas o Henrique não estava bem.
Estou em tempo de grande revolução na minha vida disse ele, quando por nós instado a revelar, o que se passava.
Ontem foi-me revelado um aspecto da minha vida que não tinha dado conta, continuou e que não tenho dúvidas vai marcar por completo o resto da minha vida.
-Por uma coincidência difícil de voltar a acontecer e que não vem a propósito revelar, encontrei-me a sós com a Mafalda, mulher do meu amigo Fernando, que vocês não conhecem.
É um grupo de amigos de infância, que se reúne há muitos anos.-continuou o Henrique.
Faz já alguns anos que, quase sem crer me tenho vindo a aproximar da Mafalda apercebendo-me que cada vez mais, ela é a mulher da minha vida.
Ontem não resisti mais, alguns toques de aproximação, fizeram com que Mafalda inteligente como é, tenha percebido que eu não era o Henrique habitual. Devolvia-me no seu olhar belo e profundo essa mesma mensagem.
Decidi que não iria calar mais tempo o meu amor por ela, já de tantos anos e em volta dum café simples, num local de sossego, por acaso encontrado.
Surpreendeu-me, quando me revelou, lembrando-me que me tinha conhecido ainda solteira e eu casado com a Luísa e que já nessa altura se apaixonara por mim e até hoje não tinha voltado a amar ninguém e que também lhe não tinha passado despercebido a gradual alteração que ao longo dos anos, tinha notado em mim, sobretudo na forma como a olhava.
Havia casado algum tempo mais tarde com o Fernando, rendida ao encanto duma pessoa íntegra e boa, que a amava profundamente e por quem hoje sentia uma amizade profunda.
Independentemente de me continuar a amar, estará completamente fora de questão, qualquer hipótese de traír a confiança que o seu marido nela depositara.
Num silêncio pouco habitual, nestes almoços de sexta-feira, quase nem reparáramos que a magnífica couvade de bacalhau havia chegado e enquanto iniciávamos a equitativa repartição das postas de bacalhaus, foi salvo o erro, o Alfredo que perguntou, e então agora o que vais fazer ?
-Reflicto em muitas coisas, retorquiu o Henrique, sobre tudo que a verdade revelada do amor recíproco entre mim e a Mafalda, não pode servir de capa a que outras verdades que existem, possam ser afastadas, porque nos daria jeito, para alguns encontros fortuitos e seguramente furtivos.
A Mafalda deu-me várias lições que eu provavelmente me dispunha a ignorar. Lembrou-me que o Fernando era meu amigo de infância, o mais antigo aliás, andáramos juntos desde a escola primária e os amigos não se traíem, isto a ser verdade que eu sou amigo dele.
Mas se vocês se amam, não têm direito a ser felizes ? perguntou o Silva que gosta sempre dizer coisas.
-Naturalmente que sim disse o Henrique, mas não dessa forma, convenhamos que em nome da verdade do nosso amor nem eu nem a Mafalda, o devemos abandalhar. Será também em nome dessa verdade que este fim-de-semana, vou falar com a Luísa para nos separamos.
Então e depois ? disse o Silva
Depois ? depois, logo se vê-rematou o Henrique
8 comentários:
Lindo!
E sei, bem perto de mim, de uma história que ficará para ta contar em post.
Devias pôr esta tua história naquele teu blog que nunca sei escrever o nome.
Beijinho
Tive q ir espreitar o post debaixo para entender bem a resposta.
E foi 1 bela resposta!
Ainda gostava de saber,porque é q as mulheres continuam a insistir em subestimar-nos tanto.
Um post fantástico.Parabéns.
Abraço
JC
Marta
Foi um post inspirado em muitas coisa que tu já escreveste
e nos teus jantarinhos , lembrando que às vezes muito de vez em quando (lol) falamos de nós "por dentro".
Chama-se Blorganaizer, o meu poiso das super coisas que leio por aí. Colocar-me lá era quase tão ridículo, como se me apresentasse como Sr.Maia.
Bjs
Luís Maia
Pois é meu caro Imperador
deixe lá o que é certo é que as mulheres verdadeiramente inteligentes, não sabem viver sem nós
Agradeço as suas palavras
Luís Maia
E nós será q sabemos viver sem elas?
E eu agradeço as suas.
JC
Nem pensar meu caro JC
Lfm
Gostei muito da sua resposta à Marta, Luís Maia!
E mostra sim...que a sensibilidade também toca aos homens, tal como a veracidade dos sentimentos!!
Por vezes nem todos os demonstram da maneira que "Henrique" o fez...talvez porque ainda estejam agarrados a muitos preconceitos, que esse tipo de atitudes só às mulheres cabe!
Mas tal como há mulheres "verdadeiramente inteligentes", tal como o Luís o diz..assim também existem homens que o são e que quando se juntam...se completam!
Um beijinho e mais uma vez gostei muito!
Cleo
Olá Cleo
Isso da inteligência foi uma piada.
Na realidade não é muito frequente nas roda de amigos falar-se assim tanto a sério,
Precisamos de ter a certeza que são mesmo amigos do peito e não meros conhecidos.
Luís Maia
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