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30 de março de 2012

Substituição do avô e nova farsa eleitoral

  • Morte do avozinho
É assim que o Estado novo gosta que considerem o presidente Óscar Carmona falecido no dia 18 e Abril. Atendendo ao seu aspecto, é uma realidade, atendendo à sua inutilidade política também, direi que avô e reformado da acção política, não mais que um assinador de decretos do Estado Novo

Carmona morreu com 81 anos em Lisboa e no seu historial ficará o seu destaque no golpe militar do 28 de Maio, afinal a origem de tudo o que hoje se vive.

Carmona já se eternizava no cargo de Presidente desde de 1928.

  • Nova farsa eleitoral

A questão da sucessão suscitou alguns rumores, já que o esvoaçar à volta de Salazar, não passava disso mesmo, a decisão como sempre será dela, porque a Presidência da República é considerada como mais uma peça do jogo de poder.

Dizem que foi Santos Costa que sugeriu o nome de Craveiro Lopes para a sucessão, que para outros como Mário Figueiredo a melhor ideia seria a restauração monárquica. Alguns chegaram a considerara o ditador o ideal para o cargo, mas afinal acabou por ser Craveiro Lopes o escolhido

A oposição como sempre dividida em mil e uma questiúnculas e desconfianças, avançaram com o nome de Rui Luiz Gomes um professor de matemática da Universidade do Porto por parte dos comunistas. Os descendentes do Partido Republicano e os sectores ligados à maç onaria, pela voz de Norton de Matos, depois de tentarem o lançamento da candidatura de Egas Moniz, acabaram por preferir a de Quintão Meireles, um antigo apoiante do 28 de Maio que trouxe para a oposição situacionistas descontentes como Henrique Galvão e o próprio Cunha Leal.

No seu manifesto de 3 de Julho, Meireles considerou que o país está doente e assumiu-se contra o partido único, defendendo a integridade da pátria e da sua extensão territorial ultramarina. Critica a constituição de um partido único, ortodoxo e minoritário.

Uns dias antes, critica acerbamente a candidatura de Ruy Luís Gomes, sugerindo que a mesma se encontra directa ou indirectamente na dependência de uma potência estrangeira.

O certo é que o Estado Novo, acabou por fazer-lhe a vontade excluindo-o no dia 17 de Julho, considerando-o inelegível para o cargo, de acordo com alterações que introduzira 6 dias antes, ao texto condicional.

Acabou por anunciar a desistência em 19 Julho, para não colaborar na mistificação que se prepara. Porque o país tornará a ter outro Chefe de Estado nomeado - mas sem a nossa colaboração.

Entre movimentações de massas, apenas se regista uma sessão de propaganda na Garagem Monumental, ao Areeiro, em Lisboa. Desiste, declarando: o País tornará a ter outro Chefe de Estado nomeado, mas sem a nossa colaboração.

Entre os apoiantes, destacam-se os dissidentes do 28 de Maio, o almirante Cabeçadas, os majores David Neto e Mário Pessoa, bem como Cunha Leal

Sem qualquer dúvida, atendendo aos factos, claro que Craveiro Lopes, foi obrigado a ganhar a palhaçada eleitoral de 22 de Julko

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