- Casa Comum, 15 de Novembro de 1929
- As notícias vindas de Nova Iorque, são alarmantes, o que aconteceu na passada quinta-feira dia 24 com a quebra da Bolsa de Valores, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro.
- A situação dos bancos foi agravada pelo facto de muitos deles que haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros, após o início duma grade recessão económica, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar as suas dívidas, cavaram enormes prejuízos, levando essas entidades bancárias ao descalabro.
- O pânico que instalou-se entre as pessoas, que temendo uma possível falência, correram a retirar os fundos, levando-as a fechar as portas.
- Consta-se que milhares de accionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham.
- Temo que esta grave situação se venha a estender, pela Europa. Nesta caso quanto mais desenvolvidas são as economias maior é o estrondo, cá por casa, talvez não seja tão grave, porque a loja também é pequena.
- A procissão ainda vai no adro, vamos ver o que por ai virá. Se por um lado uma crise se avizinha, por outro algumas boas notícias para a humanidade, assim têm que ser observados, todos os avanços que possam haver no entendimento entre os povos , para defesa das garantias da condição humana.
- Neste caso, aponto a assinatura da terceira convenção de Genebra, que teve como objectivo definir o tratamento de prisioneiros de guerra. Acabámos uma guerra há pouco tempo, tantas atrocidades foram cometidas, que urge consagrar os direitos que essas pessoas terão inerente à sua condição.
- Esta Convenção fixou igualmente os limites do tratamento geral de prisioneiros, como:
- a obrigação de tratar os prisioneiros humanamente, sendo a tortura e quaisquer atos de pressão física ou psicológica proibidos.
- obrigações sanitárias, seja ao nível da higiene ou da alimentação.
- o respeito da religião dos prisioneiros.
- permitir ao Comitê internacional da Cruz Vermelha (CICR) visitar todos os campos de prisioneiros de guerra sem nenhuma restrição e dialogar sem testemunhas como os prisioneiros.
- Mas a morte de António José de Almeida a 31 de Outubro, foi para nós, republicanos e lutadores pela liberdade, uma perda terrível.
- Não só pelo simbolísmo de ter sido o 6° Presidente da República Portuguesa, mas por ser um Republicano desde os bancos da escola. Médico, esteve em S
- ão Tomé a exercer a sua profissão mas especializando-se também em doenças tropicais. Ingressou no Partido Republicano Português e, mais tarde, também na Maçonaria e na Carbonária.
- Foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano já este ano, mas nunca pode tomar posse devido ao seu estado de saúde.
- Aliás nos últimos anos, doente e prematuramente envelhecido, passou em silêncio literário e político os últimos anos de vida.
- O seu funeral foi uma manifestação impressionante de pesar.
- No dia seguinte o "Diário de Notícias" lançou a ideia de se lhe erigir um monumento, ideia que aprovo inteiramente.
11 de novembro de 2008
Menos um republicano em tempo de Ditadura
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2 comentários:
Pois, antes os fazendeiros, depois os proprietários de casa própria, qual será a próxima vaquinha que os banqueiros vão arranjar para pôr no prado e ordenhar até mais não?...
Anda-me a fazer confusão o nosso investidor Joe Berardo. Era o homem do ano, aparecia em jornais e TVs, e desde a crise nem um ai. Será que ainda é rico, ou poderei cruzar-me com ele na Almirante Reis, na sopa do Barroso?
Se ele um dia estiver na sopa do Barroso é com certeza para ganhar algum a vender qualquer coisa.
Essa malta é sempre protegida dizem que é para defender a economia.
peço desculpa pela demora na resposta, mas um constrangimento(eles nunca têm avarias ) da PT atrasou-me
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