No meu blogue favorito, como já várias vezes tenho afirmado, que se chama funes el memorioso, por acaso também colaborador aqui da Casa, foi publicado um interessante e muito actual post, a que o seu autor chamou Nota importante, que me inspirou para esta intervenção.
A partir duma nota declarativa de desapego democrático e suas consequências nos processos eleitorais, porque segundo o autor, o voto de cada um dos eleitores não pode ser equalizado porque os cidadãos o não são. Em suma o voto dum analfabeto não pode valer o mesmo do que o duma pessoa instruída, o de uma pessoa abastada não pode valer o mesmo que o de um esfomeado, o de um inteligente o mesmo do que o dum estúpido.
Acho interessante a discussão deste ponto de vista, apenas no plano das ideias diga-se de passagem, onde todas as teses por mais inconcebíveis que o sejam, não devem deixar de ser consideradas. Lembro-me como achava idiota no meu tempo de estudante, ter de considerar como objecto de estudo o paradoxo de Zenão.
A aparentemente perigosa ideia explicitada pelo seu autor, levar-me-ia afinal a concluir em limite, que afinal o brilhante Funes, não passaria dum mero divulgador das ideias comunistas, ou do sistema eleitoral cubano.
A isto eu chamarei o meu paradoxo de Funes.
Explicando melhor, se os pressupostos para que o sistema eleitoral, um cidadão um voto possa ser considerado aceitável para Funes, nada melhor do que acabar com a propriedade privada e com a possibilidade de alguém enriquecer, ou então, optimizando, num País só de esfomeados a eleição já pode ser considerada aceitável.
Como por outro lado ao que parece e segundo constatei quando lá estive e ouço várias pessoas repetirem, Cuba é um país de gente culta, o que corresponde ao parâmetros eleitorais Funeanos, a uma excelente intervenção popular superior.
O facto de não haver muitas opções de escolha eleitoral, dizem, também não deverá ser factor de exclusão para Funes, sabendo-se que propostas emanadas só por super-inteligentes, são indiscutíveis, segundo se depreende da sua teorização.
Talvez os inteligentes não sejam muitos, mas pode sempre arranjar-se um lugarzinho, no Comité Central, para um brilhante advogado desiludido com o seu bastonário e com o seu País.
A partir duma nota declarativa de desapego democrático e suas consequências nos processos eleitorais, porque segundo o autor, o voto de cada um dos eleitores não pode ser equalizado porque os cidadãos o não são. Em suma o voto dum analfabeto não pode valer o mesmo do que o duma pessoa instruída, o de uma pessoa abastada não pode valer o mesmo que o de um esfomeado, o de um inteligente o mesmo do que o dum estúpido.
Acho interessante a discussão deste ponto de vista, apenas no plano das ideias diga-se de passagem, onde todas as teses por mais inconcebíveis que o sejam, não devem deixar de ser consideradas. Lembro-me como achava idiota no meu tempo de estudante, ter de considerar como objecto de estudo o paradoxo de Zenão.
A aparentemente perigosa ideia explicitada pelo seu autor, levar-me-ia afinal a concluir em limite, que afinal o brilhante Funes, não passaria dum mero divulgador das ideias comunistas, ou do sistema eleitoral cubano.
A isto eu chamarei o meu paradoxo de Funes.
Explicando melhor, se os pressupostos para que o sistema eleitoral, um cidadão um voto possa ser considerado aceitável para Funes, nada melhor do que acabar com a propriedade privada e com a possibilidade de alguém enriquecer, ou então, optimizando, num País só de esfomeados a eleição já pode ser considerada aceitável.
Como por outro lado ao que parece e segundo constatei quando lá estive e ouço várias pessoas repetirem, Cuba é um país de gente culta, o que corresponde ao parâmetros eleitorais Funeanos, a uma excelente intervenção popular superior.
O facto de não haver muitas opções de escolha eleitoral, dizem, também não deverá ser factor de exclusão para Funes, sabendo-se que propostas emanadas só por super-inteligentes, são indiscutíveis, segundo se depreende da sua teorização.
Talvez os inteligentes não sejam muitos, mas pode sempre arranjar-se um lugarzinho, no Comité Central, para um brilhante advogado desiludido com o seu bastonário e com o seu País.
4 comentários:
Bem, tenho que começar por dizer que a única coisa que verdadeiramente me incomoda neste post é a referência ao paradoxo de Zenão.
Zenão de Elea é um dos meus heróis. Era um génio que foi capaz de formular um problema que depois levou mais de dois mil anos a ser resolvido.
Quanto ao resto, algumas breves notas:
1- "o voto dum analfabeto não pode valer o mesmo do que o duma pessoa instruída" - evidentemente que não. Mas eu não confundo instruído com tiutlar de um canudo de qualquer natureza. qualquer idiota pode ter um canudo.
Por outro lado, importa esclarecer que o analfabeto idiota tem todo o direito de gostar mais de laranjas do que de bananas. Neste sentido, o voto do idiota é tão bom como o meu, que gosto mais de bananas. A questão não se coloca neste plano. O problema é que o idiota não é capaz de pensar. É estúpido, como normalmente eu digo. E com isto quero dizer que a sua mente é facilmente manipulável, havendo sempre alguém a convencê-lo que se gosta de laranajas e quer laranjas, então deve votar bananas.
A única razão pela qual eu afirmo que o voto dos analfabetos não presta é porque o analfabeto (rectius, o estúpido) é capaz de, enganado, escolher contra si próprio.
A teoria de o povo tem sempre razão é teoria que eu, de todo em todo não subscrevo. Só por mero acaso é que o povo tem razão.
2- "[O voto]uma pessoa abastada não pode valer o mesmo que o de um esfomeado" - Nunca disse isto, nem o subscrevo.
3- [O voto] de um inteligente [vale] o mesmo do que o dum estúpido - É claro que tem que valer mais. Isso nem merece discussão. Não há quem possa não concordar. A única dificuldade (como bem notava a Redonda no Funes, el memorioso) é saber qual o critério para distinguir um inteligente de um estúpido. Eu uso a minha consciência para o efeito. Ms reconheço que não é critério que possa erigir-se em critério universal, porquanto arranca de um pressuposto não demonstrado e, em todo o caso, por mim não demonstrável: o de que eu próprio não sou estúpido. Acredito piamente que não o sou, mas isso não passa de uma crença, uma fé. Insuficiente, portanto, para fundar uma teoria racional.
Mas o tema vale um ou dois posts. Deixá-los-ei aqui em breve.
O meu texto anterior está cheio de erros gramaticais e de concordância, mas estou sem pachorarra para o corrigir. Depreenda-se do sentido o que quis dizer.
Parabéns Luís!
Se não fosses tu, talvez Funes O Memorioso, não quisesse voltar a postar na (ex)Casa Comum.
Uma clarificação Funes disse no seu blogue
O meu voto não vale o mesmo que o de um analfabeto, ou do que o de um tipo sem fome que é capaz de fazer uma cena grotesca numa praça, porque estão a dar castanhas, ou do que o de uma dona de casa que gosta do Manuel Luís Goucha, ou do que um de um murcão que fica horas e horas numa fila, para entrar num centro comercial num domingo à tarde.
Maria Faia
è sempre um prazer termos Funes entre nós
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