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30 de dezembro de 2010

O chefe equilibra a gula das famílias que o rodeiam

  • Casa Comum,28 de Fevereiro de 1947
  • Cara amiga
Em defesa de melhores salários e como forma de protesto continua a luta contra este regime ditatorial, entraram em greve um grande número de trabalhadores da construção naval da região de Lisboa.

Este protesto é cordenado pela estrutura clandestina do PCP, e tem sido violentamente reprimido pelas forças policiais

No dia 12 de Janeiro, realizou-se uma jornada a Almada, organizada pela Comissão Distrital de Lisboa do MUD Juvenil, interrompida pela PIDE e pela GNR.

A "Jornada" de Lopes Graça com letra de José Gomes Ferreira foi adoptada como hino do movimento, tendo sido cantada a caminho de Cacilhas.



Entretanto do passado dia 4 deste mês Salazar, remodela o governo, tentando equilibrar as forças dos seus lacaios, um equilíbrio entre as duas principais "ffamílias políticas do Regime", a ala "conservadora", afecta a Santos Costa, e a ala "reformista" conotada com Marcelo Caetano.

Oliveira Salazar deixa a pasta dos Estrangeiros entregando a Caeiro da Mata, um professor da Faculdade de Direito de Lisboa, um monárquico do partido Regenerador, e que transitou da Educação.

A pasto do Interior foi para Cancela de Abreu, as Obras Públicas para Frederico Ulrich,um lisboeta Engenheiro civil para continuar Duarte Pacheco as Comunicações para Gomes de Araújo, as Colónias para Teófilo Duarte, um militar e ex-legionário e governador de Cabo Verde.

A Educação Nacional para Pires de Lima e a Economia entregue a Daniel Barbosa substituindo Supico Pinto,que por oposição de Santos Costa, Salazar não nomeia para os estrangeiros, apesar de o ter formalmente convidado.

O chefe é poderoso mas sabe que tem que acarinhar as suas clientelas

Fala-se que vem ai o Plano Marshall. Com a devastação provocada pela guerra, a Europa enfrenta cada vez mais manifestações de contestação aos governos constituídos.

Os Estados Unidos analisaram a crise europeia e, concluíram que ela punha em risco o futuro do capitalismo, o que poderia prejudicar sua própria economia, dando espaço para a expansão do comunismo.

Com isso, os norte-americanos optaram por ajudar na recuperação dos países europeus. Com esse objectivo criaram o Plano Marshall. Os recursos são utilizados para comprar alimentos, fertilizantes e rações, mas também matérias-primas e produtos semi-industrializados, combustíveis, veículos e máquinas.

Claro que grande parte desses bens são de procedência norte-americana o que me deixa na dúvida se o plano que teoricamente pretende desenvolver a Europa, não propõe antes de tudo desenvolver os próprios Estados Unidos.

Vamos ver mas ainda não há a certeza se Salazar vai recorrer a essa ajuda.



Sua reputação como um dos melhores saxofonistas é tal que alguns críticos dizem que ele é insuperável, conta 27 anos actualmente lança um novo trabalho com o trompetista Dizzie Gillespie, do qual Oop-poo-a.da é um exemplo. Um novo estilo de jazz.



Hoje minha amiga o convite é para ouvirmos Bruckner na sua 7ª Sinfonia.

6 de dezembro de 2010

O funeral do Salazar errado


  • Casa Comum, 31 de Dezembro de 1946
  • Cara amiga



Desde 3 de maio de 1946 que o Tribunal Militar Internacional de Tóquio, iniciou as suas actividades, com o intuito de julgar o envolvimento dos militares e lideres políticos, a grande maioria quanto ao abuso de prisioneiros.

Crimes perpetrados por autoridades e tropas japonesas na ocupação da Coreia e da China, particularmente da Manchúria,não serão analisados por esta corte, pois a China instituiu 13 tribunais por sua conta,para julgar esses crimes.

O Governo português formula o pedido de adesão do País à ONU, mas URSS veta a entrada, de Portugal na ONU, por razões que se prendem com o regime ditatorial de Salazar.

A URSS argumentou que o Estado Novo, continuava a ser um regime fascista, directamente responsável pela vitória dos nacionalistas de Franco em Espanha e colaborante e parceiro comercial da Itália de Mussolini, da Alemanha de Hitler e da França de Petain, antes e durante a segunda guerra Mundial

Foi no dia 10 passado que o tenente Fernando Queiroga na sequência dum pacto que havia sido assinado em Almada em Setembro com o almirante Mendes Cabeçadas, o coronel Carlos Selvagem e Celestino Soares em que se comprometera a sublevar unidades militares no norte do País

Assim aconteceu quando após sublevar um destacamento de Cavalaria 6 no Porto, se dirigiu para o Sul, mas viria a render-se na Mealhada, por ter concluído que os apoios esperados tinham falhado.

A história deste malogro repetem-se demasiadas vezes das duas uma ou os golpes são mal organizados, ou muita gente se corta na hora da verdade.

Pelo menos com Queiroga, já é a segunda vez que acontece como em Coimbra na tentativa de 1938, onde aliás o golpe teve aspectos de rebelião monárquica.

No passado dia 29 foi a sepultar o médico Abel Salazar, um figura não só da Medicina, mas das Artes e uma figura da oposição à ditadura, pois desde 1935 estava afastado da sua cátedra e do seu laboratório, sem mesmo poder frequentar a biblioteca, nem ausentar-se do País, numa altura em que foram expulsos também outros professores universitários, como Aurélio Quintanilha, Manuel Rodrigues Lapa, Sílvio Lima e Norton de Matos, etc.

Mas Deus enganou-se no Salazar, não era a este que se devia dirigir a ordem de marcha.

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